Estudo da UFSCar aprimora tratamento da esquistossomose mansônica
Araras, Sorocaba, São Carlos
Todos os anos cerca de 300 mil pessoas ao redor do mundo morrem vítimas da esquistossomose mansônica, doença parasitária endêmica em mais de setenta países. Ainda assim, os efeitos colaterais do tratamento, parecidos com os da quimioterapia, levam muitas pessoas infectadas a recusarem os cuidados recomendados pela Organização Mundial de Saúde.
No entanto, a patente "Composição Farmacêutica, Extrato Vegetal e Processo de Preparação do Mesmo", desenvolvida pela professora Fernanda de Freitas Anibal, do Departamento de Morfologia e Patologia (DMP) da UFSCar, pode representar uma alternativa para esses pacientes. Tratase de um fitoterápico que atua de forma semelhante à droga comercial atualmente utilizada, mas com menos problemas derivados do seu uso. Também são inventores Luis Vitor Silva do Sacramento, professor da Unesp de Araraquara; Vanderlei Rodrigues, docente da USP de Ribeirão Preto; Lizandra Guidi Magalhães, pósgraduanda da USP; e Ricardo de Oliveira Correia e Naiara Naiana Dejani, pósgraduandos da UFSCar.
Popularmente conhecida como Barriga d' água, a esquistossomose é transmitida em regiões onde não há saneamento básico ou em que rios e pequenas represas representam fonte de água para banho e outras atividades. Ao penetrar na pele da pessoa, o parasita segue para o vaso sanguíneo, onde se desenvolverá no verme adulto e então se acasalará, permanecendo assim por praticamente todo seu tempo de vida, que pode ser de muitos anos.
Após 45 dias de infecção os ovos desses vermes são eliminados com as fezes. Se no local onde isso acontecer houver um caramujo do gênero Biomphalaria, a larva que está dentro do ovo sai e infecta esse hospedeiro intermediário, que irá transformar a larva na sua forma infectante, a cercária, e depois liberála.
O composto desenvolvido na UFSCar atua matando esse verme, separando o macho da fêmea, reduzindo a sua ovoposição e diminuindo a viabilidade dele infectar o hospedeiro intermediário sem, contudo, resultar no malestar característico de drogas como essa, como dores no corpo e muscular, prostração, náusea e diarreia.
Além disso, durante os ensaios foi constatado um efeito antiinflamatório no fígado, já que muitas vezes o ovo escapa do vaso sanguíneo e se aloja nesse órgão. "Observamos também que no modelo experimental ocorre uma diminuição no depósito de colágeno, que é um dos fatores importantes para o desenvolvimento da fibrose, uma das principais causas de morte relacionadas à doença", explica Fernanda.
Atualmente, a equipe da professora Fernanda está tentando isolar os compostos. Eles fizeram uma parceria com a universidade de Nova Lisboa, em Portugal, que tem colaboração com vários países da África e estão testando-os na forma infectante do parasita. Também está sendo feita a proteômica do parasita frente ao tratamento, para saber qual proteína ele compromete e o quanto isso é fundamental para o metabolismo dele e porque o fármaco mata o parasita e não o hospedeiro.
O composto ainda está em fase de pesquisa. Como a esquistossomose é uma doença que privilegia as classes economicamente desfavorecidas, não há muito interesse das indústrias privadas, mas a expectativa é conseguir uma parceria com alguma instituição pública. "Se a gente conseguir isolar um único composto e depois sintetizar, isso facilitará muito para eles, então poderemos fazer uma proposta melhor para a indústria. E pode ser que esse medicamento seja usado em outras doenças, porque em áreas endêmicas há também malária, leishmaniose e alguns desses fármacos conseguem atuar sobre esses outros organismos", conclui a pesquisadora.
No entanto, a patente "Composição Farmacêutica, Extrato Vegetal e Processo de Preparação do Mesmo", desenvolvida pela professora Fernanda de Freitas Anibal, do Departamento de Morfologia e Patologia (DMP) da UFSCar, pode representar uma alternativa para esses pacientes. Tratase de um fitoterápico que atua de forma semelhante à droga comercial atualmente utilizada, mas com menos problemas derivados do seu uso. Também são inventores Luis Vitor Silva do Sacramento, professor da Unesp de Araraquara; Vanderlei Rodrigues, docente da USP de Ribeirão Preto; Lizandra Guidi Magalhães, pósgraduanda da USP; e Ricardo de Oliveira Correia e Naiara Naiana Dejani, pósgraduandos da UFSCar.
Popularmente conhecida como Barriga d' água, a esquistossomose é transmitida em regiões onde não há saneamento básico ou em que rios e pequenas represas representam fonte de água para banho e outras atividades. Ao penetrar na pele da pessoa, o parasita segue para o vaso sanguíneo, onde se desenvolverá no verme adulto e então se acasalará, permanecendo assim por praticamente todo seu tempo de vida, que pode ser de muitos anos.
Após 45 dias de infecção os ovos desses vermes são eliminados com as fezes. Se no local onde isso acontecer houver um caramujo do gênero Biomphalaria, a larva que está dentro do ovo sai e infecta esse hospedeiro intermediário, que irá transformar a larva na sua forma infectante, a cercária, e depois liberála.
O composto desenvolvido na UFSCar atua matando esse verme, separando o macho da fêmea, reduzindo a sua ovoposição e diminuindo a viabilidade dele infectar o hospedeiro intermediário sem, contudo, resultar no malestar característico de drogas como essa, como dores no corpo e muscular, prostração, náusea e diarreia.
Além disso, durante os ensaios foi constatado um efeito antiinflamatório no fígado, já que muitas vezes o ovo escapa do vaso sanguíneo e se aloja nesse órgão. "Observamos também que no modelo experimental ocorre uma diminuição no depósito de colágeno, que é um dos fatores importantes para o desenvolvimento da fibrose, uma das principais causas de morte relacionadas à doença", explica Fernanda.
Atualmente, a equipe da professora Fernanda está tentando isolar os compostos. Eles fizeram uma parceria com a universidade de Nova Lisboa, em Portugal, que tem colaboração com vários países da África e estão testando-os na forma infectante do parasita. Também está sendo feita a proteômica do parasita frente ao tratamento, para saber qual proteína ele compromete e o quanto isso é fundamental para o metabolismo dele e porque o fármaco mata o parasita e não o hospedeiro.
O composto ainda está em fase de pesquisa. Como a esquistossomose é uma doença que privilegia as classes economicamente desfavorecidas, não há muito interesse das indústrias privadas, mas a expectativa é conseguir uma parceria com alguma instituição pública. "Se a gente conseguir isolar um único composto e depois sintetizar, isso facilitará muito para eles, então poderemos fazer uma proposta melhor para a indústria. E pode ser que esse medicamento seja usado em outras doenças, porque em áreas endêmicas há também malária, leishmaniose e alguns desses fármacos conseguem atuar sobre esses outros organismos", conclui a pesquisadora.
29/06/2012
10:06:00
09/07/2012
10:00:00
Gisele Bicaletto
Não
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