Projeto de extensão da UFSCar reúne músicos em uma big band

Araras, Sorocaba, Lagoa do Sino, São Carlos
Big Boom Orquestra conta com a participação de servidores e estudantes da Universidade
Os anos de 1920, 1930 e 1940 foram marcados, em todo o mundo, pelo som das chamadas big bands. As grandes orquestras comandavam o ritmo em centenas de salões de bailes, consagrando junto ao público uma música nascida nos guetos negros norte-americanos no final do século XIX e proporcionando a centenas de artistas suas primeiras experiências profissionais. Nos palcos dos clubes e nos shows o ritmo era o jazz. A febre não tardou a chegar ao Brasil, onde se formaram várias orquestras de baile. Sucessos de Glenn Miller e Duke Ellington dividiam a preferência com clássicos da música popular brasileira, todos devidamente rearranjados para agradar as plateias.

A história das big bands pode começar a ser contada a partir do final do século XIX, quando negros norte-americanos descendentes de escravos criaram o ragtime - mistura de música primitiva, hinos religiosos, marchas militares e até alguns ritmos europeus, como a valsa. O jazz nasceria dessa fusão de estilos e começaria a ser difundido com as primeiras orquestras de rua criadas em cidades a exemplo de Nova Orleans, Menphis e Saint Louis. No início do século seguinte, essas orquestras começaram a ganhar grandes cidades e os salões de bailes dos hotéis. Era o embrião das big bands, expressão que se refere a um grande grupo instrumental associado ao jazz.

Até hoje existem muitos amantes do gênero. Em São Carlos, alguns docentes, servidores técnico-administrativos, estudantes e ex-alunos da UFSCar, além de músicos da cidade criaram a Big Boom Orchestra (B.B.O.). Em 2017, a iniciativa se tornou um projeto de extensão da Universidade, coordenado pelo professor Glauber Lúcio Alves Santiago, do Departamento de Artes e Comunicação (DAC), e direção musical de Rodrigo Ito, ex-aluno do curso de Música da UFSCar.

A B.B.O. tem uma composição maior do que uma típica big band que conta tradicionalmente com 17 músicos. São 21 integrantes: cinco saxofones, cinco trompetes, cinco trombones, uma bateria, um contrabaixo, uma guitarra, um violão, uma percussão e um piano. A B.B.O. toca o repertório das mais diversas formações de big bands, que tiveram grande destaque nas rádios e nos clubes do Brasil e no mundo. Ritmos como o swing, jazz, mambo, samba, salsa e também o funk, soul, rock n' roll, frevo e baião fazem parte das apresentações. "Além disso, há uma parte do show com temas de filmes e séries que são bem característicos do repertório das big bands", destaca Santiago.

O diretor musical conta que a B.B.O. já fez 15 apresentações. A estreia foi no Espaço 7, no centro de São Carlos, em janeiro do ano passado. "Depois, acredito que as mais importantes foram as do Festival Brasil Jazz Solidário, em Ribeirão Preto, no ano passado, e no Festival Chorando Sem Parar, em São Carlos, ainda em 2017, quando tivemos destaques nas TVs locais e grande alcance de espectadores", diz Ito.

Ele lembra também de outras duas apresentações para centenas de pessoas. "Uma no Teatro Municipal de São Carlos, em março deste ano, quando pudemos tocar para 300 alunos e professores da Educação de Jovens e Adultos da cidade, com um show didático que apresentou um pouco da história das big bands e sua importância no cenário musical. E o nosso último show no Teatro Florestan Fernandes da UFSCar, quando contamos com a participação especial dos músicos de grande destaque na nossa região, André Souza e Maria Butcher", descreve Ito.

Os integrantes da B.B.O. ensaiam semanalmente às terças-feiras, às 19h30, no laboratório didático do curso de Música, localizado na área Sul do Campus São Carlos da UFSCar. Músicos interessados em participar, contratantes e pessoas que queiram colaborar com o projeto podem entrar em contato pelos e-mails glauber@ufscar.br e rodrigo.sax.selmer@gmail.com.
18/07/2018
13:00:00
11/08/2018
23:59:00
Mariana Ignatios
Não
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
O grupo já fez 15 apresentações desde o ano passado (Foto: Will Veltroni)
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