Pesquisa da UFSCar contribui com circuitos eletrônicos do futuro
São Carlos
Estudo desvendou mecanismo atômico da fotomodulação em cristal bidimensional
Os resultados de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) da UFSCar - em parceria com a Universidade de Ohio (EUA) e o Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC - USP) - podem ser considerados um bloco fundamental no desenvolvimento de materiais híbridos (orgânico/inorgânico) bidimensionais que vêm sendo considerados o futuro para várias aplicações, que vão de dispositivos optoeletrônicos cada vez menores a células fotovoltaicas, dentre outras. O trabalho, fruto do doutorado de Diana Meneses-Gustin, sob orientação de Victor Lopez Richard, docente do Departamento de Física (DF) da UFSCar, foi publicado em edição de dezembro do ano passado do periódico Physical Review B, um dos mais importantes na área da Física, com o título "Photomodulation of transport in monolayer dichalcogenides". Meneses-Gustin realizou parte da pesquisa na Universidade de Ohio, sob a supervisão de Sergio Ulloa, docente do Departamento de Física e Astronomia e integrante do Instituto de Fenômenos Quânticos e em Escala Nanométrica daquela Universidade.
A pesquisa mostrou teoricamente como se dá a interação entre moléculas de azobenzeno e uma monocamada de MoS2 (disulfeto de molibdeno, um dicalcogeneto de metal de transição, inorgânico) com espessura de três átomos, ou seja, quase bidimensional. O azobenzeno é uma molécula orgânica que pode mudar de forma com a incidência de luz de determinado comprimento de onda, e o que o estudo teórico mostrou é como essas alterações podem ser usadas para produzir mudanças também no ambiente eletrônico do dicalcogeneto associado às moléculas de azobenzeno. Segundo os pesquisadores responsáveis, esse comportamento abre a possibilidade da inscrição - ou apagamento, em um processo reversível - de caminhos condutores nanométricos em materiais bidimensionais. Como explicam esses pesquisadores, os resultados encontrados no trabalho são ponto de partida para a construção de propostas mais complexas, relacionadas justamente à obtenção de sistemas optoeletrônicos cada vez menores, flexíveis e de baixo peso.
Victor Lopez Richard destaca o papel essencial da colaboração entre os três grupos de pesquisa e, assim, da interação entre conhecimentos complementares. O docente da UFSCar conta que a colaboração com o grupo de Sergio Ulloa, na Universidade de Ohio, já dura 20 anos. No IQSC, a colaboração é com o grupo de Juarez Lopes Ferreira da Silva, e já acontece há cinco anos. "Devo reforçar também a relevância do apoio das agências de fomento brasileiras para a concretização dessas colaborações e dos nossos resultados", conclui o pesquisador.
A colaboração foi destaque também no site da Universidade de Ohio. O artigo completo está acessível na Physical Review B.
A pesquisa mostrou teoricamente como se dá a interação entre moléculas de azobenzeno e uma monocamada de MoS2 (disulfeto de molibdeno, um dicalcogeneto de metal de transição, inorgânico) com espessura de três átomos, ou seja, quase bidimensional. O azobenzeno é uma molécula orgânica que pode mudar de forma com a incidência de luz de determinado comprimento de onda, e o que o estudo teórico mostrou é como essas alterações podem ser usadas para produzir mudanças também no ambiente eletrônico do dicalcogeneto associado às moléculas de azobenzeno. Segundo os pesquisadores responsáveis, esse comportamento abre a possibilidade da inscrição - ou apagamento, em um processo reversível - de caminhos condutores nanométricos em materiais bidimensionais. Como explicam esses pesquisadores, os resultados encontrados no trabalho são ponto de partida para a construção de propostas mais complexas, relacionadas justamente à obtenção de sistemas optoeletrônicos cada vez menores, flexíveis e de baixo peso.
Victor Lopez Richard destaca o papel essencial da colaboração entre os três grupos de pesquisa e, assim, da interação entre conhecimentos complementares. O docente da UFSCar conta que a colaboração com o grupo de Sergio Ulloa, na Universidade de Ohio, já dura 20 anos. No IQSC, a colaboração é com o grupo de Juarez Lopes Ferreira da Silva, e já acontece há cinco anos. "Devo reforçar também a relevância do apoio das agências de fomento brasileiras para a concretização dessas colaborações e dos nossos resultados", conclui o pesquisador.
A colaboração foi destaque também no site da Universidade de Ohio. O artigo completo está acessível na Physical Review B.
30/01/2019
13:00:00
27/02/2019
23:59:00
Mariana Pezzo
Não
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Diana Meneses-Dustin, que fez doutorado sanduíche nos EUA (Foto Jean Andrews – Universidade de Ohio)
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