Tecnologia pode ajudar na detecção precoce de declínio cognitivo
Araras, Lagoa do Sino, Sorocaba, São Carlos
Estudo internacional tem participação de docente da UFSCar e mostra potencial para enfrentar esse desafio na área da Saúde
Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Global Brain Health Institute (GBHI) e da Escola de Psicologia da Trinity College Dublin descreveu como a tecnologia pode ajudar a detectar sinais precoces de declínio cognitivo em doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, por exemplo. Uma das integrantes do grupo de pesquisa é Marcia Cominetti, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar e membro do GBHI, como Atlantic Fellow for Equity in Brain Health.
O declínio cognitivo refere-se à perda da capacidade de realizar atividades que estão diretamente relacionadas ao dia a dia e pode se manifestar por meio de dificuldades de memória, de atenção e de raciocínio lógico. Essa condição é mais comum em pessoas idosas e, nas próximas décadas, à medida que a proporção da população mundial com mais de 60 anos cresce rapidamente, as taxas de declínio cognitivo devido a doenças neurodegenerativas, como é o caso Alzheimer, se tornarão cada vez mais prevalentes.
De acordo com a professora da UFSCar, muitas doenças neurodegenerativas começam vários anos antes do aparecimento de sintomas claros, proporcionando uma oportunidade para identificar o declínio cognitivo quando o comprometimento é inexistente ou tem pouco impacto nas funções diárias do indivíduo. No entanto, os métodos de detecção atuais são invasivos, caros ou demorados e se tornam inadequados para o monitoramento longitudinal generalizado de pessoas assintomáticas.
Diante desse cenário, a atual pesquisa descreve maneiras pelas quais a tecnologia emergente pode ajudar a detectar os primeiros sinais de declínio cognitivo, mesmo os mais sutis, delineando estratégias escalonáveis, repetíveis e relativamente não invasivas que, se implantadas em larga escala, trarão benefícios individuais e sociais.
Dentre as tecnologias destacadas no estudo internacional, estão a detecção do declínio cognitivo a partir de amostras de sangue periférico; o uso de smartphones para medições passivas discretas de fala, movimento motor fino e marcha; uso de versões "gamificadas" de tarefas cognitivas de laboratório padrão que poderá manter os usuários envolvidos em várias sessões de teste de processos cognitivos específicos; além da coleta de dados cerebrais de alta qualidade que pode ser feita pelos próprios usuários com aparelhos de eletroencefalografia portátil.
Conforme relatam os pesquisadores, a detecção precoce do declínio cognitivo pode reduzir resultados adversos, como perda de autonomia e também diminuir os altos custos de saúde que ocorrem na década anterior ao diagnóstico formal. "Além disso, caso as terapias modificadoras da doença se tornem amplamente disponíveis para doenças neurodegenerativas, os sistemas de saúde exigirão medidas escalonáveis para identificar pacientes em um estágio inicial da doença", acrescentam os autores do trabalho.
Rob Whelan, professor da Trinity College Dublin e integrante do GBHI, ressalta que novos desenvolvimentos como esses são vitais, porque podemos potencialmente medir o desempenho cognitivo em um grande número de pessoas por um custo relativamente baixo. Além disso, métodos escalonáveis de detecção de declínio cognitivo precoce podem transformar a forma como identificamos doenças como o Alzheimer.
Marcia Cominetti, docente da UFSCar que integra o grupo de pesquisa, considera os levantamentos do estudo fundamentais e reforça a necessidade de garantir o acesso às tecnologias para toda a população. "Métodos como a identificação de biomarcadores sanguíneos associados ao declínio cognitivo têm grande potencial para enfrentar esse importante desafio de saúde. No entanto, será necessário garantir a equidade no acesso a essas novas tecnologias e abordar as complexas questões éticas geradas pelo diagnóstico precoce", conclui Cominetti.
