Livro aborda a presença do intérprete na sala de aula regular

São Carlos
Foi lançado recentemente o livro Intérprete de Libras: em atuação na educação infantil e no ensino fundamental, escrito por Cristina Lacerda, professora do Departamento de Psicologia da UFSCar. A obra apresenta o resultado de um estudo desenvolvido durante quatro anos em salas de aula com alunos surdos e traz uma avaliação das metodologias mais indicadas para o trabalho com esse público. Em 2005, um Decreto Federal foi publicado determinando o direito linguístico para alunos surdos. A partir disso, todo estudante com deficiência auditiva passou a ter o direito de ser atendido por meio da Língua Brasileira de Sinais, além da Língua Portuguesa. Algumas redes de ensino em todo o País buscaram alternativas para implantar essa determinação e atender os alunos surdos de forma mais adequada. Em Piracicaba, interior paulista, a rede municipal de ensino agregou a presença de um intérprete nas salas de aula da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Junto com os professores regulares, os intérpretes ficavam nas salas de aula traduzindo para os alunos surdos, através da Língua Brasileira de Sinais, tudo aquilo que o educador abordava com os alunos regulares. A professora Cristina Lacerda acompanhou esse trabalho durante os anos de 2003 a 2007, com o objetivo de avaliar a metodologia aplicada nas salas de aula. Uma das conclusões levantadas pela professora é que a presença do intérprete é importante para o atendimento aos alunos surdos, mas não é suficiente. Ela revela que é importante que o professor regular também tenha conhecimento das necessidades especiais do aluno, entenda suas particularidades e comportamento. Além disso, Cristina Lacerda acrescenta que a elaboração das atividades pedagógicas para a sala de aula deve ser feita com antecedência, para que o intérprete possa se preparar para o trabalho com os alunos. A autora aponta que a formação dos professores deve abordar o uso de Libras, para que o profissional chegue mais preparado às salas de aula. Na UFSCar, por exemplo, foi implantada em 2009 uma disciplina sobre a Língua Brasileira de Sinais nos cursos de licenciatura da Universidade. O livro de Cristina Lacerda é voltado para gestores educacionais, professores e pais que buscam uma escola onde as crianças surdas aprendam Libras e a Língua Portuguesa, de forma a alcançar uma comunicação plena em sociedade. A obra já está disponível para venda através da página eletrônica da editora Mediação.
05/12/2009
17:20:00
05/01/2010
17:20:00
Gisele Bicaleto
Não
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