Centros da UFSCar celebram 50 anos de ensino, pesquisa e extensão
Começaram na última quarta-feira (18/1) as celebrações pelos 50 anos dos três primeiros centros acadêmicos da UFSCar, instalados no Campus São Carlos em 1972, os centros de: Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS); de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET); e de Educação e Ciências Humanas (CECH). Cada uma das unidades terá um evento próprio e, além disso, está prevista a realização de comemoração conjunta, em data a ser agendada em breve. O próximo encontro já agendado acontece nesta quarta-feira (25/1), a partir das 19 horas, para comemoração dos 50 anos do CECH. Toda a comunidade está convidada a participar do encontro que acontece no auditório do Núcleo de Apoio à Pesquisa (NAP), com transmissão pelo canal do CECH no YouTube.
Inaugurou a programação de 50 anos o evento "CCET 50 anos - O Futuro da Ciência, Tecnologia & Inovação no Brasil e na UFSCar". Na parte da manhã, o tema em discussão foi "Inovação, diversidade, pesquisa e diálogo: construindo pontes entre a UFSCar e a sociedade". Na abertura, o Diretor do CCET, Luiz Fernando Paulillo, valorizou a colaboração entre os centros e destacou o momento de otimismo. Paulillo situou a escolha do tema para a comemoração na disposição em aprender com o passado para projetar um futuro em que a Universidade esteja cada vez mais inserida "no país que queremos". O Pró-Reitor de Pesquisa, Pedro Fadini, que participou da cerimônia, caracterizou os centros do Campus São Carlos como embriões do que a UFSCar é hoje, ressaltando seu histórico de impacto na região, no Brasil, e com reflexos internacionais.
Já na mesa que iniciou os debates do evento, a Diretora do Instituto da Cultura Científica (ICC) da UFSCar, Mariana Rodrigues Pezzo, defendeu a necessidade de compreensão abrangente das possibilidades de interface com diferentes segmentos sociais, que envolvem, por exemplo, diálogos com a escola, empresas, políticas públicas, além das ações chamadas de "divulgação científica". Em seguida, os gestores da Unidade Embrapii UFSCar - Materiais Avançados, Ernesto Chaves Pereira, e da Agência de Inovação da UFSCar, Daniel Braatz, explicaram as possibilidades e serviços fomentados por essas unidades.
A inovação também foi o foco de Ana Lúcia V. Torkomian, docente do Departamento de Engenharia de Produção (DEP) da UFSCar e Vice-Presidente do Fórum de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), que compartilhou com o público resultados de estudo sobre melhores práticas no fomento à interação entre universidades e empresas. Experiências concretas dessa interação marcaram a fala de Elson Longo da Silva, Diretor do Centro para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão sediado na UFSCar, com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Concluíram a programação da manhã a Diretora do CECH, Ana Cristina Juvenal da Cruz, e Maria da Graça Gama Melão, Vice-Diretora do CCBS. Ana Cristina refletiu sobre como o conhecimento se volta à compreensão do mundo e, assim, à possibilidade de transformação daquilo que está errado. A Diretora registrou como, apesar dos imensos avanços tecnológicos, restam sem solução problemas simples e, ao mesmo tempo, gravíssimos, como o não acesso a água de qualidade pelas parcelas mais pobres da população, afirmando que "a produção de conhecimento ainda tem um longo caminho a seguir. Que o sigamos". Também abordando os grandes problemas enfrentados pela sociedade no momento atual, a Diretora do CCBS voltou a ressaltar a relevância do trabalho transdisciplinar e, assim, as possibilidades de interação entre os centros acadêmicos.
A íntegra dos debates realizados no período da manhã pode ser conferida no link a seguir.
Mesa 1 - Inovação, diversidade, pesquisa e diálogo: construindo pontes entre a UFSCar e a sociedade
Financiamento
A segunda mesa do dia teve o tema "Perspectivas para os financiamentos das pesquisas no estado de São Paulo e no Brasil".
"Na Fapesp, buscamos criar iniciativas para contemplar jovens pesquisadores, como o Auxílio à Pesquisa Projeto Inicial (Pi), destinado a cientistas recém-contratados", destacou Luiz Eugênio Araújo de Moraes Mello, Diretor Científico da Fapesp, compartilhando que a nova modalidade partiu da constatação de que havia uma parcela da comunidade científica paulista afastada das possibilidades de fomento da agência.
Luiz Antonio Pessan, coordenador da área de Engenharias II na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e docente no Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar, falou sobre os cortes no orçamento, ao longo dos últimos quatro anos, para pesquisa, e sobre a falta de reajustes nas bolsas da Capes em todos os níveis. "Estamos diante de muitos desafios, mas com perspectivas positivas a partir desse ano, com um governo que valoriza a Educação e a Ciência e no qual encontramos diálogo", registrou.
Glaucius Oliva, docente no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) e ex-presidente do CNPq, além de integrante do gabinete de transição do Governo Federal 2022/23 na área de Ciências, Tecnologia e Inovação, abordou as recomendações feitas pela equipe de transição. "Todas de aplicação imediata já foram seguidas nesse início de governo", reforçou. O grupo sugeriu também ações de médio e longo prazos, com foco na valorização da Ciência produzida no País. "É essencial a construção de um plano de ação para retomarmos o papel da Ciência como agente articulador, para que o governo e as políticas públicas sejam guiados por evidências científicas", afirmou.
Por fim, José Henrique Videira Menezes, coordenador de Planejamento e Relações Institucionais da Embrapii - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, comentou sobre as ações da organização e possibilidades de atuação. Completando 10 anos em 2023, a Embrapii foca em realizar pontes entre pesquisa básica e produto no mercado, com vistas à inovação tecnológica. "Atuamos por meio da cooperação com instituições de pesquisa, públicas ou privadas, junto às demandas empresariais e aos desafios tecnológicos a serem superados. Nosso fluxo é contínuo, ou seja, as empresas não precisam esperar a abertura de editais, pois sabemos que o tempo do mercado é ágil. Temos recursos específicos para micro e pequenas empresas e startups, que hoje correspondem a 54,7% de nossas parcerias", registrou Menezes.
Confira a íntegra dos debates realizado no período da tarde no link abaixo:
Mesa 2 - Perspectivas para os financiamentos das pesquisas no estado de São Paulo e no Brasil