Livro detalha uso da eletroterapia para dor, fraqueza muscular e lesões

São Carlos
Obra, de autoria de Richard Eloin Liebano, docente da UFSCar, reúne material baseado em evidências científicas sobre a área
Comumente utilizada como um recurso da Fisioterapia, a eletroterapia consiste na aplicação de correntes elétricas e tem variadas finalidades terapêuticas, em pacientes com disfunções como dores, fraqueza muscular, lesões neurológicas, lesões cutâneas (como feridas) ou em tecidos como músculos, ligamentos e tendões, além de casos de incontinência urinária. Também é usada na estética, para melhora da flacidez muscular.

As correntes são transmitidas ao corpo humano por meio de eletrodos de superfície, fixados diretamente sobre a pele do paciente, que podem ser de vários tipos - em forma de caneta, de borracha condutora, de metal, dentre outros -, dependendo de seu objetivo. Apesar de diferentes finalidades, o objetivo da eletroterapia é sempre o de induzir reações do corpo frente ao estímulo elétrico.

"Para cada objetivo, a eletroterapia age de uma forma. Para o alívio da dor, por exemplo, a corrente elétrica, em contato com o corpo, irá estimular fibras nervosas participantes do processo de percepção e modulação dessa dor, que irão enviar estímulos para o sistema nervoso central, promovendo a liberação de opioides endógenos, que são substâncias analgésicas. Já para pacientes com músculos fracos e atrofiados, comumente observados no pós-operatório de cirurgias de joelho ou após imobilizações, são utilizadas correntes que promovem contrações musculares, no intuito de fortalecer determinada região. Esses estímulos favorecem o ganho de força muscular, além de acelerar a reabilitação", exemplifica Richard Eloin Liebano, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar que acaba de publicar livro sobre a temática.

No caso de feridas, as correntes propiciam o aumento do fluxo sanguíneo e a atração de células para o local da lesão, o que acelera o processo de cicatrização. Para incontinência urinária, o recurso terapêutico é utilizado por meio da estimulação em músculos responsáveis pela oclusão da uretra - responsável por segurar a urina na bexiga - ou nos nervos que controlam a bexiga. "Para cada uso são utilizados parâmetros específicos para obtermos melhores resultados, que incluem frequência, intensidade e posicionamento de eletrodos", sintetiza o pesquisador.

No intuito de esmiuçar, de forma didática, o uso e a peculiaridade dessas aplicações clínicas, Liebano preparou o livro "Eletroterapia aplicada à reabilitação: dos fundamentos às evidências", publicado pela Livraria e Editora Thieme Revinter. Com prefácio escrito por Tim Watson, docente da University of Hertfordshire, do Reino Unido, e umas das maiores autoridades no assunto, a obra visa preencher uma lacuna acadêmica na área da eletroterapia, especialmente em Português, reunindo textos provenientes de pesquisas e experiências de profissionais da área. O intuito é auxiliar estudantes e profissionais da área da Saúde, especialmente a Fisioterapia, a aperfeiçoarem seus conhecimentos sobre a temática.

"Para cada um dos conceitos abordados, há ilustrações que enriquecem e facilitam a compreensão, além do conhecimento científico para que a prática dos profissionais seja baseada em evidências, o que permite uma atuação mais segura e eficaz ", conta Liebano. Com mais de 20 anos de experiência docente em eletroterapia, o pesquisador contou com a participação de renomados colaboradores do Brasil e dos Estados Unidos, que compartilham suas experiências na publicação.

Ao longo de 190 páginas, o livro foi estruturado em 10 capítulos, que contemplam a história, os princípios básicos da eletroterapia e as bases físicas de diferentes tipos de correntes elétricas - como correntes diadinâmicas de Bernard; corrente interferencial; estimulação elétrica nervosa transcutânea; corrente russa; e corrente aussie -, trazendo considerações sobre as formas seguras e eficazes do uso dessas estimulações elétricas.

Segundo Liebano, cada corrente elétrica abordada no livro é utilizada para uma demanda específica e tem um efeito preponderante. "Por exemplo, as diadinâmicas são bastante indicadas em casos de edemas, como inchaços, e para lesões teciduais, estimulando o reparo. Já as interferencial e estimulação elétrica nervosa transcutânea são comprovadamente melhores para analgesia e relaxamento muscular. Por outro lado, as correntes russa e aussie são mais usadas para contração e fortalecimento muscular", relata. A escolha pelo uso de cada corrente dependerá, portanto, do objetivo terapêutico.

O livro "Eletroterapia aplicada à reabilitação: dos fundamentos às evidências" pode ser adquirido no site do grupo Thieve Revinter.
14/04/2021
15:25:00
23/06/2021
23:59:00
Adriana Arruda
Sim
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Estudante
Livro reúne material baseado em evidências científicas sobre a área (Imagem: Divulgação)
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