O artigo "Desenvolvimentos em estratégias escalonáveis para detectar marcadores precoces de declínio cognitivo" foi elaborado a partir da pesquisa e publicado recentemente na Translational Psychiatry, acessível por este link.
O declínio cognitivo refere-se à perda da capacidade de realizar atividades que estão diretamente relacionadas ao dia a dia e pode se manifestar por meio de dificuldades de memória, de atenção e de raciocínio lógico. Essa condição é mais comum em pessoas idosas e, nas próximas décadas, à medida que a proporção da população mundial com mais de 60 anos cresce rapidamente, as taxas de declínio cognitivo devido a doenças neurodegenerativas, como é o caso Alzheimer, se tornarão cada vez mais prevalentes.
De acordo com a professora da UFSCar, muitas doenças neurodegenerativas começam vários anos antes do aparecimento de sintomas claros, proporcionando uma oportunidade para identificar o declínio cognitivo quando o comprometimento é inexistente ou tem pouco impacto nas funções diárias do indivíduo. No entanto, os métodos de detecção atuais são invasivos, caros ou demorados e se tornam inadequados para o monitoramento longitudinal generalizado de pessoas assintomáticas.
Diante desse cenário, a atual pesquisa descreve maneiras pelas quais a tecnologia emergente pode ajudar a detectar os primeiros sinais de declínio cognitivo, mesmo os mais sutis, delineando estratégias escalonáveis, repetíveis e relativamente não invasivas que, se implantadas em larga escala, trarão benefícios individuais e sociais.
Dentre as tecnologias destacadas no estudo internacional, estão a detecção do declínio cognitivo a partir de amostras de sangue periférico; o uso de smartphones para medições passivas discretas de fala, movimento motor fino e marcha; uso de versões "gamificadas" de tarefas cognitivas de laboratório padrão que poderá manter os usuários envolvidos em várias sessões de teste de processos cognitivos específicos; além da coleta de dados cerebrais de alta qualidade que pode ser feita pelos próprios usuários com aparelhos de eletroencefalografia portátil.
Conforme relatam os pesquisadores, a detecção precoce do declínio cognitivo pode reduzir resultados adversos, como perda de autonomia e também diminuir os altos custos de saúde que ocorrem na década anterior ao diagnóstico formal. "Além disso, caso as terapias modificadoras da doença se tornem amplamente disponíveis para doenças neurodegenerativas, os sistemas de saúde exigirão medidas escalonáveis para identificar pacientes em um estágio inicial da doença", acrescentam os autores do trabalho.
Rob Whelan, professor da Trinity College Dublin e integrante do GBHI, ressalta que novos desenvolvimentos como esses são vitais, porque podemos potencialmente medir o desempenho cognitivo em um grande número de pessoas por um custo relativamente baixo. Além disso, métodos escalonáveis de detecção de declínio cognitivo precoce podem transformar a forma como identificamos doenças como o Alzheimer.
Marcia Cominetti, docente da UFSCar que integra o grupo de pesquisa, considera os levantamentos do estudo fundamentais e reforça a necessidade de garantir o acesso às tecnologias para toda a população. "Métodos como a identificação de biomarcadores sanguíneos associados ao declínio cognitivo têm grande potencial para enfrentar esse importante desafio de saúde. No entanto, será necessário garantir a equidade no acesso a essas novas tecnologias e abordar as complexas questões éticas geradas pelo diagnóstico precoce", conclui Cominetti.
O artigo "Desenvolvimentos em estratégias escalonáveis para detectar marcadores precoces de declínio cognitivo" foi elaborado a partir da pesquisa e publicado recentemente na Translational Psychiatry, acessível por este link.
13/12/2022
13:00:00
20/01/2023
23:55:00
Gisele Bicaletto
Sim
Não
Estudante, Foreign Visitor, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Declínio cognitivo será mais prevalente com o aumento da população acima de 60 anos (Foto: Freepik)
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