Campus Sorocaba da UFSCar promove II Simpósio de Arte Afro-brasileira

Sorocaba
Evento, gratuito e aberto ao público, acontece no dia 26 de novembro com teatro e palestras
Na próxima terça-feira, dia 26 de novembro, acontece no Campus Sorocaba da UFSCar o II Simpósio de Arte Afro-brasileira. O objetivo é visibilizar a arte afro-brasileira dentro da Universidade, facilitando o acesso físico e linguístico da comunidade que frequenta o Campus às culturas de matriz africana, a fim de se pensar sobre uma pedagogia voltada à formação de espectadores críticos e promover a ampliação de repertório cultural sobre as artes afro-brasileiras.

Relacionado ao Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o Simpósio promove mais um espaço para o debate sobre a diversidade cultural e artística com base em uma dimensão humanizadora das práticas educativas, bem como em uma dimensão coletiva e política da formação de professoras e professores.

O evento tem organização geral de Lucia Maria Salgado dos Santos Lombardi, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE-So) do Campus Sorocaba da UFSCar. "Sou professora de Arte, Corpo e Movimento do curso de Pedagogia da Universidade. Assumindo a responsabilidade de uma educação para as relações étnico-raciais na perspectiva da educação antirracista, procuro fazer um trabalho docente que incorpore o ano todo as culturas afro-brasileiras em minhas ações, como aulas na graduação, cursos de extensão, orientações de pesquisa, eventos, viagens didáticas etc. Também costumo empenhar esforços na organização de algumas ações para fortalecer a consciência negra, especialmente em novembro, dado que o estabelecimento do dia 20 como Dia Nacional da Consciência Negra favorece os debates sobre esse tema", explica Lombardi, que é líder do Grupo de Pesquisa sobre Infância, Arte, Práticas Educativas e Psicossociais (GIAPE), vinculado ao DCHE-So.

Programação artística e científica
O evento acontece a partir das 18 horas, no auditório do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade (CCTS) do Campus Sorocaba da UFSCar. A programação tem início com a apresentação do Grupo Trança de Teatro, com o espetáculo "Ilu Okan, o que minha vó contou". Na peça, três crianças, netos da mesma avó, inventam brincadeiras enquanto recontam as histórias que a avó contou, em algum outro dia e lugar. A narrativa é um encontro com a memória que reinavam no imaginário da avó, que já não está mais presente. As crianças vão, então, recontando histórias de heroínas e heróis negros: Sundiata X (descendente de família real do Mali), Dandara (guerreira, companheira de Zumbi dos Palmares), Janaina (em referência a lemanjá, divindade africana, mitologia loruba, da região da Nigéria e Benim).

A partir das 20 horas, acontece a mesa-redonda "Questões da Arte Afro-brasileira", composta por palestras de três especialistas. O tema "Educação das relações étnico-raciais desde a Educação Infantil", será abordado por Vanessa Ferreira Garcia, mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd-So) do Campus Sorocaba da UFSCar e professora de Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino de Sorocaba. A palestra "O teatro de negras e negros no Brasil" será apresentada por Lena Roque, diretora teatral, atriz, arte-educadora e escritora, formada em teatro pela Escola de Comunicações e Arte (ECA) da Universidade de São Paulo (USP); e, por fim, "As danças de origem africana" serão discutidas por Lourdes Liéje, bailarina afro e arte-educadora e diretora artística da Cia. Abayomi’n de Danças Afro-brasileiras e Coral de Mulheres Negras (Momunes).

Detalhes sobre as palestrantes e os tópicos discutidos estão na página do evento no Facebook.

Para Lucia Lombardi, ao longo da história da arte brasileira, observou-se um silenciamento da presença afrodescendente, que o Simpósio combate ao levar para dentro da Universidade artistas e coletivos que problematizam a ancestralidade negra. "Convidar artistas e pesquisadoras negras para se apresentarem na UFSCar, com suas produções e seus conhecimentos sobre as culturas e as artes de matriz africana, mostra que, como professores, assumimos a tarefa de fazer uma educação antirracista em parceria com artistas da várias linguagens, historiadores da arte, militantes do movimento negro, educadores de museus e demais pessoas interessadas na preservação e estudos destas culturas", defende ela.

Participação e organização
O público-alvo do Simpósio é formado por profissionais que atuam na Educação Infantil dos Centros de Educação Infantil (CEIs) de Sorocaba; estudantes da graduação e da pós-graduação em Educação da UFSCar; docentes e técnico-administrativos do Campus Sorocaba; crianças acompanhadas por seus responsáveis para o espetáculo; pessoas vinculadas ao movimento negro de Sorocaba e de outras cidades da Região Metropolitana, incluindo membros do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CMPDCN); da Coordenadoria da Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Cidadania e Participação Popular (Secid) e da União de Negros pela Igualdade (Unegro) de Sorocaba.

A ação integra o projeto de extensão "Ao encontro das artes", coordenado por Lucia Lombardi, e conta com a participação dos membros do GIAPE e do Grupo de Pesquisa Formação Política de Professoras e Professores (GPForPP), liderado pelo docente Marcos de Oliveira Soares, do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH-So) do Campus Sorocaba da UFSCar.
O evento é gratuito, sem necessidade de inscrição prévia. O credenciamento será feito no local para certificação dos participantes. Mais informações estão disponíveis na página do evento no Facebook. Dúvidas podem ser encaminhadas ao GIAPE, pelo e-mail ufscargiape@gmail.com.
22/11/2019
13:00:00
27/11/2019
23:59:00
Denise Britto
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Cena da peça que integra programação do evento (Foto: Facebook/Trança de Teatro)
12255