Arquivo do sociólogo Florestan Fernandes é reconhecido por Programa da Unesco
Araras, São Carlos
O Arquivo Florestan Fernandes, organizado pela Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar, foi reconhecido pelo Programa Memória do Mundo, da Unesco, por seu valor como patrimônio documental da humanidade. Concorrendo com outras 19 proposições enviadas ao edital do Programa, o arquivo da UFSCar foi contemplado, com mais nove entidades, com a nominação ao Registro Nacional do Comitê do Brasil, no âmbito do Programa da Unesco.
O Arquivo Florestan Fernandes possui cerca de 30 mil páginas de documentos pessoais e profissionais do sociólogo. São fotos, entrevistas transcritas, correspondências, cadernos de pesquisa, trabalhos de alunos, fichas manuscritas, além de vários outros documentos que foram doados pela família do sociólogo. Parte do material foi classificada, higienizada, reparada e digitalizada. Atualmente, a equipe que atua no Arquivo está aplicando os mesmos procedimentos com a parte da documentação restante. O objetivo é finalizar o processo até 2010 para que todo o Arquivo possa ser acessado pela Internet por todo o público. Além do tratamento detalhado da documentação, tudo o que já foi digitalizado está arquivado em material de qualidade arquivística e não será mais manuseado, com o intuito de preservar os documentos.
Vera Lúcia Cóscia, responsável pelas Coleções Especiais da BCo e pelo Arquivo Florestan Fernandes, afirma que receber a nominação do Programa Memória do Mundo é um reconhecimento à qualidade de todo o trabalho desenvolvido. Além do Fundo Florestan Fernandes, que contém os documentos do sociólogo, a Biblioteca da UFSCar possui um acervo completo com peças museológicas e livros que pertenceram a Florestan Fernandes.
Florestan Fernandes foi um sociólogo brasileiro, reconhecido internacionalmente, que sempre defendeu a escola pública e esteve ligado a movimentos sociais e a organizações políticas esquerdistas. Além disso, foi professor e político, atuando como deputado federal por dois mandatos, pelo Partido dos Trabalhadores. Ele é considerado o criador da sociologia crítica no Brasil e possui mais de 50 obras publicadas. Com seu estilo de pensamento analítico e crítico, ele reinventou a pesquisa sociológica no Brasil e transformou a maneira de se realizar a investigação na área da sociologia. Florestan faleceu no dia 10 de agosto de 1995.
A cerimônia de diplomação das propostas nominadas pelo Programa Memória do Mundo será realizada ainda neste ano, no Rio de Janeiro. Outras informações sobre o Programa podem ser obtidas no site do Arquivo Nacional.
11/09/2009
10:54:00
11/10/2009
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