Familiares de Nhonhô Magalhães visitam, pela primeira vez, acervo do fazendeiro na UFSCar

São Carlos
Pela primeira vez, familiares do fazendeiro Carlos Leôncio de Magalhães, o Nhonhô Magalhães, estiveram na Unidade Especial de Informação e Memória (UEIM) da UFSCar e conheceram o Fundo Nhonhô Magalhães. Adelaide Magalhães e Alice Magalhães, mãe e filha, e respectivamente, neta e bisneta do empresário, que se tornou conhecido durante o período da Primeira República, visitaram o acervo pessoal e empresarial de Nhonhô, que conta com mapas e plantas desenhados em tecidos por volta da década de 20, fotografias pessoais de sua vida no campo, relatórios financeiros da administração de suas fazendas e correspondências pessoais trocadas, inclusive, com o autor Monteiro Lobato.

Mãe e filha ficaram impressionadas com a quantidade de material do Fundo e com a qualidade de conservação do acervo. Em meio a centenas de fotos e reconhecendo alguns familiares, Adelaide classificou como fantástica a iniciativa. “Acervos como esse garantem a sobrevivência da nossa história. Se não fosse a Universidade Federal de São Carlos esse patrimônio estaria perdido”, afirmou Adelaide. Já Alice, bisneta de Nhonhô, incentivada pela vontade de conhecer o seu passado e resgatar a história rural do Brasil, contou que após ter acesso a todo o material do Fundo da UEIM pretende reunir e aproveitar a riqueza desse patrimônio e escrever um livro sobre a vida do bisavô.

Adelaide e Alice também tiveram acesso a cartas trocadas entre Nhonhô Magalhães e o escritor Monteiro Lobato. Nas cartas, datadas de 1925, o famoso escritor solicita apoio financeiro a Nhonhô para evitar a falência da Companhia Gráfica Editora Monteiro Lobato, abalada por problemas de gestão e pela Revolução de 1924 em São Paulo. Segundo Marisa Lajolo, docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie e especialista na obra de Monteiro Lobato, que também visitou o Fundo Nhonhô Magalhães, essas cartas ainda são desconhecidas pelos estudiosos do escritor. “Trata-se de um material exclusivo e inédito”, relatou Lajolo.

Adelaide e Alice também contribuíram com Fundo e doaram uma biografia de Nhonhô Magalhães para o acervo. O livro "Carlos Leôncio de Magalhães – Um desbravador de sertão”, foi escrito por Barros Ferreira e João de Scantimburgo em 1975, em comemoração ao centenário de seu nascimento.

Os arquivos do Fundo Nhonhô Magalhães estão disponíveis para visitação na sede da UEIM, no Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH), localizado na área Sul do campus São Carlos da UFSCar. Parte do acervo de mapas e plantas históricas também está disponível no site www.ueim.ufscar.br. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3351-9609.
12/04/2012
10:31:00
22/04/2012
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Eduardo Sotto Mayor
Não
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