Quatro projetos da UFSCar buscam difundir a dança e contribuir para a identidade cultural da UFSCar e de toda a comunidade
São Carlos
Atividades são gratuitas e abertas a todos os interessados
Conseguir se expressar por meio do corpo. Esta é uma das principais características do dançarino, que busca se relacionar consigo mesmo e com os outros ao seu redor pelo movimento. Além da comunicação, o amor tem presença marcante entre os integrantes dos quatro grupos de dança da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar): o Grupo de Dança Contemporânea (GDC), a Urze Cia de Dança, o grupo de Dança Circular Sagrada Tradição e Cultura e o GiraFulô - Práticas e Pesquisa em Danças Brasileiras. Todos são coordenados pela professora Yara Aparecida Couto, do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH), e são projetos de extensão da Universidade, ou seja, buscam desenvolver pesquisa, extensão e ensino.
Em 2003 teve início o GDC, dirigido pelo coreógrafo Francisco Silva, formado por estudantes, funcionários e docentes da Universidade e pessoas da comunidade que queriam praticar a dança contemporânea. Alguns integrantes foram convidados a fundar uma companhia de dança com dedicação mais intensa e profissional dos bailarinos e, foi assim, que três anos depois, surgiu a Urze. E, desde então, foram 11 espetáculos criados pelo grupo. "As relações humanas são a base dos espetáculos. A história de vida dos próprios bailarinos também entra na dança. São seis meses de pesquisa musical e do tema e muita leitura, e mais três ou quatro meses de ensaio. Todo o processo é criado com muito amor e dedicação por todos, que praticam nas horas livres, fins de semana e feriados para trazer o resultado de tudo isso ao público", conta Francisco.
O coreógrafo e diretor explica que com a criação da Urze o GDC não foi extinto. "O GDC é o primeiro contato dos interessados na prática da dança contemporânea que, se tiverem interesse, prática e aptidão, podem participar da Urze". Atualmente, 25 pessoas participam do GDC, que promove aulas de dança contemporânea, variando técnicas que passam pela dança moderna, contato-improvisação, técnica clássica, condicionamento para bailarinos, experimentação coreográfica, circo, dentre outras. A participação é aberta a todos os interessados, universitários ou não. Os pré-requisitos são o interesse pela poética do movimento e o comprometimento ao cumprimento da carga horária do projeto.
Muitos integrantes da Urze, que completa em 2012 seis anos de criação, fizeram parte do GDC desde a sua formação. Carla Bolaz é um exemplo. Ela encontrou o grupo em 2002, quando cursava Biologia na UFSCar. "E aqui estou até hoje. Trabalho em Pirassununga e venho diariamente para São Carlos para ensaiar. A dança é meu posicionamento no mundo, meu canal para entender a mim mesma e às pessoas", comenta.
Gustavo Fataki, que já se formou na UFSCar, também vem à Universidade pelo amor à dança e à Urze. Ele entrou no curso de Imagem e Som em 2002 e saiu bailarino. "Vim estudar Imagem e Som e conheci a Urze. Me apaixonei pelo grupo e pela dança e hoje sou bailarino profissional em uma cia de dança em Taubaté".
Este amor pela dança é vivido por todos do grupo que se emocionam com as palavras do mestre quando define o que é esta prática. "Dança já foi muita coisa pra mim e hoje é a forma que eu encontrei para representar o mundo. É minha identidade e é com ela que pego meu título de eleitor e vou votar. E é na dança contemporânea que tenho liberdade de ser eu, de carne e osso, de ser verdadeiro e autêntico", finaliza Francisco.
Também com o propósito artístico de contribuir na formação da identidade cultural da UFSCar, difundindo novas e diferentes linguagens artísticas ligadas à dança, existe o grupo GiraFulô - Práticas e Pesquisa em Danças Brasileiras, ministrado pela professora de dança Vívian Parreira da Silva. Movimento, voz, músicas, instrumentos de percussão e objetos simbólicos ou alegóricos fazem parte de uma mesma expressão. Desta forma, este grupo se orienta pelos processos de criação tendo como base as manifestações da cultura popular brasileira. O grupo nasceu em 2006 com a proposta de pesquisar as danças brasileiras e a cultura popular. O repertório do grupo é baseado em algumas danças como cacuriá, caroço, cirandas, cocos, congada e jongo. "Hoje o Girafulô tem cerca de 10 canções de autoria própria", conta Vívian.
Além desta atividade, o Girafulô, composto por 20 pessoas, desenvolve trabalhos em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e o Ponto de Cultura Teia das Culturas, em escolas da cidade, que buscam implementar leis que prevêem o ensino da história e cultura afro-brasileiras e indígenas. "O grupo sempre desenvolveu ações ligadas à educação, pois acreditamos que estão relacionadas à valorização e ao reconhecimento dos processos educativos presentes nas diferentes práticas culturais populares", comenta Vívian.
Visitas a grupos que trabalham e desenvolvem atividades de valorização das culturas africana, afro-brasileira e indígena também são realizadas pelo Girafulô. Vívian conta que estas visitas são "parte fundamental dos trabalhos do grupo, pois a partir delas se pode ter contato com mestres da cultura popular".
