Coordenadora Geral de Educação da Funai, visita a UFSCar para tratar do Programa de Ações Afirmativas
Araras, Sorocaba, São Carlos
No dia 9 de Abril, a coordenadora geral de educação da Fundação Nacional do Índio (Funai), Cilene Campetela, realizou visita à UFSCar para conhecer de perto e buscar novas parcerias com o Programa de Ações Afirmativas (PAA) da Universidade. O evento contou com a presença da equipe do Programa, incluindo a coordenadora e Pró-Reitora de Graduação Adjunta, professora Maria Sílvia de Assis Moura, e dos estudantes indígenas.
A visita teve como objetivo inicial articular a parceria entre a Funai e a UFSCar, por meio do Programa de Ações Afirmativas, e acertar detalhes sobre as cotas e o apoio financeiro que é dado aos alunos. O evento, que aconteceu a partir das 13 horas, contou também com a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos indígenas nas diversas áreas e, ainda, com debate sobre as questões e reivindicações relativas à permanência dos estudantes na Universidade.
Entre os trabalhos apresentados, estão as ações de dois grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) compostos pelos alunos indígenas, que têm como foco produzir e trocar saberes entre as culturas e, principalmente, levar para a aldeia de origem o conhecimento adquirido na Universidade.
O aluno do curso de Imagem e Som, Genilson Torika Kiry, do povo Umutina, pretende, com os conhecimentos adquiridos em sua formação, registrar rituais, danças, mitos, língua e histórias contadas pelos anciãos de sua aldeia para que a cultura não se perca, como já aconteceu anteriormente, no contato com os não indígenas. Já Lennon Ferreira Corezomaé, também do povo Umutina e estudante de Educação Física, espera, além de poder realizar melhorias na área de saúde em sua aldeia, também levar um pouco de sua cultura, por meio de jogos e brincadeiras para as escolas não indígenas, trabalhando na desmistificação de sua cultura. Outros estudantes também pretendem, ao voltar para a aldeia, com todo o conhecimento adquirido, realizar melhorias e auxiliar no fortalecimento de sua cultura e povo.
O Programa de Ações Afirmativas da UFSCar promove diversas ações para o acesso ao Ensino Superior, como a reserva de vagas para estudantes egressos do ensino público e para estudantes negros e as vagas disponíveis para o vestibular indígena. Com implantação em 2007 pelo Conselho Universitário, o PAA pretende em 2017, ao completar dez anos, realizar uma avaliação sobre a necessidade de sua continuidade e/ou ampliação.
A parceria com a Funai teve início em 2010, por meio de apoio financeiro aos estudantes indígenas. O que se pretende para o futuro é que a Universidade, por meio de parcerias com outras instituições de fomento, possa garantir o auxílio à permanência dos estudantes, enquanto a Funai possibilita os meios para o ingresso deles. Exemplo desta iniciativa é o fato de a UFSCar ser a única universidade a possuir dois PETs aprovados pela Capes em edital para indígenas. Além disso, sendo o PAA da UFSCar um programa modelo, espera-se que outras universidades o adotem, de forma a expandir a possibilidade de Ensino Superior para os indígenas. Segundo a representante da Funai "são vários os programas que existem no Brasil para o Ensino Superior indígena, mas nenhum tem esse perfil da UFSCar, no sentido de prever o perfil do egresso e a sua permanência. (...) Alguns não têm essa compreensão por parte do comitê gestor da Universidade, alguns são pequenas ações dentro das universidades, que não ganham proporção e o papel da Funai é apoiar para que isso ganhe proporção. Nossa ideia é sempre a inclusão."
Para a professora Maria Silvia Moura "o Programa de Ações Afirmativas, em especial para estudantes indígenas, da UFSCar é realmente ousado. Nós somos o único, ou um dos únicos, que permite que os estudantes escolham o curso que querem entrar. Ele é aberto para todos os cursos." Há uma vaga em cada curso da Universidade destinada aos indígenas, além do número total de cada curso. Atualmente há 83 indígenas nos três campi da UFSCar em todos os centros. A maior procura é pela área da saúde, sobretudo o curso de Medicina.
A partir da visita, criou-se o contato entre a coordenação da Fundação e os alunos, o que possibilitou esclarecimentos dos pontos levantados e também um retorno sobre a demanda que há na Universidade. Por parte do Programa, novas parcerias e projetos de fomento serão estudados, com o apoio da Funai, para que o ingresso e a permanência destes estudantes se deem de forma satisfatória para todos. A Pró-Reitora de Graduação Adjunta conclui que a maior conquista do Programa, "é o fato deles (alunos indígenas) estarem aqui e poderem levar de volta o conhecimento para a aldeia, fazendo um círculo virtuoso de conhecimento".
