Encontro de internacionalização compartilha boas práticas e experiências
São Carlos
Reflexões são subsídio à continuidade do Programa Institucional de Internacionalização
A UFSCar realizou nesta sexta-feira (12/3) seu II Encontro de Internacionalização, no âmbito do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt), apoiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O evento compartilhou resultados parciais do PrInt, em seus anos iniciais (2018-2020), e também uma série de debates e reflexões visando o planejamento da continuidade do Programa, com ênfase ao objetivo de ampliar sua abrangência.
Um dos destaques do evento foi a participação de lideranças em pesquisa e pós-graduação da Universidade de Calgary, no Canadá, e da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos.
William J. McIlvane, Professor Emérito na Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts e Diretor Executivo do Eunice Kennedy Shriver Center, contou como sua trajetória acadêmica foi profundamente impactada por uma longa história de cooperação com colegas do Brasil. Em 1984, Julio Cesar Coelho de Rose, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, foi ao Shriver Center realizar estágio de pós-doutorado, inaugurando uma parceria que já dura quase 40 anos e se multiplicou na formação de dezenas de profissionais, produção de conhecimento sistematizado em dezenas de publicações, além de estar na origem da constituição do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE), sediado na UFSCar e coordenado por Deisy das Graças de Souza, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar.
Como fatores para o sucesso da colaboração, McIlvane destacou a qualidade da formação de estudantes de graduação e pós-graduação do Brasil e o apoio das agências de fomento brasileiras, complementarmente às agências dos EUA; a infraestrutura e as oportunidades oferecidas pelo Shriver Center, que o pesquisador citou para exemplificar a importância de considerar esses aspectos no estabelecimento de projetos de internacionalização; e, por fim, o alinhamento e a complementaridade de objetivos e de possibilidades entre os parceiros, que permitiram que eventuais lacunas e dificuldades em um país fossem superadas com o potencial existente na instituição parceira.
Janaka Ruwanpura, Vice-Reitor na Universidade de Calgary e dirigente também na área de internacionalização da pesquisa, compartilhou no evento o modelo adotado pela universidade canadense para promoção da internacionalização, que ele chamou de uma "receita de sucesso". O modelo está organizado em sete passos: estabelecimento da internacionalização como uma prioridade acadêmica; existência de uma estratégia institucional clara e focada; liderança dinâmica e entusiasmada; projetos e programas liderados pelo corpo docente; integração da estratégia de internacionalização ao ensino, à pesquisa e à extensão; garantia de estrutura organizacional e infraestrutura condizente; e disponibilidade de financiamento.
Além destas apresentações, o evento teve momentos destinados ao compartilhamento das experiências da comunidade da UFSCar no âmbito do PrInt. Na UFSCar, o Programa está organizado em cinco temas prioritários: Materiais estratégicos; Revolução na indústria e cidades: Indústria 4.0 e Cidades Inteligentes; Educação e processos humanos para a transformação social; Tecnologias integradas para a Saúde: da prevenção à reabilitação; e Biodiversidade, funções ecossistêmicas e sustentabilidade. Durante o Encontro de Internacionalização, participantes do PrInt, docentes e estudantes em todas essas áreas compartilharam suas experiências em diferentes países e, também, divulgaram informações sobre acordos de cooperação e de cotutela firmados no âmbito do PrInt.
Futuro
A abertura do evento contou com a participação do Presidente da Capes, Benedito Guimarães Aguiar Neto, que situou o conhecimento como base do desenvolvimento social e econômico do País e, neste contexto, qualificou a internacionalização como fundamental à excelência acadêmica. O dirigente colocou o PrInt como contribuição fundamental neste sentido e, comentando os desafios à ampliação da participação brasileira na produção de conhecimento no cenário internacional, destacou a importância não apenas dos programas de pós-graduação consolidados, mas também daqueles em consolidação.
A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, fez um panorama da pós-graduação na UFSCar, com programas em três dos quatro campi da Universidade. "Só não temos ainda programas de pós-graduação no nosso campus caçula, Lagoa do Sino, mas trabalharemos para que esse quadro mude em breve", comprometeu-se a dirigente.
A Reitora também destacou a existência de programas de excelência em todas as áreas de conhecimento. Outros temas abordados foram o compromisso com a implantação da Política Institucional de Ações Afirmativas na pós-graduação, aprovada em 2020, e a relevância da colaboração entre países do hemisfério Sul, juntamente com a intensa colaboração já consolidada com grandes universidades na liderança considerando o contexto internacional.
Comentando o futuro do PrInt na UFSCar, a Reitora apresentou o plano de torná-lo mais abrangente do ponto de vista da gestão, aproximando atores importantes, como a Pró-Reitoria de Pesquisa (ProPq), a Secretaria Geral de Relações Internacionais (SRInter) e o Instituto de Línguas (IL). Ainda na abertura, os dirigentes da ProPG, Rodrigo Constante Martins, e da ProPq, Ernesto Chaves Pereira, também abordaram a questão de expansão do PrInt na Universidade. Os pró-reitores falaram que a internacionalização deve atingir não apenas os diferentes grupos de pesquisa, mas a Instituição como um todo. "O Programa deve ser posicionado como um espaço para explicitação das competências da Universidade, envolvendo novos grupos e instâncias da UFSCar", sintetizou Martins.
