UFSCar e Algae Biotecnologia firmam parceria para o desenvolvimento de pesquisa sobre biocombustíveis a partir de microalgas

Araras, São Carlos
Projeto recebe financiamento do BNDES e do Grupo Ecogeo, holding da qual faz parte a empresa parceira
No dia 15 de fevereiro a UFSCar e a Algae Biotecnologia/Biolatina assinaram o contrato de cooperação tecnológica para o desenvolvimento de pesquisa com foco na geração de biocombustíveis e bioenergia a partir de microalgas, com a utilização de subprodutos da indústria sucroenergética. O documento formaliza a contratação efetiva do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), no valor de R$ 3,24 milhões, em 30 meses, por intermédio da linha Funtec-Inovação Tecnológica para a pesquisa conjunta da UFSCar e a Algae Biotecnologia/Biolatina. A empresa aplicará R$ 360 mil, totalizando um investimento de R$ 3,6 milhões no projeto. É a primeira pesquisa da Universidade financiada pelo banco de fomento e a Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI.UFSCar) da Instituição é responsável pelo gerenciamento do projeto. O trabalho produzirá resultados concretos na área de geração de energia limpa e renovável a partir de fontes de biomassa, assim como contribuirá para o aumento da sustentabilidade do setor sucroetanol ao enfrentar a questão da despoluição da vinhaça. A pesquisa também posicionará o Brasil como um dos grandes players mundiais da nascente indústria de microalgas. Na prática, será montado um novo laboratório de microalgas no campus Araras da UFSCar, onde está localizado o Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade, e também pilotos de biodigestão, cultivo de microalgas e pós-processamento (secagem de biomassa e extração de óleo). O trabalho é coordenado por Reinaldo Gaspar Bastos, docente do Departamento de Tecnologia Agro-Industrial e Sócio-Economia Rural do campus Araras da UFSCar. Para ele, o objetivo do trabalho é "desenvolver processos de aproveitamento da vinhaça gerada nas usinas de açúcar e álcool, reduzindo o seu impacto poluidor com consequente produção de biomassa de microalgas com possível valor comercial, dependendo da sua composição em proteínas ou lipídios", destaca. A previsão é de que a equipe conte com dez novos pesquisadores entre técnicos com doutorado, mestrado, estagiários e equipe de suporte, além de um grupo de pesquisa de cianobactérias e microalgas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, coordenado pelo professor Eduardo Jacob Lopes. Para Ernesto Moeri, presidente d Grupo Ecogeo, o projeto é um exemplo positivo de parceria entre as esferas pública e privada. "Este é um exemplo de projeto integrado entre empresa–universidade, uma real parceria público-privada que rompe os paradigmas existentes de pesquisa tecnológica onde a academia desenvolve ciência para o setor privado transformar posteriormente em tecnologia. Neste caso, os dois parceiros trabalharão juntos desde o início, já com foco definido e visando a maximização de retorno dos investimentos", avalia. Desde 2008, o CCA apresenta diversas pesquisas nesta área, além dos anos de experiência em tratamento de efluentes agroindustriais, assim como vínculo com outros grupos de pesquisa. O projeto, batizado oficialmente de "Produção de Biodiesel, sequestro de CO2 e Despoluição Ambiental na Indústria Sucroalcooleira do Cultivo de Microalgas", tem início em fevereiro de 2011 e seu término está previsto para o final de 2013.
17/02/2011
11:40:00
27/02/2011
10:00:00
Gisele Bicaletto
Não
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