Estudo busca voluntárias para investigar a fadiga relacionada ao câncer

São Carlos
Participantes já devem estar curadas do câncer de mama e receberão orientações para melhoria da qualidade de vida
A pesquisa "Fadiga Relacionada ao Câncer: fatores cinéticos e neuromusculares" está sendo desenvolvida pela mestranda Jorgeane da Mota Oliveira, no âmbito do Programa de Bioengenharia da Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo (USP, campus São Carlos), sob orientação do professor José Marques Novo Júnior, docente do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) da UFSCar. O estudo busca voluntárias para testes gratuitos de força muscular; elas também receberão orientações sobre atividade física para melhoria da qualidade de vida.

O objetivo é avaliar a força muscular e os níveis de neuroativação da musculatura de braços e pernas das voluntárias, de forma a contribuir com as pesquisas sobre fadiga relacionada ao câncer em mulheres consideradas curadas do câncer de mama. De acordo com o orientador do estudo, a fadiga relacionada ao câncer (FRC) é multifatorial e tem uma variabilidade individual significativa na sua expressão clínica. "O conceito de FRC é multidimensional. Para avaliar tal fadiga, tem-se utilizado alguns instrumentos direcionados às populações acometidas por essa enfermidade. Conceituá-la ou defini-la em câncer é uma tarefa difícil, já que pode ser um fenômeno agudo ou crônico e, assim, há diferenças tanto em sua causa quanto no tratamento. A multidimensionalidade da FRC implica abranger as expressões física, cognitiva, aguda ou crônica. Porém, ainda não se conhece qual desses aspectos delineia de fato a fadiga em pacientes oncológicos", explica Novo Júnior. Diante disso, o docente relata que o atual estudo vai abordar a fadiga muscular e "os seus resultados ajudarão a elucidar, ao menos, parte da FRC".

Para realizar a pesquisa, estão sendo convidadas mulheres, entre 40 e 60 anos, consideradas saudáveis e curadas do câncer de mama, que tenham acompanhamento clínico regular de controle da doença. Além disso, não podem ser fumantes, alcoólatras, diabéticas, hipertensas e com depressão comprovada. As voluntárias também não podem ser atletas e terem praticado exercício físico de alta intensidade até 48 horas antes dos testes, nem ter usado medicamentos que possam interferir no desempenho muscular por até 72 horas antes das avaliações. É importante também que as participantes não tenham realizado cirurgia recentemente, não sofram de cardiopatia e insuficiência respiratória e não tenham déficit cognitivo, deficiência física, disfunções ortopédicas e/ou neuromusculares que impeçam a realização dos referidos testes.

As voluntárias participarão de testes de força e por exame de eletromiografia que vai analisar a alteração dos níveis de ativação neuromuscular. Além disso, elas responderão questionários que avaliarão a qualidade de vida e os níveis de fadiga. A pesquisadora acredita que com estes procedimentos, os resultados possam contribuir para o entendimento de como se instala o processo de fadiga relacionada ao câncer. "Esse conhecimento pode ajudar a melhorar a qualidade de vida da paciente em suas atividades diárias após ter sido considerada livre da doença. Além disso, as mulheres estarão realizando as avaliações com acompanhamento intensivo de profissionais da área e receberão instruções para realizar atividade física para melhoria de sua qualidade de vida", afirma Jorgeane Oliveira.

Os testes têm duração de 1h30 e serão realizados durante três dias no Laboratório de Inovação e Empreendedorismo em Tecnologia Assistiva, Esporte e Saúde (LIETC) do DEFMH, na área Sul do Campus São Carlos, próximo ao Banco do Brasil. As interessadas podem entrar em contato com a pesquisadora até o mês de dezembro pelo e-mail jomto@usp.br ou pelo telefone (16) 98190-5454 (também pelo WhatsApp).

Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 66860017.3.0000.5504).
06/10/2017
13:00:00
21/10/2017
23:59:00
Gisele Bicaletto
Não
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Pesquisa acontecem no DEFMH da UFSCar. Foto: CCS-UFSCar
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