Pesquisa do campus Sorocaba constatou uma assimetria no repasse de preços do etanol

Sorocaba
Constatar se há abuso de poder de mercado por parte dos postos de combustíveis no repasse do preço do etanol hidratado no Estado de São Paulo. Esse foi o objetivo dos estudos realizados pela aluna Jaqueline Zani dos Santos, do Programa de Pós-Graduação em Economia do Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade (CCTS), campus Sorocaba UFSCar. A mestranda realizou uma pesquisa em 18 municípios e, sob a orientação do professor Danilo Rolim Dias de Aguiar, do Departamento de Economia (DEco), fez um levantamento para verificar se os acréscimos e decréscimos de preços do distribuidor do etanol foram transmitidos aos consumidores, pelos donos de postos de combustíveis na mesma intensidade. A dissertação teve como título “Poder de Mercado no Varejo de Etanol no Estado de São Paulo” e, segundo o professor Danilo, foi constatada uma assimetria nesses repasses de preços. 
A simetria entre essa transmissão de preços seria caracterizada quando o dono do posto tivesse a prática de repassar ao consumidor sempre a mesma margem de alteração de preços e pelo mesmo período, tanto na ocasião de queda, como na ocasião do aumento dos preços. Esse equilíbrio, entretanto, não foi constatado. Em onze municípios, incluindo Sorocaba, foi verificado que os donos de postos costumam transmitir por mais tempo e com margem maior, os aumentos de preços do que a diminuição dos preços, sustentando desta forma, uma vantagem maior em seus lucros.
Somente em outras sete cidades do Estado os donos dos postos não conseguem evitar o repasse da queda dos preços dentro de um período máximo de dois meses, considerado como o efeito total da pesquisa. Isso ocorre devido a uma maior concorrência. “É quando a maioria dos postos de combustíveis de uma cidade começa a baixar seus preços. Desta forma, os demais postos da cidade, ainda que tenham uma resistência maior em repassar essa queda de preços, acabam por fazê-lo, sob o risco de perderem a freguesia”, explica Danilo.
Apesar dos municípios apresentarem algumas variações com relação à porcentagem do repasse, em todas as cidades foi constatado que a margem do acréscimo de preços é sempre maior no primeiro mês quando o preço sobre, do que quando o preço cai e para a maioria dos postos, esse efeito permanece.
Na opinião do professor Danilo, a pesquisa revela que há uma tendência de haver a formação de cartéis com mais facilidade em cidades com menos postos de combustíveis.  A pesquisa utilizou como parâmetro os preços médios praticados pelos municípios e registrados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), tanto no atacado como no varejo.
A defesa de dissertação do estudo aconteceu no dia 24 de fevereiro e a banca foi composta pelo orientar, pela professora Mariusa Momenti Pitelli, do campus Sorocaba da UFSCar e a docente Jaênes Miranda Alves, da Universidade Estadual Santa Cruz. Mais informações podem sobre a pesquisa podem ser obtidas pelo e-mail danilo@ufscar.br ou pelo telefone (15) 3229-5974.
20/03/2012
15:12:02
30/03/2012
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Márcia Dias
Não
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