Equipe da UFSCar relata experiência com a Operação Açaí no Pará
São Carlos
Grupo permaneceu na cidade de Curuçá, a 140 km de Belém, de 6 a 22 de julho
Retornaram a São Carlos no dia 22 de julho, os dois docentes e oito estudantes de graduação da UFSCar que participaram da Operação Açaí do Projeto Rondon, realizada no município paraense de Curuçá, a 140 km a nordeste de Belém. Eles permaneceram na localidade de 6 a 22 de julho, período no qual realizaram diversas atividades, entre oficinas e outras intervenções com o objetivo de capacitar gestores, lideranças locais e a comunidade para desenvolver ações para melhorar a qualidade de vida e o uso sustentável dos recursos naturais do Município.
A operação Açaí é a sétima participação da UFSCar no projeto Rondon. Outros grupos já estiveram, em 2005, 2007 e 2009, nas cidades de Santo Santo Antônio do Içá (AM), Cabeceiras do Piauí (PI), Bonfim (RR), Jurupiranga (PB), Branquinha (AL) e Ipubi (PE). Coordenado pelo Ministério da Defesa, o projeto é uma ação de integração social que envolve a participação voluntária de estudantes universitários na busca de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes e ampliem o bem-estar da população. Além da UFSCar, outras 37 instituições de Ensino Superior de nove estados e do Distrito Federal participaram da operação, que este ano esteve presente em 19 municípios paraenses e contou com a participação de aproximadamente 380 rondonistas, entre estudantes e professores universitários.
Em Curuçá, além da UFSCar também promoveu atividades uma equipe da Universidade de Passo Fundo (UPF), que atuou nas áreas de Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação e Saúde. A equipe de São Carlos, coordenada pela docente Marcilene Dantas Ferreira, do Departamento de Engenharia Civil, e por Sérgio Luis da Silva, professor do Departamento de Ciência da Informação, promoveu atividades voltadas para temáticas organizadas de forma multidisciplinar a partir de temas relacionados a Comunicação, Meio Ambiente, Tecnologia e Produção e Trabalho.
Ao todo foram mais de 40 oficinas, palestras, minicursos e apresentações, além de levantamentos de campo e outras mobilizações com os moradores, como mutirões de limpeza, distribuição de panfletos sobre conscientização para o trânsito e sessões de cinema. Em algumas das oficinas realizadas durante a operação, os participantes apresentaram para os moradores técnicas voltadas para construção de fossas sépticas mais baratas que as convencionais, técnicas para o tratamento de água e manutenção residencial elétrica.
Coincidentemente, durante a realização da operação do Rondon também acontecia na cidade o Curuçá Festival de Folclore, uma das maiores festas do folclore paraense, com duração de três dias e conhecida em todo o Estado. Aproveitando o evento, o grupo também articulou outras ações visando incentivar a auto-organização dos comerciantes na venda de seus produtos durante o Festival.
Parte das oficinas de comunicação durante a operação - voltadas para fotografia e curta metragens a partir de celulares - também resultaram na produção de fotos e vídeos que estão disponibilizados na Internet e podem ser acessados por meio de um blog criado pelos participantes.
A coordenadora da operação na UFSCar ressalta a satisfação na realização do projeto e na repercussão que as atividades tiveram entre a população local, com várias manifestações como a de uma jovem chamada Marússia, que enviou uma carta ao grupo com a seguinte mensagem: "Agradeço a todos vocês, pois pude aprender coisas novas e o conhecimento nunca é demais", escreveu a paraense.
Essa relação com o conhecimento e com a comunidade é o que ressalta Marcilene ao falar do projeto. Segundo ela, que é natural do Estado do Pará, o projeto foi uma oportunidade de ampliar os conhecimentos tanto da população local como dos rondonistas e de despertar a atenção para diferentes realidades. "Pessoalmente foi um resgate da minha identidade e a oportunidade de realizar um projeto de educação ambiental. Sempre foi minha vontade voltar para o Pará e realizar algo assim", enfatiza a docente.
