UFSCar oferece curso a gestores e educadores de unidades prisionais

São Carlos
A partir do dia 16 de junho, a UFSCar oferece - em parceria com a Fundação Dr. Manoel Pedro Pimentel - Funap - o curso "Formação de Educadores e Educação Prisional", para 48 gestores e educadores de unidades prisionais de várias regiões do Estado de São Paulo. O objetivo é refletir sobre o papel da educação escolar no sistema carcerário brasileiro e discutir opções metodológicas que podem ser utilizadas nas salas-de-aula. O curso é parte das atividades do programa de extensão "Educação de Jovens e Adultos privados de liberdade", desenvolvido na Universidade desde 2007. O objetivo do programa é desencadear ações que favoreçam a inclusão social dos homens privados de liberdade e promover eventos acadêmicos para articular políticas públicas voltadas à valorização da educação prisional. O trabalho é coordenado por Elenice Cammarosano Onofre, docente do Departamento de Metodologia de Ensino (DME) e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade. Onofre afirma que, juntamente com o trabalho, a educação é um pilar importante para a reinserção do detento na sociedade, além de ser um fator contributivo para a diminuição da reincidência em novos delitos. Diante disso, a professora destaca que os investimentos em educação nas unidades prisionais são muito importantes. "É preciso sensibilizar a sociedade, os órgãos públicos e a própria academia sobre a importância da educação escolar nas unidades prisionais. O aprendizado da leitura e da escrita e a aquisição de conhecimentos são fatores importantes, inclusive, na auto-estima do aprisionado.” Atualmente, cerca de 45% dos detentos no Brasil são analfabetos, ou não concluíram as séries iniciais do Ensino Fundamental. Pela legislação, os aprisionados têm direito à escolarização, mas grande parte das unidades prisionais não dispõem de espaços adequados para esse trabalho. Somente as unidades prisionais mais recentes já são construídas com espaços reservados para as escolas. As mais antigas, não contam com esses espaços e as salas-de-aula são improvisadas. O trabalho educativo no interior das prisões é pouco conhecido, mas a professora da UFSCar afirma que são oferecidas aulas como nas demais escolas e com uma proposta pedagógica que privilegia o diálogo entre o professor e o aluno. Além de ampliar os espaços adequados para instalar as escolas no interior das prisões, outras ações são importantes para implantar a educação prisional com qualidade, segundo Elenice Onofre. Ela afirma que é preciso sensibilizar governantes e instituições responsáveis pela educação, para a elaboração e implementação de políticas públicas que valorizem o papel da escola na prisão. "É preciso ter vontade política para promover ações efetivas que consolidem a educação prisional', conclui.
05/06/2009
22:54:00
17/06/2009
22:54:00
Gisele Bicaleto
Não
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