Mestrado PPGADR aborda os sistema florestais e a reforma agrária

Araras
Projeto do mestrado foi implementado em assentamento na região canavieira de Ribeirão Preto
Descrever os processos de transição agroecológica do assentamento Sepé Tiaraju é a proposta do trabalho de mestrado de Henderson Gonçalves Nobre, do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural (PPGADR) da UFSCar, campus Araras. O trabalho intitulado “Sistemas Agroflorestais e a Construção do Conhecimento Agroecológico em Assentamentos Rurais” discute as metodologias participativas na avaliação do processo e também a história da implementação de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) em um assentamento da Reforma Agrária.

Fundado em 2004, na região canavieira de Ribeirão Preto, o assentamento Sepé Tiaraju, primeiro assentamento da modalidade do PDS no estado de São Paulo, tem como proposta ser uma alternativa às formas convencionais de ocupação da terra e gestão dos recursos naturais adotadas na região. Por isso, um grupo de agricultores do próprio assentamento, juntamente com a Embrapa Meio Ambiente, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de São Paulo e outros parceiros, tentam consolidar uma estratégia participativa de desenvolvimento e geração do conhecimento agroecológico no assentamento a partir de Sistemas Agroflorestais (SAFs).

O coorientador do estudo, professor Fernando Silveira Franco, docente do Departamento de Ciências Ambientais da UFSCar, aponta que os SAFs desempenham um papel importante incentivando a diversificação da produção e criando uma dinâmica para que os agricultores possam obter renda com os produtos colhidos desde o primeiro ano.

Para o desenvolvimento do trabalho, Nobre utilizou metodologias como o Diagnóstico Rural Participativo, a Pesquisa Ação Participativa e a Observação Participante, para analisar as estratégias de desenvolvimento adotadas e a contribuição dos SAFs para a construção do conhecimento agroecológico e a consolidação de sistemas sustentáveis de produção dentro do assentamento.

A partir deste trabalho o pesquisador aponta que a Agroecologia funciona, especialmente por ser uma ciência nova (foi um curso reconhecido oficialmente há menos de 30 anos) juntamente com a utilização de metodologias participativas que são fundamentais para a condução de estratégias de desenvolvimento local, transformação social e incitando assim a construção, validação e apropriação do conhecimento pelos agricultores. Também ficou clara a contribuição dos SAFs para conciliar a preservação ambiental com a produção diversificada de alimentos que garantem a soberania e a segurança alimentar das famílias assentadas.

Henderson trabalhou no grupo da Embrapa Meio Ambiente de 2007 a 2010 e, após a conclusão de sua pesquisa, começou um novo trabalho no Mato Grosso. "No entanto, o grupo da Embrapa, mesmo ainda sem recursos, continua minimamente acompanhando os agricultores do assentamento para dar continuidade ao trabalho", conta o engenheiro agrônomo que ainda pretende dar continuidade ao tema adaptando a outros lugares.

A Defesa Pública da Dissertação do Mestrado de Henderson Gonçalves Nobra foi realizada nbo dia 31 de agosto no campus Araras da UFSCar.
01/09/2011
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11/09/2011
10:00:00
Arthur Belotto
Não
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