Relatório do Programa de Ações Afirmativas destaca promoção da equidade
São Carlos
Conselho Universitário reitera compromisso com a transformação da Universidade
A UFSCar foi pioneira na aprovação e implementação de seu Programa de Ações Afirmativas, em 2007, cinco anos antes da Lei Federal 12.711, conhecida como "Lei de Cotas", que instituiu a reserva de vagas como política pública nacional aplicada a todas as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Assim, a Instituição começou, a partir de 2007, a dar passos muito importantes rumo a uma universidade realmente diversa, justa e democrática.
Esse legado, construído à base de muito estudo e de debates plurais, está retratado no Relatório de Avaliação dos 10 anos do Programa de Ações Afirmativas e do Ingresso por Reserva de Vagas (2007-2017), apreciado e aprovado pelo Conselho Universitário (ConsUni), em sua 248ª Reunião Ordinária, realizada na última sexta-feira (30/4).
Ao apresentar a pauta, a Reitora Ana Beatriz de Oliveira salientou sua alegria e emoção em presidir a reunião. "Estou na UFSCar desde 2000 e pude vivenciar toda essa transformação que faz a Universidade se tornar cada vez mais diversa, constituindo-se em um espaço representativo que se aproxima da realidade brasileira. O que vimos ser apresentado nesta reunião nos dá mais força para defender as políticas de ações afirmativas, para que sigam sendo uma política pública, permitindo às universidades se consolidarem como o lugar da convivência das diversidades e fortalecendo uma formação cidadã e plural", disse.
Construído a partir da análise das concepções estruturantes do Programa de Ações Afirmativas da UFSCar, do impacto do Programa para a vida acadêmica na UFSCar e da proposta permanente de sua avaliação, o estudo foi desenvolvido por uma comissão composta por discentes, docentes e técnico-administrativos e coordenada pela Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE).
A partir da apresentação do Relatório, foi aprovada a criação de uma Comissão Permanente de Avaliação do Programa de Ações Afirmativas e do Ingresso por Reserva de Vagas, a ser instituída no âmbito da SAADE. Também foi deliberado que deverá haver aprimoramento das ferramentas de coleta e análise de dados sobre ingresso e sobre indicadores acadêmicos e de permanência estudantil; a operacionalização de diretrizes que já constam na Política de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar; e a criação de um portal de egressos para acompanhamento de suas trajetórias após a conclusão da sua formação.
"Tão importante quanto garantir o acesso de todos e todas à Universidade é assegurar a sua permanência e, para isso, faz-se fundamental o compromisso com o acolhimento integral do estudante", explicou Natalia Rejane Salim, docente do Departamento de Enfermagem (DEnf) e Secretária da SAADE.
A avaliação permanente do Programa foi vista como fundamental pelos conselheiros, assim como o trabalho formativo com a comunidade interna para uma mudança cultural, a fim de que todos compreendam o processo de inclusão e sua importância para a transformação da sociedade.
Na reunião, Maria Sílvia de Assis Moura, docente do Departamento de Estatística (DEs) e integrante da comissão que coordenou os trabalhos, apresentou a avaliação quantitativa dos 10 anos do Programa de Ações Afirmativas, com destaque para dados referentes aos critérios de classificação dos ingressantes e ao desempenho dos discentes das diferentes modalidades de ingresso na UFSCar de 2008 a 2016.
"Diante dos dados, fica claro que não há diferenças relevantes entre as trajetórias dos estudantes em relação a modalidade de ingresso, desempenho e evasão. Porém, reitero que precisamos intensificar os cuidados com o Programa e com esses estudantes, para seguirmos alcançando seu propósito, que é o de fazer da UFSCar um espaço cada vez mais acolhedor e diverso", defendeu Moura.
Na sequência, a docente do Departamento de Psicologia (DPsi) Maria Stella Coutinho de Alcântara Gil, que foi Vice-Reitora e, depois, Reitora da UFSCar no momento da elaboração e instalação do Programa, coordenando a comissão de elaboração, fez um detalhado relato sobre o início do processo e todo seu histórico, evidenciando o pioneirismo da UFSCar em adotar essas políticas.