Nas danças de cada povo permanecem marcas, características e peculiaridades de sua cultura e tradição, que no conjunto deste conhecimento forma o que se conhece atualmente como Dança Circular Sagrada. É a manifestação da humanidade, que traz em sua raiz a dança dos povos como forma simbólica de comunhão e transcendência por meio das mais antigas linguagens de movimento, preservando em seus ritmos, gestos e movimentos, as memórias das origens humanas. Nelas estão presentes símbolos e arquétipos representados por um indivíduo ou pelo grupo.
Dança Circular Sagrada Tradição e Cultura é um outro projeto de extensão oferecido a servidores, docentes e alunos da UFSCar e também à toda a comunidade. A atividade surgiu em 2003. Geralmente de mãos dadas, os dançarinos descrevem formas variadas no espaço, sendo a formação em círculo a mais comum. "A coreografia executada repetidas vezes é o redemoinho do tempo, o ritmo cíclico de vida, morte e renascimento, de constante mudança e transformação, o que aproxima a dança circular de uma meditação em movimento", explica Yara Aparecida Couto, que ministra a atividade, ligada ao Programa Qualidade de Vida (PQV) da UFSCar.
Durante a prática é utilizada uma metodologia de ensino onde são focalizados os movimentos, gestos e passos das Danças Circulares, por meio do estudo, da pesquisa e da apropriação da dança. Os objetivos são vivenciar o repertório das Danças Circulares Sagradas, conhecendo e refletindo sobre sua reapropriação e ressignificação; compreender a natureza e o significado do movimento circular das danças e suas implicações na dinâmica do movimento humano e sua corporeidade; e vivenciar processos pedagógicos em que a dança cria um espaço potencial educativo na experiência humana e vivência cultural.
Sob o mesmo tema, Yara ministra Atividades Curriculares de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE), também para docentes, funcionários, alunos e toda a comunidade.
Os grupos são abertos a todos os interessados, que precisam entrar em contato com a professora Yara pelo telefone (16) 3351-8379 ou por e-mail pelo e-mail yaracout@ufscar.br. Os encontros do GDC são de segunda, quarta e sexta-feira, das 10 às 12 horas, no Ginasinho. O grupo Dança Circular Sagrada Tradição e Cultura, do Programa Qualidade de Vida, se encontra às terças-feiras, das 17 horas às 19h30, no Laboratório de Condicionamento Físico do DEFMH, na área Sul do campus São Carlos da UFSCar, e a Aciepe se reúne às quintas-feiras das 17 às 19 horas, na sala de atividades físicas no Núcleo de Formação de Professores. O GiraFulô - Práticas e Pesquisa em Danças Brasileiras se encontra às terças-feiras, das 19 horas às 21h30, também no Laboratório de Condicionamento Físico.
Em 2003 teve início o GDC, dirigido pelo coreógrafo Francisco Silva, formado por estudantes, funcionários e docentes da Universidade e pessoas da comunidade que queriam praticar a dança contemporânea. Alguns integrantes foram convidados a fundar uma companhia de dança com dedicação mais intensa e profissional dos bailarinos e, foi assim, que três anos depois, surgiu a Urze. E, desde então, foram 11 espetáculos criados pelo grupo. "As relações humanas são a base dos espetáculos. A história de vida dos próprios bailarinos também entra na dança. São seis meses de pesquisa musical e do tema e muita leitura, e mais três ou quatro meses de ensaio. Todo o processo é criado com muito amor e dedicação por todos, que praticam nas horas livres, fins de semana e feriados para trazer o resultado de tudo isso ao público", conta Francisco.
O coreógrafo e diretor explica que com a criação da Urze o GDC não foi extinto. "O GDC é o primeiro contato dos interessados na prática da dança contemporânea que, se tiverem interesse, prática e aptidão, podem participar da Urze". Atualmente, 25 pessoas participam do GDC, que promove aulas de dança contemporânea, variando técnicas que passam pela dança moderna, contato-improvisação, técnica clássica, condicionamento para bailarinos, experimentação coreográfica, circo, dentre outras. A participação é aberta a todos os interessados, universitários ou não. Os pré-requisitos são o interesse pela poética do movimento e o comprometimento ao cumprimento da carga horária do projeto.
Muitos integrantes da Urze, que completa em 2012 seis anos de criação, fizeram parte do GDC desde a sua formação. Carla Bolaz é um exemplo. Ela encontrou o grupo em 2002, quando cursava Biologia na UFSCar. "E aqui estou até hoje. Trabalho em Pirassununga e venho diariamente para São Carlos para ensaiar. A dança é meu posicionamento no mundo, meu canal para entender a mim mesma e às pessoas", comenta.
Gustavo Fataki, que já se formou na UFSCar, também vem à Universidade pelo amor à dança e à Urze. Ele entrou no curso de Imagem e Som em 2002 e saiu bailarino. "Vim estudar Imagem e Som e conheci a Urze. Me apaixonei pelo grupo e pela dança e hoje sou bailarino profissional em uma cia de dança em Taubaté".
