Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais chega à 100ª defesa
Nesta sexta-feira, dia 10 de dezembro, às 9 horas, será realizada a 100ª defesa do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCAm), com a apresentação da dissertação de mestrado "Arranjos institucionais de manejo e extração do açaí nas áreas de uso comum na comunidade de São Carlos do Jamari (RO)". A pesquisa foi desenvolvida pela mestranda Milena Camargo de Paula e contou com orientação do professor Juliano Costa Gonçalves, do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm). A defesa é online e pode ser acompanhada ao vivo pelo link meet.google.com/uvg-eqqp-ryp.
O PPGCAm teve início em 1º de agosto de 2013, com os cursos de mestrado e doutorado. A primeira defesa ocorreu no dia 31 de agosto de 2015, com o trabalho "Análise das variáveis ambientais causadas pelas mudanças dos usos e cobertura da terra do município de São Carlos, São Paulo, Brasil", desenvolvido por Diego Peruchi Trevisan, sob orientação do professor Luiz Eduardo Moschini, do DCAm.
Atualmente, o PPGCAm tem nota 4 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Seus alunos de mestrado e doutorado desenvolvem projetos distribuídos em três linhas de pesquisa: Sistemas Ecológicos, Gestão da Paisagem e Geociências, e Ambiente e Sociedade.
O Programa já recebeu diversas premiações, entre elas, o Prêmio Capes Tese 2020 na área de Ciências Ambientais. O trabalho foi realizado por Flávia Darre Barbosa, que cursou o doutorado entre 2015 e 2019 e foi orientada pelo professor Frederico Yuri Hanai. "Estudei sobre o processo participativo na gestão da água e dos recursos hídricos no Brasil, tendo como foco os Comitês de Bacia Hidrográfica, seus desafios e possibilidades", conta a egressa do Programa, que é formada em Ciências Sociais pela Unesp - campus de Araraquara -, em Geografia pela Unesp - campus de Rio Claro - e tem mestrado em Geografia também pela Unesp.
Além do prêmio, a pesquisadora destaca que foi fundamental "o conhecimento adquirido nas disciplinas". Durante seus estudos no PPGCAm, a doutora em Ciências Ambientais também participou de outros projetos - incluindo um de extensão. "O contato com outros pesquisadores e comunidade durante esse projeto, com certeza, foi fundamental para minha formação e atuação como pesquisadora e professora", acrescenta.
O PPGCAm também já recebeu diversas premiações e menções honrosas por trabalhos de docentes e discentes apresentados em congressos e encontros da área. Obteve ainda reconhecimento por parte das câmaras municipais de Araras e São Carlos pelas contribuições ao desenvolvimento dessas cidades.
Outro destaque é a internacionalização do Programa, que mantém acordos de cooperação internacional com países da América Latina e europeus, aumentando as redes internacionais de pesquisa. Além disso, tem forte inserção social, contribuindo para o desenvolvimento de ações com impacto social e para o desenvolvimento do Ensino Básico e das comunidades, conforme relatam Celso Maran de Oliveira, professor do DCAm e atual coordenador do PPGCAm, Marcel Okamoto Tanaka, professor do DCAm e coordenador do Programa nos períodos de 2013 a 2017 e 2019 a 2021, e Vinícius José de Oliveira Freitas, assistente em Administração do PPGCAm.
Eles contam que os egressos do Programa, em geral, atuam na iniciativa privada, em empresas nacionais e internacionais; ONGs; órgãos públicos ambientais e universidades públicas. O perfil dos alunos que buscam o mestrado e o doutorado é "multicurso, pois o programa é interdisciplinar". Foi o caso de Isabela Battistello Espíndola, graduada em Relações Internacionais e Economia pela Faculdade de Campinas (Facamp). Ela fez mestrado em Ciências Ambientais no PPGCAm de 2015 a 2017; em seu trabalho, orientado pelo professor Celso Maran, analisou o reconhecimento do direito humano à água nos países membros da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Segundo a pesquisadora, a característica do programa que mais se destaca é a interdisciplinaridade, verificada no quadro docente, nas disciplinas obrigatórias, nos discentes selecionados e nas pesquisas desenvolvidas. "Vejo essa característica como essencial para solucionar os problemas atuais enfrentados pela sociedade, pois mostra como diferentes perspectivas podem (e devem) conversar entre si para respondes aos desafios enfrentados pelo Planeta", complementa.
Isabela Battistello Espíndola, que obteve bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) no Programa, conta que "as aulas eram dadas por professores de alto nível, pesquisadores reconhecidos em suas áreas, os quais estavam dispostos a nos ajudar sempre que possível. Eles nos ensinaram muito mais do que escrever artigos. Nos mostraram a importância de ter um olhar crítico, de saber cooperar e de trazer conhecimentos distintos para resolver nossas questões de pesquisa".
De acordo com a equipe do PPGCAm, o desafio para os próximos anos é "continuar oferecendo ensino de qualidade; inserir os alunos no mercado de trabalho (como aconteceu recentemente com a contratação da egressa Isabela pela International Water Association de Londres); e ampliar as redes internacionais de pesquisa". Saiba mais sobre o Programa no site www.ppgcam.ufscar.br.