UFSCar discute elaboração de protocolo para uso de áreas naturais
São Carlos
Versão preliminar do documento será debatida em reunião aberta em dezembro
Uma comissão composta por integrantes de diversas unidades da UFSCar está elaborando uma proposta de protocolo para uso e manejo das áreas naturais do campus sede da Universidade, um documento que prevê boas práticas de utilização e conservação dessas áreas, que incluem o fragmento de Cerrado. O resultado de uma ampla discussão sobre o assunto será apresentado em reunião aberta à comunidade no próximo dia 12 de dezembro.
A ideia de elaborar o plano surgiu a partir de uma demanda apontada por outro documento, produzido pelo Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA) da UFSCar, que apresentava sugestões para o estabelecimento de orientações e diretrizes de uso para as áreas de Cerrado. Essa compilação foi feita com apoio da comunidade, baseada em respostas a uma consulta online da qual participaram monitores e ex-monitores do projeto "Visitas orientadas à trilha da natureza", docentes que realizam pesquisas em áreas naturais do Campus São Carlos e integrantes da equipe de segurança patrimonial da Instituição.
"Em virtude desse primeiro documento e da necessidade de definir diretrizes para uso e manejo das áreas verdes situadas ao norte do Campus São Carlos da UFSCar, decidiu-se criar um grupo de trabalho, em julho de 2018, composto por diversos especialistas", conta a engenheira agrônoma Raquel Stucchi Boschi, da Secretaria Geral de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS) da Instituição. Ela preside a comissão, composta por um total de 15 pessoas, entre servidores e alunos da Universidade. O grupo, multidisciplinar, produziu uma versão inicial do protocolo, contemplando questões relativas à segurança, infraestrutura, forma de controle de acesso e criação de um banco de dados.
"O protocolo é muito importante para melhorar a gestão ambiental da área assim como a interação e uso, tanto pela comunidade acadêmica como pelo restante da população de São Carlos, que também utiliza os espaços", defende Diogo Loibel Sandonato, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCAm) da UFSCar e um dos integrantes da comissão. Entre os usos do Cerrado, Diogo cita a realização de pesquisas científicas e aulas práticas, além de inúmeras atividades como, por exemplo, as desenvolvidas pelo projeto "Visitas orientadas à trilha da natureza" - caminhadas diurnas e noturnas, passeios ciclísticos, observação de plantas e animais que compõem o bioma etc.
Desde que foi instituído via Portaria GR 3181, de 31 de julho de 2018, o grupo de trabalho vem se reunindo com periodicidade mensal. As etapas previstas na construção do protocolo do Cerrado são: 1. Produção de um organograma com os pontos a serem desenvolvidos; 2. Realização de reuniões mensais para discussão de pontos específicos e produção do manuscrito; 3. Apresentação pública em evento gratuito; 4. Reunião aberta com a comunidade; e 5. Produção do relatório final, prevista para o final de dezembro.
Participação da comunidade
Das etapas previstas, três já foram cumpridas, incluindo a apresentação de uma versão preliminar do protocolo, durante o Workshop do Cerrado, realizado em outubro deste ano. "O evento propiciou um amplo fórum de discussão sobre a importância do fragmento de Cerrado da UFSCar e as suas potencialidades; envolveu a comunidade acadêmica, com a presença de um grande número de estudantes em formação e a comunidade externa com representantes do poder público municipal e da sociedade civil", relata a bióloga Liane Biehl Printes, do DeAEA/SGAS.
"Foi uma grande mobilização em torno do tema e contribuiu com a sistematização de um conhecimento que irá subsidiar as decisões a serem tomadas em relação à gestão da área. O Workshop também foi importante no sentido de apontar as inúmeras possibilidades para pesquisa, ensino e extensão que a área oferece. Destacou-se também a significância do fragmento de Cerrado da UFSCar no contexto das escassas áreas verdes urbanas de São Carlos", completa Printes. Entre as questões técnicas, o Workshop abriu espaço para discussões sobre uso do fogo como técnica de manejo e a ameaça das espécies invasoras e do perigo de animais domésticos em áreas naturais.