Este amor pela dança é vivido por todos do grupo que se emocionam com as palavras do mestre quando define o que é esta prática. "Dança já foi muita coisa pra mim e hoje é a forma que eu encontrei para representar o mundo. É minha identidade e é com ela que pego meu título de eleitor e vou votar. E é na dança contemporânea que tenho liberdade de ser eu, de carne e osso, de ser verdadeiro e autêntico", finaliza Francisco.
Também com o propósito artístico de contribuir na formação da identidade cultural da UFSCar, difundindo novas e diferentes linguagens artísticas ligadas à dança, existe o grupo GiraFulô - Práticas e Pesquisa em Danças Brasileiras, ministrado pela professora de dança Vívian Parreira da Silva. Movimento, voz, músicas, instrumentos de percussão e objetos simbólicos ou alegóricos fazem parte de uma mesma expressão. Desta forma, este grupo se orienta pelos processos de criação tendo como base as manifestações da cultura popular brasileira. O grupo nasceu em 2006 com a proposta de pesquisar as danças brasileiras e a cultura popular. O repertório do grupo é baseado em algumas danças como cacuriá, caroço, cirandas, cocos, congada e jongo. "Hoje o Girafulô tem cerca de 10 canções de autoria própria", conta Vívian.
Além desta atividade, o Girafulô, composto por 20 pessoas, desenvolve trabalhos em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e o Ponto de Cultura Teia das Culturas, em escolas da cidade, que buscam implementar leis que prevêem o ensino da história e cultura afro-brasileiras e indígenas. "O grupo sempre desenvolveu ações ligadas à educação, pois acreditamos que estão relacionadas à valorização e ao reconhecimento dos processos educativos presentes nas diferentes práticas culturais populares", comenta Vívian.
Visitas a grupos que trabalham e desenvolvem atividades de valorização das culturas africana, afro-brasileira e indígena também são realizadas pelo Girafulô. Vívian conta que estas visitas são "parte fundamental dos trabalhos do grupo, pois a partir delas se pode ter contato com mestres da cultura popular".
Nas danças de cada povo permanecem marcas, características e peculiaridades de sua cultura e tradição, que no conjunto deste conhecimento forma o que se conhece atualmente como Dança Circular Sagrada. É a manifestação da humanidade, que traz em sua raiz a dança dos povos como forma simbólica de comunhão e transcendência por meio das mais antigas linguagens de movimento, preservando em seus ritmos, gestos e movimentos, as memórias das origens humanas. Nelas estão presentes símbolos e arquétipos representados por um indivíduo ou pelo grupo.
Dança Circular Sagrada Tradição e Cultura é um outro projeto de extensão oferecido a servidores, docentes e alunos da UFSCar e também à toda a comunidade. A atividade surgiu em 2003. Geralmente de mãos dadas, os dançarinos descrevem formas variadas no espaço, sendo a formação em círculo a mais comum. "A coreografia executada repetidas vezes é o redemoinho do tempo, o ritmo cíclico de vida, morte e renascimento, de constante mudança e transformação, o que aproxima a dança circular de uma meditação em movimento", explica Yara Aparecida Couto, que ministra a atividade, ligada ao Programa Qualidade de Vida (PQV) da UFSCar.
Durante a prática é utilizada uma metodologia de ensino onde são focalizados os movimentos, gestos e passos das Danças Circulares, por meio do estudo, da pesquisa e da apropriação da dança. Os objetivos são vivenciar o repertório das Danças Circulares Sagradas, conhecendo e refletindo sobre sua reapropriação e ressignificação; compreender a natureza e o significado do movimento circular das danças e suas implicações na dinâmica do movimento humano e sua corporeidade; e vivenciar processos pedagógicos em que a dança cria um espaço potencial educativo na experiência humana e vivência cultural.
Sob o mesmo tema, Yara ministra Atividades Curriculares de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE), também para docentes, funcionários, alunos e toda a comunidade.
Os grupos são abertos a todos os interessados, que precisam entrar em contato com a professora Yara pelo telefone (16) 3351-8379 ou por e-mail pelo e-mail yaracout@ufscar.br. Os encontros do GDC são de segunda, quarta e sexta-feira, das 10 às 12 horas, no Ginasinho. O grupo Dança Circular Sagrada Tradição e Cultura, do Programa Qualidade de Vida, se encontra às terças-feiras, das 17 horas às 19h30, no Laboratório de Condicionamento Físico do DEFMH, na área Sul do campus São Carlos da UFSCar, e a Aciepe se reúne às quintas-feiras das 17 às 19 horas, na sala de atividades físicas no Núcleo de Formação de Professores. O GiraFulô - Práticas e Pesquisa em Danças Brasileiras se encontra às terças-feiras, das 19 horas às 21h30, também no Laboratório de Condicionamento Físico.
02/07/2012
15:47:00
09/07/2012
23:59:00
Mariana Ignatios
Sim
Não
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