Projeto amplia frente de manutenção e recuperação do Cerrado da UFSCar
São Carlos
Arca do Cerrado convida voluntários para participarem de ações no Campus São Carlos
Manter e recuperar a área de Cerrado sobre a qual foi implantado o Campus São Carlos da UFSCar. Com este propósito, a Universidade tem viabilizado uma série de iniciativas, dentre elas o projeto de extensão "A Arca do Cerrado: jardinagem para a valorização e recuperação do Cerrado". O objetivo do projeto, implantado pelo coletivo Pomar do Cerrado, é sensibilizar a comunidade universitária e a população de São Carlos para a importância ecológica, a beleza e as potencialidades da flora do Cerrado na configuração das áreas livres e da paisagem urbana em geral.
"Pensamos a atividade Arca do Cerrado como uma possibilidade de conservar e renovar a diversidade e a riqueza material e simbólica desse ecossistema ameaçado; como uma oportunidade de envolver a comunidade em sua preservação; e como um laboratório para aprendizagens múltiplas, no campo da Botânica e da Ecologia, da conservação e recuperação do Cerrado em áreas urbanas e da Educação Ambiental", explica Mauricio Fernandes Figueiredo, docente do Departamento de Computação (DC) da UFSCar, fundador do Pomar do Cerrado e coordenador do projeto de extensão.
No Brasil como um todo, a cobertura vegetal original do Cerrado foi reduzida em aproximadamente 50%. Em São Paulo, a situação é ainda mais dramática, pois 81% já foi desmatado. Em São Carlos, a situação não é muito diferente: se originalmente o Cerrado cobria 43% de todo o Município, hoje restam apenas 4,5%, e essa cobertura é fragmentada em áreas relativamente pequenas e isoladas.
História
Em 2014, os participantes do Coletivo do Cerrado faziam reuniões quinzenais para planejar ações de manutenção do bioma. Como uma de suas ações, em março de 2015, foram organizadas palestras e o plantio de 16 mudas que Maurício Figueiredo havia cultivado a partir de sementes do fragmento. "Eram mudas de arbustos frutíferos; algumas podem ser consumidas por humanos - como o abacaxi-do-cerrado e o araçá -, mas a maioria alimenta animais silvestres. Por isso o nome original do projeto era Pomar do Cerrado", contam os integrantes do projeto, formado por estudantes da UFSCar e pessoas da comunidade de São Carlos. "Depois, continuamos a manutenção do espaço, produzindo novas mudas, inclusive de plantas que se destacam pela beleza das flores. Algumas plantas típicas de Cerrado também brotaram espontaneamente como uma espécie de araçá e a gabiroba", relatam. Hoje, o pomar/jardim conta com aproximadamente 100 plantas de 50 espécies e está localizado próximo ao DC, na área Norte do Campus São Carlos.
Em 2018, o projeto do Pomar do Cerrado tornou-se uma atividade de extensão ligada à Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) e mudou o nome para Arca do Cerrado. "De fato, como o objetivo principal é resgatar, em especial no imaginário das pessoas, a importância e as belezas do Cerrado, nos demos conta de que estávamos criando uma espécie de 'Arca de Noé', em que os resgatados são plantas e, por consequência, os animais que delas dependem", relatam os integrantes da Arca.
Com o passar do tempo, a prática foi agregando participantes que trouxeram novas propostas de intervenção e também novos conhecimentos. Dentre elas, estão atividades de divulgação (para dar visibilidade e atrair mais voluntários), Educação Ambiental (com a recepção de pessoas e grupos de alunos) e a identificação das espécies cujas sementes provêm exclusivamente do fragmento de Cerrado sobre o qual foi implantado o Campus da UFSCar. "Para compreender a ecologia e valorizar devidamente a vegetação desse fragmento, são necessários conhecimentos de Botânica e Taxonomia. Com a participação de especialistas na área, está sendo possível criar um catálogo das espécies cultivadas no pomar", afirma o grupo.
Envolvimento da comunidade
Outra dimensão importante da Arca do Cerrado são as relações sociais que se estabeleceram na comunidade local e com profissionais e outros coletivos que atuam em várias regiões do País, entre amadores e especialistas. "Esses encontros geraram amizades e conhecimentos valiosos, especialmente porque atuar na conservação ambiental, e do Cerrado mais especificamente, pode revelar-se uma tarefa difícil, cheia de desafios, cujo enfrentamento depende da colaboração e da solidariedade", contam os integrantes.
As atividades da Arca tem grande potencial interdisciplinar. "A própria composição do coletivo, heterogênea do ponto de vista disciplinar, demonstra que a conservação e restauração do Cerrado não são apenas 'papo de biólogo', mas uma responsabilidade que interessa a todas as carreiras e cidadãos atentos à importância e à vulnerabilidade dos poucos refúgios da vida silvestre que ainda restam no estado de São Paulo", destacam. Desse ponto de vista, a iniciativa abre espaço para diversas competências e habilidades, em campos muito diversos, desde a gestão de recursos naturais, até a comunicação e a produção de materiais audiovisuais, passando pela Educação e as Ciências da Informação.
