Livro aborda divulgação de publicações científicas
Araras, Lagoa do Sino, Sorocaba, São Carlos
Professor do Departamento de Educação da UFSCar é um dos autores da obra "Publique, apareça ou pereça"
É na sociedade da cultura digital que o bordão "publish or perish" ("publique ou pereça") -, cujas origens datam de meados do século XX, no contexto de produção e reprodução de produtos culturais nos Estados Unidos -, converte-se em novo mantra: "publique, apareça ou pereça". O novo mantra é, justamente, o título do livro que está sendo lançado por Lucídio Bianchetti, professor no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Antônio Alvaro Soares Zuin, professor do Departamento de Educação (DEd) da UFSCar; e Obdália Ferraz, docente do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). A obra trata, como já indica seu subtítulo, sobre "produtivismo acadêmico, 'pesquisa administrada' e plágio nos tempos da cultura digital".
A ideia surgiu diante da constatação de que, atualmente, não basta "apenas" publicar um artigo científico em um periódico de seletiva política editorial. "Faz-se necessário, sobretudo, publicá-lo em uma revista que tenha o maior fator de impacto possível, para que a sua visibilidade se torne hegemônica em relação aos seus concorrentes, fazendo com que se obtenha o maior número possível de citações", explica Zuin.
Seguindo essa linha de raciocínio, os autores do livro têm, como principal objetivo, analisar o processo pelo qual a visibilidade dos produtos acadêmicos está se transformando na sua própria condição de sobrevivência, na medida em que os artigos mais citados se transformam em commodities culturais, cujos processos de mercantilização proporcionam diferentes acessos a recursos para a realização das pesquisas nas mais variadas áreas de conhecimento.
Conforme os autores sugerem na obra, o possível ostracismo dos textos que não são propagandeados por meio do sistema de acesso aberto não impacta ou impacta negativamente em relação ao número de citações que poderiam obter e não obtiveram. Dessa forma, torna-se mais difícil publicar em periódicos mais qualificados e, portanto, pleitear recursos que financiem os projetos nas agências de fomento. Não só isso: os programas de pós-graduação, cujos pesquisadores participantes acumulam maiores fatores de impacto em suas publicações, possuem maior chance de serem contemplados com mais recursos na forma de concessão de bolsas de pesquisa.
Além disso, segundo os pesquisadores, na ânsia de que a publicização midiática de seus produtos culturais seja feita o mais rapidamente possível e, de preferência, em grandes quantidades, surgem os casos de plágio, em suas mais diversas modalidades, em terrenos de amplitude cada vez maior. Para os autores, o plágio transfigura-se em um comportamento tão aparentemente "natural" -, uma vez que os comandos de copiar e colar informações já são empregados até por crianças, cujos trabalhos escolares recebem o aval de muitos pais e professores -, que se estranha a presença (ou a falta dela, na radicalidade) da reflexão sobre os limites éticos e jurídicos de tais ações.
O livro "Publique, apareça ou pereça: produtivismo acadêmico, 'pesquisa administrada' e plágio nos tempos da cultura digital" está sendo publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (EdUFBA) e é dirigido a professores e alunos da graduação e pós-graduação das áreas de Ciências Humanas, Exatas e Biológicas.
Mais informações podem ser obtidas no site da Editora.
A ideia surgiu diante da constatação de que, atualmente, não basta "apenas" publicar um artigo científico em um periódico de seletiva política editorial. "Faz-se necessário, sobretudo, publicá-lo em uma revista que tenha o maior fator de impacto possível, para que a sua visibilidade se torne hegemônica em relação aos seus concorrentes, fazendo com que se obtenha o maior número possível de citações", explica Zuin.
Seguindo essa linha de raciocínio, os autores do livro têm, como principal objetivo, analisar o processo pelo qual a visibilidade dos produtos acadêmicos está se transformando na sua própria condição de sobrevivência, na medida em que os artigos mais citados se transformam em commodities culturais, cujos processos de mercantilização proporcionam diferentes acessos a recursos para a realização das pesquisas nas mais variadas áreas de conhecimento.
Conforme os autores sugerem na obra, o possível ostracismo dos textos que não são propagandeados por meio do sistema de acesso aberto não impacta ou impacta negativamente em relação ao número de citações que poderiam obter e não obtiveram. Dessa forma, torna-se mais difícil publicar em periódicos mais qualificados e, portanto, pleitear recursos que financiem os projetos nas agências de fomento. Não só isso: os programas de pós-graduação, cujos pesquisadores participantes acumulam maiores fatores de impacto em suas publicações, possuem maior chance de serem contemplados com mais recursos na forma de concessão de bolsas de pesquisa.
Além disso, segundo os pesquisadores, na ânsia de que a publicização midiática de seus produtos culturais seja feita o mais rapidamente possível e, de preferência, em grandes quantidades, surgem os casos de plágio, em suas mais diversas modalidades, em terrenos de amplitude cada vez maior. Para os autores, o plágio transfigura-se em um comportamento tão aparentemente "natural" -, uma vez que os comandos de copiar e colar informações já são empregados até por crianças, cujos trabalhos escolares recebem o aval de muitos pais e professores -, que se estranha a presença (ou a falta dela, na radicalidade) da reflexão sobre os limites éticos e jurídicos de tais ações.
O livro "Publique, apareça ou pereça: produtivismo acadêmico, 'pesquisa administrada' e plágio nos tempos da cultura digital" está sendo publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (EdUFBA) e é dirigido a professores e alunos da graduação e pós-graduação das áreas de Ciências Humanas, Exatas e Biológicas.
Mais informações podem ser obtidas no site da Editora.
17/05/2018
13:00:00
09/06/2018
23:59:00
Fabricio Mazocco
Não
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Professor da UFSCar é um dos autores do livro. (Imagem: Reprodução)
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