O documento
A proposta para área de acesso restrito e áreas de acesso público é um dos principais pontos contemplados no protocolo. "Essas áreas foram definidas com base no uso do solo e levaram em consideração aspectos ambientais, sociais, de infraestrutura e uso anterior. Essa delimitação visa à regulamentação com a finalidade de proteger a flora, a fauna, as belezas naturais, bem como para garantir sua utilização a objetivos educacionais, recreativos e científicos, buscando gerar o menor impacto possível", detalha a Presidente da comissão.
Esse tópico servirá, inclusive, de base para a gestão e manejo dos espaços. "Nas áreas de uso restrito estão previstas atividades de cunho acadêmico e administrativo. Já nas áreas de uso público estão previstas visitação aberta à população, ações esportivas de baixo impacto ambiental, observação e fotografia. Neste ponto também são apresentados comportamentos e procedimentos proibidos, como, por exemplo, a disposição de lixo e resíduos", detalha Boschi.
Outro ponto importante do documento, segundo a engenheira agrônoma, são as propostas de mecanismos de controle que visam à regulamentação do uso, a gestão e a criação de um banco de dados. Um exemplo apontado é a implantação, no site da SGAS, de um cadastramento prévio do requerente e da atividade a ser realizada nas áreas naturais.
Entre outros itens discutidos no protocolo estão a demanda por diagnóstico das áreas (para o levantamento da situação atual, incluindo a presença de espécies invasoras, identificação da necessidade de recuperação e restauro etc.); monitoramento (para avaliar a execução das ações planejadas); previsão de medidas de curto, médio e longo prazos por parte da Universidade; e iniciativas relativas à comunicação, controle de acesso e segurança.
Todos esses temas serão novamente debatidos, junto ao público interessado, em reunião aberta, a ser realizada no dia 12 de dezembro, no auditório 2 da Biblioteca Comunitária (BCo), na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. "Acredito que o grande desafio é que o protocolo seja fruto de um processo que leve em conta a visão de todas as pessoas interessadas. Esse debate amplo é necessário para que o resultado final represente um processo participativo e democrático", conclui Diogo Sandonato.
A ideia de elaborar o plano surgiu a partir de uma demanda apontada por outro documento, produzido pelo Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA) da UFSCar, que apresentava sugestões para o estabelecimento de orientações e diretrizes de uso para as áreas de Cerrado. Essa compilação foi feita com apoio da comunidade, baseada em respostas a uma consulta online da qual participaram monitores e ex-monitores do projeto "Visitas orientadas à trilha da natureza", docentes que realizam pesquisas em áreas naturais do Campus São Carlos e integrantes da equipe de segurança patrimonial da Instituição.
"Em virtude desse primeiro documento e da necessidade de definir diretrizes para uso e manejo das áreas verdes situadas ao norte do Campus São Carlos da UFSCar, decidiu-se criar um grupo de trabalho, em julho de 2018, composto por diversos especialistas", conta a engenheira agrônoma Raquel Stucchi Boschi, da Secretaria Geral de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS) da Instituição. Ela preside a comissão, composta por um total de 15 pessoas, entre servidores e alunos da Universidade. O grupo, multidisciplinar, produziu uma versão inicial do protocolo, contemplando questões relativas à segurança, infraestrutura, forma de controle de acesso e criação de um banco de dados.
"O protocolo é muito importante para melhorar a gestão ambiental da área assim como a interação e uso, tanto pela comunidade acadêmica como pelo restante da população de São Carlos, que também utiliza os espaços", defende Diogo Loibel Sandonato, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCAm) da UFSCar e um dos integrantes da comissão. Entre os usos do Cerrado, Diogo cita a realização de pesquisas científicas e aulas práticas, além de inúmeras atividades como, por exemplo, as desenvolvidas pelo projeto "Visitas orientadas à trilha da natureza" - caminhadas diurnas e noturnas, passeios ciclísticos, observação de plantas e animais que compõem o bioma etc.