Pandemia
Ana Beatriz de Oliveira também falou dos desafios e dificuldades impostos pela pandemia de Covid-19, abordados em seguida em mesa própria que contou com a participação de Heloísa Candia Hollnagel, Diretora de Relações Internacionais da Capes; Luís Mello, Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); e Maria de Jesus Dutra dos Reis, Vice-Reitora e Coordenadora do Comitê Gestor da Pandemia na UFSCar.
A mesa-redonda sobre desafios no cenário de pandemia, reconhecendo as dificuldades e limitações relacionadas à impossibilidade de viagens internacionais, destacou como a internacionalização não se dá apenas na mobilidade de pesquisadores. Hollnagel comentou o fortalecimento, ao longo de 2020, das iniciativas para a chamada internacionalização em casa, elogiando, neste sentido, os planos de ampliação da abrangência do PrInt na UFSCar. Mello, por sua vez, falou de modelos de colaboração desenvolvida a distância, como na área de Astronomia, por exemplo, em que dados de observação em grandes telescópios são obtidos sem a obrigatoriedade de viajar até eles, e comentou também que as experiências de realização de eventos e reuniões remotamente podem ser exploradas e alavancadas até mesmo para o futuro pós-pandemia.
A Vice-Reitora da UFSCar, por sua vez, apresentou uma síntese de diferentes relatórios internacionais sobre principais impactos da pandemia na Educação Superior ao redor do mundo. Dentre esses impactos estão os desafios relacionados ao ensino a distância (tecnológicos, pedagógicos e humanos) e, especificamente, a inequidade relacionada a desigualdades no acesso aos recursos digitais; a manifestação de desigualdades de gênero no contexto do trabalho em casa; e efeitos sobre a saúde física e mental de todas as pessoas. A dirigente mostrou como a identificação desses impactos informou a elaboração do Vencendo a Covid-19, plano de enfrentamento à pandemia na UFSCar recentemente aprovado pelo Conselho Universitário (ConsUni), e apresentou as principais características e a estrutura de governança do plano.
Todas as apresentações do II Encontro de Internacionalização da UFSCar foram gravadas e podem ser conferidas no canal do PrInt-UFSCar no YouTube.
Um dos destaques do evento foi a participação de lideranças em pesquisa e pós-graduação da Universidade de Calgary, no Canadá, e da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos.
William J. McIlvane, Professor Emérito na Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts e Diretor Executivo do Eunice Kennedy Shriver Center, contou como sua trajetória acadêmica foi profundamente impactada por uma longa história de cooperação com colegas do Brasil. Em 1984, Julio Cesar Coelho de Rose, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar, foi ao Shriver Center realizar estágio de pós-doutorado, inaugurando uma parceria que já dura quase 40 anos e se multiplicou na formação de dezenas de profissionais, produção de conhecimento sistematizado em dezenas de publicações, além de estar na origem da constituição do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE), sediado na UFSCar e coordenado por Deisy das Graças de Souza, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar.
Como fatores para o sucesso da colaboração, McIlvane destacou a qualidade da formação de estudantes de graduação e pós-graduação do Brasil e o apoio das agências de fomento brasileiras, complementarmente às agências dos EUA; a infraestrutura e as oportunidades oferecidas pelo Shriver Center, que o pesquisador citou para exemplificar a importância de considerar esses aspectos no estabelecimento de projetos de internacionalização; e, por fim, o alinhamento e a complementaridade de objetivos e de possibilidades entre os parceiros, que permitiram que eventuais lacunas e dificuldades em um país fossem superadas com o potencial existente na instituição parceira.
Janaka Ruwanpura, Vice-Reitor na Universidade de Calgary e dirigente também na área de internacionalização da pesquisa, compartilhou no evento o modelo adotado pela universidade canadense para promoção da internacionalização, que ele chamou de uma "receita de sucesso". O modelo está organizado em sete passos: estabelecimento da internacionalização como uma prioridade acadêmica; existência de uma estratégia institucional clara e focada; liderança dinâmica e entusiasmada; projetos e programas liderados pelo corpo docente; integração da estratégia de internacionalização ao ensino, à pesquisa e à extensão; garantia de estrutura organizacional e infraestrutura condizente; e disponibilidade de financiamento.