"Foi um período de amplo e intenso debate, e manifestações na Universidade e os órgãos colegiados tiveram um importante papel tanto na construção quanto na aprovação do Programa. O relatório nos deixa claro que precisamos preservar as conquistas e ampliar o alcance da democratização, do acesso e da permanência dos estudantes em todos os níveis de formação, com o planejamento de permanência, avançando na institucionalização das ações afirmativas", destacou.
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Professora Emérita da UFSCar, referência nacional na área de Educação das Relações Étnico-Raciais e também integrante da comissão de elaboração do Programa de Ações Afirmativas, esteve presente à reunião do ConsUni, durante a qual foi cumprimentada reiteradas vezes pelo recente recebimento do título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do ABC (UFABC).
"O trabalho para elaborar a política foi de muita paciência e de um avanço de cada vez, para construirmos os argumentos para que a comunidade universitária pudesse compreender a relevância desse movimento, corrigir distorções históricas de desigualdade social e abrir as portas da Universidade para que se tornasse um espaço democrático, composto pelas pessoas de baixa renda, negras, indígenas e com deficiência, que sempre estiveram sub-representadas no ambiente universitário", destacou. "Vida longa para as ações afirmativas. Que continuemos avaliando e aprimorando o Programa para que a UFSCar seja um ambiente cada vez mais diverso e acolhedor para todos e todas", concluiu.
O Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Djalma Ribeiro Junior, destacou a mobilização da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE) junto às entidades externas, através de manifestos em defesa da continuidade da Lei 12.711/2012 (Lei de Cotas que Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio), que será alvo de debates por conta da sua revisão em 2022.
"Diante do cenário que temos, de ataque às universidades e cortes no orçamento, sabemos que será desafiador esse debate, mas é nosso dever manter o tema das ações afirmativas sempre em pauta, para que elas sejam não somente mantidas, mas também fortalecidas", destacou o Pró-Reitor.
Esse legado, construído à base de muito estudo e de debates plurais, está retratado no Relatório de Avaliação dos 10 anos do Programa de Ações Afirmativas e do Ingresso por Reserva de Vagas (2007-2017), apreciado e aprovado pelo Conselho Universitário (ConsUni), em sua 248ª Reunião Ordinária, realizada na última sexta-feira (30/4).
Ao apresentar a pauta, a Reitora Ana Beatriz de Oliveira salientou sua alegria e emoção em presidir a reunião. "Estou na UFSCar desde 2000 e pude vivenciar toda essa transformação que faz a Universidade se tornar cada vez mais diversa, constituindo-se em um espaço representativo que se aproxima da realidade brasileira. O que vimos ser apresentado nesta reunião nos dá mais força para defender as políticas de ações afirmativas, para que sigam sendo uma política pública, permitindo às universidades se consolidarem como o lugar da convivência das diversidades e fortalecendo uma formação cidadã e plural", disse.
Construído a partir da análise das concepções estruturantes do Programa de Ações Afirmativas da UFSCar, do impacto do Programa para a vida acadêmica na UFSCar e da proposta permanente de sua avaliação, o estudo foi desenvolvido por uma comissão composta por discentes, docentes e técnico-administrativos e coordenada pela Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE).
A partir da apresentação do Relatório, foi aprovada a criação de uma Comissão Permanente de Avaliação do Programa de Ações Afirmativas e do Ingresso por Reserva de Vagas, a ser instituída no âmbito da SAADE. Também foi deliberado que deverá haver aprimoramento das ferramentas de coleta e análise de dados sobre ingresso e sobre indicadores acadêmicos e de permanência estudantil; a operacionalização de diretrizes que já constam na Política de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade da UFSCar; e a criação de um portal de egressos para acompanhamento de suas trajetórias após a conclusão da sua formação.
