Pesquisa da UFSCar aponta que negros sofrem mais punições do que brancos
Estudo é coordenado por Jacqueline Sinhoretto, docente do Departamento de Sociologia
Uma pesquisa sobre desigualdades raciais produzidas em abordagens policiais, coordenada por Jacqueline Sinhoretto, docente do Departamento de Sociologia (DS) e líder do Grupo de Estudos Sobre Violência e Administração de Conflitos (GEVAC) da UFSCar, apontou que pessoas negras sofrem de três a sete vezes mais punições do que pessoas brancas. O estudo, realizado durante três anos, analisou dados quantitativos de prisões em flagrante e letalidade policial por cor/raça. Também foram feitas entrevistas em profundidade com policiais militares sobre o tema polícia e racismo, permitindo conhecer o que policiais brancos e negros, oficiais e praças, pensam sobre a temática.
De acordo com Sinhoretto, a proporção de prisões em flagrante de pessoas negras em relação às brancas chega a ser até quatro vezes maior, ponderando o número de brancos e negros na população. "As pessoas negras são alvo mais frequente de uso letal da força. A depender do ano e do distrito, a chance matemática de uma pessoa negra ser morta pela polícia é de três a sete vezes maior do que a chance de um branco receber o mesmo tratamento", explica a pesquisadora.
Os relatos dos policiais apontam que seu trabalho é baseado na busca ativa de atitudes suspeitas, que a grande maioria descreve como sendo características corporais, de vestimenta, de gestual, de modo de andar e olhar, e até de cortar o cabelo. O estudo mostra que eles associam pessoas negras a essas atitudes suspeitas. "Dessa forma, não são atitudes impessoais que eles procuram, mas tipos físicos estigmatizados, estereótipos sobre o corpo e características culturais forjadas pelo racismo", esclarece Sinhoretto.
Segundo a docente, esse quadro foi obtido por meio de dados oficiais de São Paulo e Minas Gerais, pois a deficiência das estatísticas dificulta fazer o acompanhamento em todos os estados que foram analisados - além desses, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Além disso, as instituições negam a existência de evidências de discriminação racial na atuação policial, o que dificulta a discussão de soluções para reverter o quadro e melhorar as técnicas de trabalho policial.
A pesquisa foi realizada em rede com a Universidade de Brasília (UnB), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Fundação João Pinheiro, núcleos ligados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC). O relatório sobre a pesquisa pode ser acessado aqui.
De acordo com Sinhoretto, a proporção de prisões em flagrante de pessoas negras em relação às brancas chega a ser até quatro vezes maior, ponderando o número de brancos e negros na população. "As pessoas negras são alvo mais frequente de uso letal da força. A depender do ano e do distrito, a chance matemática de uma pessoa negra ser morta pela polícia é de três a sete vezes maior do que a chance de um branco receber o mesmo tratamento", explica a pesquisadora.
Os relatos dos policiais apontam que seu trabalho é baseado na busca ativa de atitudes suspeitas, que a grande maioria descreve como sendo características corporais, de vestimenta, de gestual, de modo de andar e olhar, e até de cortar o cabelo. O estudo mostra que eles associam pessoas negras a essas atitudes suspeitas. "Dessa forma, não são atitudes impessoais que eles procuram, mas tipos físicos estigmatizados, estereótipos sobre o corpo e características culturais forjadas pelo racismo", esclarece Sinhoretto.
Segundo a docente, esse quadro foi obtido por meio de dados oficiais de São Paulo e Minas Gerais, pois a deficiência das estatísticas dificulta fazer o acompanhamento em todos os estados que foram analisados - além desses, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Além disso, as instituições negam a existência de evidências de discriminação racial na atuação policial, o que dificulta a discussão de soluções para reverter o quadro e melhorar as técnicas de trabalho policial.
A pesquisa foi realizada em rede com a Universidade de Brasília (UnB), a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e a Fundação João Pinheiro, núcleos ligados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC). O relatório sobre a pesquisa pode ser acessado aqui.
20/10/2020
18:00:00
23/10/2020
23:59:00
João Eduardo Justi
Não
Não
Visitante, Pesquisador, Docente/TA, Estudante
Quadro foi obtido por meio de dados oficiais de São Paulo e Minas Gerais (Imagem: CCS)
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