Além destas apresentações, o evento teve momentos destinados ao compartilhamento das experiências da comunidade da UFSCar no âmbito do PrInt. Na UFSCar, o Programa está organizado em cinco temas prioritários: Materiais estratégicos; Revolução na indústria e cidades: Indústria 4.0 e Cidades Inteligentes; Educação e processos humanos para a transformação social; Tecnologias integradas para a Saúde: da prevenção à reabilitação; e Biodiversidade, funções ecossistêmicas e sustentabilidade. Durante o Encontro de Internacionalização, participantes do PrInt, docentes e estudantes em todas essas áreas compartilharam suas experiências em diferentes países e, também, divulgaram informações sobre acordos de cooperação e de cotutela firmados no âmbito do PrInt.
Futuro
A abertura do evento contou com a participação do Presidente da Capes, Benedito Guimarães Aguiar Neto, que situou o conhecimento como base do desenvolvimento social e econômico do País e, neste contexto, qualificou a internacionalização como fundamental à excelência acadêmica. O dirigente colocou o PrInt como contribuição fundamental neste sentido e, comentando os desafios à ampliação da participação brasileira na produção de conhecimento no cenário internacional, destacou a importância não apenas dos programas de pós-graduação consolidados, mas também daqueles em consolidação.
A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, fez um panorama da pós-graduação na UFSCar, com programas em três dos quatro campi da Universidade. "Só não temos ainda programas de pós-graduação no nosso campus caçula, Lagoa do Sino, mas trabalharemos para que esse quadro mude em breve", comprometeu-se a dirigente.
A Reitora também destacou a existência de programas de excelência em todas as áreas de conhecimento. Outros temas abordados foram o compromisso com a implantação da Política Institucional de Ações Afirmativas na pós-graduação, aprovada em 2020, e a relevância da colaboração entre países do hemisfério Sul, juntamente com a intensa colaboração já consolidada com grandes universidades na liderança considerando o contexto internacional.
Comentando o futuro do PrInt na UFSCar, a Reitora apresentou o plano de torná-lo mais abrangente do ponto de vista da gestão, aproximando atores importantes, como a Pró-Reitoria de Pesquisa (ProPq), a Secretaria Geral de Relações Internacionais (SRInter) e o Instituto de Línguas (IL). Ainda na abertura, os dirigentes da ProPG, Rodrigo Constante Martins, e da ProPq, Ernesto Chaves Pereira, também abordaram a questão de expansão do PrInt na Universidade. Os pró-reitores falaram que a internacionalização deve atingir não apenas os diferentes grupos de pesquisa, mas a Instituição como um todo. "O Programa deve ser posicionado como um espaço para explicitação das competências da Universidade, envolvendo novos grupos e instâncias da UFSCar", sintetizou Martins.
Pandemia
Ana Beatriz de Oliveira também falou dos desafios e dificuldades impostos pela pandemia de Covid-19, abordados em seguida em mesa própria que contou com a participação de Heloísa Candia Hollnagel, Diretora de Relações Internacionais da Capes; Luís Mello, Diretor Científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp); e Maria de Jesus Dutra dos Reis, Vice-Reitora e Coordenadora do Comitê Gestor da Pandemia na UFSCar.
A mesa-redonda sobre desafios no cenário de pandemia, reconhecendo as dificuldades e limitações relacionadas à impossibilidade de viagens internacionais, destacou como a internacionalização não se dá apenas na mobilidade de pesquisadores. Hollnagel comentou o fortalecimento, ao longo de 2020, das iniciativas para a chamada internacionalização em casa, elogiando, neste sentido, os planos de ampliação da abrangência do PrInt na UFSCar. Mello, por sua vez, falou de modelos de colaboração desenvolvida a distância, como na área de Astronomia, por exemplo, em que dados de observação em grandes telescópios são obtidos sem a obrigatoriedade de viajar até eles, e comentou também que as experiências de realização de eventos e reuniões remotamente podem ser exploradas e alavancadas até mesmo para o futuro pós-pandemia.
A Vice-Reitora da UFSCar, por sua vez, apresentou uma síntese de diferentes relatórios internacionais sobre principais impactos da pandemia na Educação Superior ao redor do mundo. Dentre esses impactos estão os desafios relacionados ao ensino a distância (tecnológicos, pedagógicos e humanos) e, especificamente, a inequidade relacionada a desigualdades no acesso aos recursos digitais; a manifestação de desigualdades de gênero no contexto do trabalho em casa; e efeitos sobre a saúde física e mental de todas as pessoas. A dirigente mostrou como a identificação desses impactos informou a elaboração do Vencendo a Covid-19, plano de enfrentamento à pandemia na UFSCar recentemente aprovado pelo Conselho Universitário (ConsUni), e apresentou as principais características e a estrutura de governança do plano.
Todas as apresentações do II Encontro de Internacionalização da UFSCar foram gravadas e podem ser conferidas no canal do PrInt-UFSCar no YouTube.
12/03/2021
19:00:00
07/04/2021
23:59:00
Mariana Pezzo
Sim
Não
Estudante
Cerimônia de abertura do II Encontro de Internacionalização da UFSCar (Imagem: Captura de tela)
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