Desde que foi instituído via Portaria GR 3181, de 31 de julho de 2018, o grupo de trabalho vem se reunindo com periodicidade mensal. As etapas previstas na construção do protocolo do Cerrado são: 1. Produção de um organograma com os pontos a serem desenvolvidos; 2. Realização de reuniões mensais para discussão de pontos específicos e produção do manuscrito; 3. Apresentação pública em evento gratuito; 4. Reunião aberta com a comunidade; e 5. Produção do relatório final, prevista para o final de dezembro.
Participação da comunidade
Das etapas previstas, três já foram cumpridas, incluindo a apresentação de uma versão preliminar do protocolo, durante o Workshop do Cerrado, realizado em outubro deste ano. "O evento propiciou um amplo fórum de discussão sobre a importância do fragmento de Cerrado da UFSCar e as suas potencialidades; envolveu a comunidade acadêmica, com a presença de um grande número de estudantes em formação e a comunidade externa com representantes do poder público municipal e da sociedade civil", relata a bióloga Liane Biehl Printes, do DeAEA/SGAS.
"Foi uma grande mobilização em torno do tema e contribuiu com a sistematização de um conhecimento que irá subsidiar as decisões a serem tomadas em relação à gestão da área. O Workshop também foi importante no sentido de apontar as inúmeras possibilidades para pesquisa, ensino e extensão que a área oferece. Destacou-se também a significância do fragmento de Cerrado da UFSCar no contexto das escassas áreas verdes urbanas de São Carlos", completa Printes. Entre as questões técnicas, o Workshop abriu espaço para discussões sobre uso do fogo como técnica de manejo e a ameaça das espécies invasoras e do perigo de animais domésticos em áreas naturais.
O documento
A proposta para área de acesso restrito e áreas de acesso público é um dos principais pontos contemplados no protocolo. "Essas áreas foram definidas com base no uso do solo e levaram em consideração aspectos ambientais, sociais, de infraestrutura e uso anterior. Essa delimitação visa à regulamentação com a finalidade de proteger a flora, a fauna, as belezas naturais, bem como para garantir sua utilização a objetivos educacionais, recreativos e científicos, buscando gerar o menor impacto possível", detalha a Presidente da comissão.
Esse tópico servirá, inclusive, de base para a gestão e manejo dos espaços. "Nas áreas de uso restrito estão previstas atividades de cunho acadêmico e administrativo. Já nas áreas de uso público estão previstas visitação aberta à população, ações esportivas de baixo impacto ambiental, observação e fotografia. Neste ponto também são apresentados comportamentos e procedimentos proibidos, como, por exemplo, a disposição de lixo e resíduos", detalha Boschi.
Outro ponto importante do documento, segundo a engenheira agrônoma, são as propostas de mecanismos de controle que visam à regulamentação do uso, a gestão e a criação de um banco de dados. Um exemplo apontado é a implantação, no site da SGAS, de um cadastramento prévio do requerente e da atividade a ser realizada nas áreas naturais.
Entre outros itens discutidos no protocolo estão a demanda por diagnóstico das áreas (para o levantamento da situação atual, incluindo a presença de espécies invasoras, identificação da necessidade de recuperação e restauro etc.); monitoramento (para avaliar a execução das ações planejadas); previsão de medidas de curto, médio e longo prazos por parte da Universidade; e iniciativas relativas à comunicação, controle de acesso e segurança.
Todos esses temas serão novamente debatidos, junto ao público interessado, em reunião aberta, a ser realizada no dia 12 de dezembro, no auditório 2 da Biblioteca Comunitária (BCo), na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. "Acredito que o grande desafio é que o protocolo seja fruto de um processo que leve em conta a visão de todas as pessoas interessadas. Esse debate amplo é necessário para que o resultado final represente um processo participativo e democrático", conclui Diogo Sandonato.
26/11/2018
13:00:00
26/12/2018
23:59:00
Denise Britto
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
A exemplo do Workshop do Cerrado, UFSCar realizará nova reunião aberta (Foto: Divulgação)
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