Pessoas interessadas em participar podem entrar em contato pelo e-mail pomardocerrado@gmail.com. Para saber mais sobre a Arca do Cerrado e acompanhar as atividades, visite a página do projeto no Facebook e o perfil recém-criado no Instagram, o @arcadocerrado.
"Pensamos a atividade Arca do Cerrado como uma possibilidade de conservar e renovar a diversidade e a riqueza material e simbólica desse ecossistema ameaçado; como uma oportunidade de envolver a comunidade em sua preservação; e como um laboratório para aprendizagens múltiplas, no campo da Botânica e da Ecologia, da conservação e recuperação do Cerrado em áreas urbanas e da Educação Ambiental", explica Mauricio Fernandes Figueiredo, docente do Departamento de Computação (DC) da UFSCar, fundador do Pomar do Cerrado e coordenador do projeto de extensão.
No Brasil como um todo, a cobertura vegetal original do Cerrado foi reduzida em aproximadamente 50%. Em São Paulo, a situação é ainda mais dramática, pois 81% já foi desmatado. Em São Carlos, a situação não é muito diferente: se originalmente o Cerrado cobria 43% de todo o Município, hoje restam apenas 4,5%, e essa cobertura é fragmentada em áreas relativamente pequenas e isoladas.
História
Em 2014, os participantes do Coletivo do Cerrado faziam reuniões quinzenais para planejar ações de manutenção do bioma. Como uma de suas ações, em março de 2015, foram organizadas palestras e o plantio de 16 mudas que Maurício Figueiredo havia cultivado a partir de sementes do fragmento. "Eram mudas de arbustos frutíferos; algumas podem ser consumidas por humanos - como o abacaxi-do-cerrado e o araçá -, mas a maioria alimenta animais silvestres. Por isso o nome original do projeto era Pomar do Cerrado", contam os integrantes do projeto, formado por estudantes da UFSCar e pessoas da comunidade de São Carlos. "Depois, continuamos a manutenção do espaço, produzindo novas mudas, inclusive de plantas que se destacam pela beleza das flores. Algumas plantas típicas de Cerrado também brotaram espontaneamente como uma espécie de araçá e a gabiroba", relatam. Hoje, o pomar/jardim conta com aproximadamente 100 plantas de 50 espécies e está localizado próximo ao DC, na área Norte do Campus São Carlos.
Em 2018, o projeto do Pomar do Cerrado tornou-se uma atividade de extensão ligada à Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) e mudou o nome para Arca do Cerrado. "De fato, como o objetivo principal é resgatar, em especial no imaginário das pessoas, a importância e as belezas do Cerrado, nos demos conta de que estávamos criando uma espécie de 'Arca de Noé', em que os resgatados são plantas e, por consequência, os animais que delas dependem", relatam os integrantes da Arca.
Com o passar do tempo, a prática foi agregando participantes que trouxeram novas propostas de intervenção e também novos conhecimentos. Dentre elas, estão atividades de divulgação (para dar visibilidade e atrair mais voluntários), Educação Ambiental (com a recepção de pessoas e grupos de alunos) e a identificação das espécies cujas sementes provêm exclusivamente do fragmento de Cerrado sobre o qual foi implantado o Campus da UFSCar. "Para compreender a ecologia e valorizar devidamente a vegetação desse fragmento, são necessários conhecimentos de Botânica e Taxonomia. Com a participação de especialistas na área, está sendo possível criar um catálogo das espécies cultivadas no pomar", afirma o grupo.
Envolvimento da comunidade
Outra dimensão importante da Arca do Cerrado são as relações sociais que se estabeleceram na comunidade local e com profissionais e outros coletivos que atuam em várias regiões do País, entre amadores e especialistas. "Esses encontros geraram amizades e conhecimentos valiosos, especialmente porque atuar na conservação ambiental, e do Cerrado mais especificamente, pode revelar-se uma tarefa difícil, cheia de desafios, cujo enfrentamento depende da colaboração e da solidariedade", contam os integrantes.
As atividades da Arca tem grande potencial interdisciplinar. "A própria composição do coletivo, heterogênea do ponto de vista disciplinar, demonstra que a conservação e restauração do Cerrado não são apenas 'papo de biólogo', mas uma responsabilidade que interessa a todas as carreiras e cidadãos atentos à importância e à vulnerabilidade dos poucos refúgios da vida silvestre que ainda restam no estado de São Paulo", destacam. Desse ponto de vista, a iniciativa abre espaço para diversas competências e habilidades, em campos muito diversos, desde a gestão de recursos naturais, até a comunicação e a produção de materiais audiovisuais, passando pela Educação e as Ciências da Informação.
Pessoas interessadas em participar podem entrar em contato pelo e-mail pomardocerrado@gmail.com. Para saber mais sobre a Arca do Cerrado e acompanhar as atividades, visite a página do projeto no Facebook e o perfil recém-criado no Instagram, o @arcadocerrado.
13/03/2019
13:00:00
13/04/2019
23:59:00
Denise Britto
Não
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Plantio de mudas nativas é uma das atividades do projeto (Foto: Arca do Cerrado/UFSCar)
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