"Tão importante quanto garantir o acesso de todos e todas à Universidade é assegurar a sua permanência e, para isso, faz-se fundamental o compromisso com o acolhimento integral do estudante", explicou Natalia Rejane Salim, docente do Departamento de Enfermagem (DEnf) e Secretária da SAADE.
A avaliação permanente do Programa foi vista como fundamental pelos conselheiros, assim como o trabalho formativo com a comunidade interna para uma mudança cultural, a fim de que todos compreendam o processo de inclusão e sua importância para a transformação da sociedade.
Na reunião, Maria Sílvia de Assis Moura, docente do Departamento de Estatística (DEs) e integrante da comissão que coordenou os trabalhos, apresentou a avaliação quantitativa dos 10 anos do Programa de Ações Afirmativas, com destaque para dados referentes aos critérios de classificação dos ingressantes e ao desempenho dos discentes das diferentes modalidades de ingresso na UFSCar de 2008 a 2016.
"Diante dos dados, fica claro que não há diferenças relevantes entre as trajetórias dos estudantes em relação a modalidade de ingresso, desempenho e evasão. Porém, reitero que precisamos intensificar os cuidados com o Programa e com esses estudantes, para seguirmos alcançando seu propósito, que é o de fazer da UFSCar um espaço cada vez mais acolhedor e diverso", defendeu Moura.
Na sequência, a docente do Departamento de Psicologia (DPsi) Maria Stella Coutinho de Alcântara Gil, que foi Vice-Reitora e, depois, Reitora da UFSCar no momento da elaboração e instalação do Programa, coordenando a comissão de elaboração, fez um detalhado relato sobre o início do processo e todo seu histórico, evidenciando o pioneirismo da UFSCar em adotar essas políticas.
"Foi um período de amplo e intenso debate, e manifestações na Universidade e os órgãos colegiados tiveram um importante papel tanto na construção quanto na aprovação do Programa. O relatório nos deixa claro que precisamos preservar as conquistas e ampliar o alcance da democratização, do acesso e da permanência dos estudantes em todos os níveis de formação, com o planejamento de permanência, avançando na institucionalização das ações afirmativas", destacou.
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Professora Emérita da UFSCar, referência nacional na área de Educação das Relações Étnico-Raciais e também integrante da comissão de elaboração do Programa de Ações Afirmativas, esteve presente à reunião do ConsUni, durante a qual foi cumprimentada reiteradas vezes pelo recente recebimento do título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do ABC (UFABC).
"O trabalho para elaborar a política foi de muita paciência e de um avanço de cada vez, para construirmos os argumentos para que a comunidade universitária pudesse compreender a relevância desse movimento, corrigir distorções históricas de desigualdade social e abrir as portas da Universidade para que se tornasse um espaço democrático, composto pelas pessoas de baixa renda, negras, indígenas e com deficiência, que sempre estiveram sub-representadas no ambiente universitário", destacou. "Vida longa para as ações afirmativas. Que continuemos avaliando e aprimorando o Programa para que a UFSCar seja um ambiente cada vez mais diverso e acolhedor para todos e todas", concluiu.
O Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Djalma Ribeiro Junior, destacou a mobilização da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE) junto às entidades externas, através de manifestos em defesa da continuidade da Lei 12.711/2012 (Lei de Cotas que Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio), que será alvo de debates por conta da sua revisão em 2022.
"Diante do cenário que temos, de ataque às universidades e cortes no orçamento, sabemos que será desafiador esse debate, mas é nosso dever manter o tema das ações afirmativas sempre em pauta, para que elas sejam não somente mantidas, mas também fortalecidas", destacou o Pró-Reitor.
06/05/2021
13:00:00
13/05/2021
13:00:00
Analice Gaspar Garcia
Sim
Não
Visitante, Pesquisador, Docente/TA, Estudante
UFSCar foi pioneira na aprovação e implementação de seu Programa de Ações Afirmativas (Divulgação)
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