Estudo investiga controle postural de crianças com paralisia cerebral

São Carlos
Resultados podem ajudar no desenvolvimento de intervenções voltadas a esse público
Um projeto de Iniciação Científica, desenvolvido no Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar, tem por objetivo investigar a atividade cerebral durante a manutenção da postura em pé, sob diferentes condições de informações visuais, em crianças e adolescentes (entre 7 e 16 anos) com paralisia cerebral (PC) e desenvolvimento típico (DT). A pesquisa é feita pela graduanda Maria Julia Melger, sob orientação de Ana Carolina Campos, docente do DFisio, e coorientação da fisioterapeuta Isabella Sudati.

De acordo com Melger, estudos que caracterizam e descrevem os padrões de ativação cerebral e como eles estão associados com o controle postural em crianças e adolescentes típicos e com PC são escassos na literatura. "Por isso, os achados podem trazer contribuições importantes para compreender os mecanismos envolvidos no controle postural, de forma a subsidiar o desenvolvimento de estratégias de intervenção que abordem componentes relevantes para a melhora do seu desempenho em atividades do dia a dia", complementa a pesquisadora.

Durante a pesquisa, os participantes - crianças e adolescentes com PC e DT - passarão por testes em duas condições de tarefa, em sequência aleatoriamente selecionada: o participante deverá manter os pés paralelos à linha do quadril olhando para um ponto fixo à sua frente e manter os pés paralelos à linha do quadril com os olhos fechados. Essa relação entre as informações visuais e a atividade cerebral será investigada na pesquisa, mas Melger aponta que a hipótese é que as alterações no controle postural estão diretamente ligadas a alterações na atividade cerebral. "Em atividades, como na marcha, por exemplo, estudos demonstram que há alterações na atividade cerebral e, agora, queremos investigar a relação com o controle postural", destaca.

Resultados esperados
Estudos já realizados mostram que a ativação cortical em crianças com PC é maior do que nas crianças com DT em tarefas de mobilidade como a marcha. Diante disso, a expectativa da pesquisa é que os participantes com PC tenham maior ativação cerebral durante a manutenção da postura em pé se comparados aos participantes com DT, nas duas condições visuais. "Ambos os grupos deverão apresentar oscilação postural e atividade cerebral aumentada na condição sem informação visual em comparação com a manutenção dos olhos abertos. Isso deve ser mais notável no grupo com PC, tendo em vista que características da paralisia cerebral, como menor controle seletivo nas extremidades inferiores e maiores erros e variabilidade nos parâmetros da marcha, se relacionam com a atividade cerebral", explica Melger sobre a expectativa do estudo.

Para a pesquisadora, investigar os mecanismos da atividade cerebral durante a manutenção da postura em pé nas crianças e adolescentes com PC contribuirá para compreender os processos neurais envolvidos na organização postural, o que pode favorecer o desenvolvimento de intervenções direcionadas para estimular o refinamento do controle postural nesse público.

Voluntários
Para realizar o estudo, estão sendo convidados crianças e adolescentes, entre 7 e 16 anos, com PC e que tenham a capacidade de se manter em pé. Também estão sendo recrutados voluntários na mesma faixa etária que tenham desenvolvimento típico para integrar o grupo controle da pesquisa.

Os participantes não precisam residir em São Carlos e passarão por avaliações da atividade cerebral e equilíbrio na UFSCar. Interessados em participar devem entrar em contato com a equipe de pesquisa pelo telefone (14) 99117-4624. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 51559421.6.0000.5504).
07/11/2022
9:30:00
20/11/2022
23:55:00
Gisele Bicaletto
Não
Não
Estudante, Foreign Visitor, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Estudo é realizado no Departamento de Fisioterapia da UFSCar (Foto: Acervo CCS-UFSCar)
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