ConEx destaca extensão como elo entre universidade e sociedade

São Carlos
Panorama da extensão no Brasil também foi discutido na abertura do X ConEx da UFSCar
Como parte da programação da sua XI Jornada Científica, Tecnológica e Cultural, a UFSCar está realizando, durante esta semana, a décima edição do Congresso de Extensão (ConEx), com o objetivo de discutir os resultados dos trabalhos de alunos, docentes e técnico-administrativos e promover a integração de extensionistas da Universidade e de outras instituições de ensino do Brasil.

A abertura do ConEx ocorreu na tarde da terça-feira, dia 24 de outubro, no Teatro Universitário Florestan Fernandes do Campus São Carlos, e contou com a presença do Vice-Reitor da UFSCar, Walter Libardi, do Pró-Reitor de Extensão, Luiz Carlos de Faria, além dos pró-reitores de extensão da Universidade Federal do ABC (UFABC), Daniel Pansarelli, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Fernando Augusto de Almeida Hashimoto, e do Presidente da Comissão de Cultura e Extensão do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP, campus de São Carlos), Seiji Isotani.

Após a abertura realizada pelo Vice-Reitor da UFSCar, foi apresentado um panorama da extensão no País e de sua profissionalização ao longo dos anos. "O Brasil é um dos poucos países que consta a extensão universitária na Constituição. Mas, depois disso, não houve normativas legais de como ela deve ser financiada. Criou-se, então, uma espécie de hiato da legislação. Diante dessa ausência, as próprias universidades discutiram amplamente e publicaram suas políticas de extensão", explicou Pansarelli.

Segundo o Pró-Reitor de Extensão da UFSCar, essa lacuna legal acabou implicando, também, em uma falta de definição do que é extensão, o que não acontece com o ensino e a pesquisa. "Nessa discussão, há dois aspectos importantes. Se, por um lado, abre a possibilidade de cada instituição discutir a extensão considerando seu entorno e suas especificidades, por outro, há um lado ruim, especialmente em relação ao aporte de recursos governamentais. Esse é o lado perverso que limita o nosso alcance", ponderou Faria.

Universidade e sociedade
Segundo Pansarelli, as instituições de Ensino Superior estão passando por mudanças e a extensão tem papel fundamental nesse contexto de transformação. "A universidade era um projeto das elites para as elites. Hoje, temos a alegria de discutir as políticas de acesso e permanência. Ou seja, há uma mudança das paisagens que compõem a universidade, com valores, culturas e perspectivas de mundo diferentes. E a extensão é um espaço diferenciado para a convivência dessas diferenças", disse ele. Para Faria, a extensão é o elo de interação das universidades com a sociedade. "Se olharmos para o entorno, vemos uma comunidade ansiosa por interação, tanto que, quando temos ações extensionistas, há um retorno fenomenal das pessoas", completou o Pró-Reitor da UFSCar.

Por isso, na visão de Pansarelli, "a extensão deve ser uma prática habitual de traduzir nossos saberes de forma que façam sentido para a sociedade. Se isso não ocorre, a sociedade não sairá em defesa da universidade", defendeu o professor da UFBAC, que também abordou outros temas relacionados às iniciativas extensionistas tais como a importância do protagonismo do estudante nessas ações e a conversão de parte das aulas de graduação e pós-graduação e das pesquisas em práticas de extensão. "Não consigo visualizar uma área do conhecimento que não possa ter um braço extensionista", afirmou Pansarelli. 

Outras atividades
No dia 25 de outubro, quarta-feira, foi realizado o Fórum de Cultura "Olhos da Universidade para as Culturas", como parte do X ConEx. "Falamos das culturas, no plural, para abordar sua relação com a universidade", explicou o professor Hylio Lagana Fernandes, Coordenador de Cultura da ProEx/UFSCar; ele foi o mediador do Fórum, que reuniu representantes da USP, Unicamp e da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Após as apresentações, as discussões foram direcionadas para a relação das culturas com a ciência. "A ciência é um produto da cultura", definiu Fernandes. Segundo ele, "o Fórum deu subsídios para a reelaboração do Plano de Cultura da UFSCar, um documento que norteia nossas ações frente à cultura, entendida, nesse contexto, mais como as manifestações artísticas". Atualmente, a UFSCar tem diversas iniciativas nesse campo como, por exemplo, a Orquestra Experimental e o CineUFSCar, além de contar com um Edital de Cultura para a proposição de outras atividades.

Hoje, dia 26 de outubro, a programação do ConEx continua com uma mesa de debates sobre "Imagens das Culturas Indígenas", que será mediada por Renato Locilento, integrante da Coordenadoria de Cultura (CCult) da UFSCar. À noite, às 19 horas, o CineUFSCar exibe o filme Xavante "Piô Hoimanazé" ("A mulher Xavante e sua arte"), no auditório Mário Tolentino do Departamento de Química (DQ), na área Norte do Campus São Carlos. A exibição será seguida de debate. Também no período da noite, tem Palco Livre, a partir das 21 horas, na área de convivência do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

No dia 27, das 8 às 12 horas, haverá sessão de pôsteres no Centro de Pesquisas em Materiais Avançados e Energia (CPqMAE - Edifício Petrobrás), na área Norte do Campus. O ConEx termina no sábado, dia 28, com uma mostra de animação no Cine São Carlos. A programação completa das atividades e outras informações estão no site da Jornada e do ConEx.
27/10/2017
11:00:00
11/11/2017
23:59:00
Denise Britto
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Pansarelli, Faria, Libardi, Isotani e Hashimoto na abertura do ConEx (Christian Savi - CCS/UFSCar)
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