A visita teve como objetivo inicial articular a parceria entre a Funai e a UFSCar, por meio do Programa de Ações Afirmativas, e acertar detalhes sobre as cotas e o apoio financeiro que é dado aos alunos. O evento, que aconteceu a partir das 13 horas, contou também com a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos indígenas nas diversas áreas e, ainda, com debate sobre as questões e reivindicações relativas à permanência dos estudantes na Universidade.
Entre os trabalhos apresentados, estão as ações de dois grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) compostos pelos alunos indígenas, que têm como foco produzir e trocar saberes entre as culturas e, principalmente, levar para a aldeia de origem o conhecimento adquirido na Universidade.
O aluno do curso de Imagem e Som, Genilson Torika Kiry, do povo Umutina, pretende, com os conhecimentos adquiridos em sua formação, registrar rituais, danças, mitos, língua e histórias contadas pelos anciãos de sua aldeia para que a cultura não se perca, como já aconteceu anteriormente, no contato com os não indígenas. Já Lennon Ferreira Corezomaé, também do povo Umutina e estudante de Educação Física, espera, além de poder realizar melhorias na área de saúde em sua aldeia, também levar um pouco de sua cultura, por meio de jogos e brincadeiras para as escolas não indígenas, trabalhando na desmistificação de sua cultura. Outros estudantes também pretendem, ao voltar para a aldeia, com todo o conhecimento adquirido, realizar melhorias e auxiliar no fortalecimento de sua cultura e povo.
O Programa de Ações Afirmativas da UFSCar promove diversas ações para o acesso ao Ensino Superior, como a reserva de vagas para estudantes egressos do ensino público e para estudantes negros e as vagas disponíveis para o vestibular indígena. Com implantação em 2007 pelo Conselho Universitário, o PAA pretende em 2017, ao completar dez anos, realizar uma avaliação sobre a necessidade de sua continuidade e/ou ampliação.
A parceria com a Funai teve início em 2010, por meio de apoio financeiro aos estudantes indígenas. O que se pretende para o futuro é que a Universidade, por meio de parcerias com outras instituições de fomento, possa garantir o auxílio à permanência dos estudantes, enquanto a Funai possibilita os meios para o ingresso deles. Exemplo desta iniciativa é o fato de a UFSCar ser a única universidade a possuir dois PETs aprovados pela Capes em edital para indígenas. Além disso, sendo o PAA da UFSCar um programa modelo, espera-se que outras universidades o adotem, de forma a expandir a possibilidade de Ensino Superior para os indígenas. Segundo a representante da Funai "são vários os programas que existem no Brasil para o Ensino Superior indígena, mas nenhum tem esse perfil da UFSCar, no sentido de prever o perfil do egresso e a sua permanência. (...) Alguns não têm essa compreensão por parte do comitê gestor da Universidade, alguns são pequenas ações dentro das universidades, que não ganham proporção e o papel da Funai é apoiar para que isso ganhe proporção. Nossa ideia é sempre a inclusão."
Para a professora Maria Silvia Moura "o Programa de Ações Afirmativas, em especial para estudantes indígenas, da UFSCar é realmente ousado. Nós somos o único, ou um dos únicos, que permite que os estudantes escolham o curso que querem entrar. Ele é aberto para todos os cursos." Há uma vaga em cada curso da Universidade destinada aos indígenas, além do número total de cada curso. Atualmente há 83 indígenas nos três campi da UFSCar em todos os centros. A maior procura é pela área da saúde, sobretudo o curso de Medicina.
A partir da visita, criou-se o contato entre a coordenação da Fundação e os alunos, o que possibilitou esclarecimentos dos pontos levantados e também um retorno sobre a demanda que há na Universidade. Por parte do Programa, novas parcerias e projetos de fomento serão estudados, com o apoio da Funai, para que o ingresso e a permanência destes estudantes se deem de forma satisfatória para todos. A Pró-Reitora de Graduação Adjunta conclui que a maior conquista do Programa, "é o fato deles (alunos indígenas) estarem aqui e poderem levar de volta o conhecimento para a aldeia, fazendo um círculo virtuoso de conhecimento".
11/04/2012
11:20:53
20/04/2012
10:00:00
Débora Taño
Sim
Não
4623