Sobre o município visitado, Marcilene ressalta que o projeto Rondon busca escolher municípios que tenham um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e tenham necessidades de desenvolvimento. Segundo ela, o município de Curuçá, por exemplo, tem claras necessidades de uma conscientização ambiental, já que possui uma das maiores áreas de extensão de mangue do planeta. "Numa localidade como essa é importantíssima a conscientização ambiental e nós vimos na cidade situações como as de lixo a céu aberto", alerta a docente.
Com uma população de 37 mil habitantes, no entanto, Curuçá também tem atrativos que chamaram a atenção da equipe, principalmente relacionado às expressões culturais. Dentre estas manifestações, segundo o que a equipe pôde presenciar, está o Carimbó, um gênero musical de origem indígena que miscigenou-se com outras influências como a negra e é bastante difundido no em torno de Belém.
Um dos estudantes participantes, Ítalo Vinicius Galego, foi um dos propositores da atividade na UFSCar. Ele e a colega Camila Takisava Kussaba, ambos do quarto ano do curso de Engenharia Civil, procuraram a professora Marcilene em março deste ano propondo a participação no projeto Rondon. Segundo ele, a participação na operação foi inesquecível e muito enriquecedora do ponto de vista pessoal e profissional. "Fomos com o intuito de ensinar e acabamos aprendendo e reconhecendo como as pessoas são felizes com o que têm e como nós do Sudeste não conhecemos outras realidades do país", relata Ítalo, que ressalta também que na operação aprendeu a "respeitar limitações, reconhecer que os outros têm a ensinar e ser dinâmico para encontrar soluções em situações do dia-a-dia".
Outra estudante que participou das atividades, Fernanda Imada de Lima, aluna do curso de Gestão e Análise Ambiental, ressalta as atividades que pôde realizar com a comunidade. Ela relata que aprendeu muito com a preparação e com a oferta de oficinas como as de horta orgânica e composteira; reutilização e uso racional de água; e apresentações de lendas da região com temáticas ambientais por meio de fantoches. Além dessas atividades, um dos desafios ressaltados pela aluna foi o de trabalhar um tema relacionado a aterro sanitário com catadores que frequentam um lixão que será fechado em breve. "É uma realidade totalmente diferente e eu pude aprender muito com o interesse e o otimismo daquelas pessoas", enfatiza a aluna.
Além de Ítalo, Camila e Fernanda, a equipe UFSCar da Operação Açaí foi composta pelos estudantes Beatriz Celere e Heiane Sebin Sampaio, do curso de Gestão Ambiental; Alan Pereira e João Felipe Rossignolli de Lima, do curso de Imagem e Som; e por Ariane Paschoalino, do curso de Engenharia de Produção.
Outras informações sobre a experiência dos estudantes e os relatos da operação podem ser conferidos no blog do projeto na UFSCar ou no site oficial do projeto Rondon.
A operação Açaí é a sétima participação da UFSCar no projeto Rondon. Outros grupos já estiveram, em 2005, 2007 e 2009, nas cidades de Santo Santo Antônio do Içá (AM), Cabeceiras do Piauí (PI), Bonfim (RR), Jurupiranga (PB), Branquinha (AL) e Ipubi (PE). Coordenado pelo Ministério da Defesa, o projeto é uma ação de integração social que envolve a participação voluntária de estudantes universitários na busca de soluções que contribuam para o desenvolvimento sustentável de comunidades carentes e ampliem o bem-estar da população. Além da UFSCar, outras 37 instituições de Ensino Superior de nove estados e do Distrito Federal participaram da operação, que este ano esteve presente em 19 municípios paraenses e contou com a participação de aproximadamente 380 rondonistas, entre estudantes e professores universitários.
Em Curuçá, além da UFSCar também promoveu atividades uma equipe da Universidade de Passo Fundo (UPF), que atuou nas áreas de Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação e Saúde. A equipe de São Carlos, coordenada pela docente Marcilene Dantas Ferreira, do Departamento de Engenharia Civil, e por Sérgio Luis da Silva, professor do Departamento de Ciência da Informação, promoveu atividades voltadas para temáticas organizadas de forma multidisciplinar a partir de temas relacionados a Comunicação, Meio Ambiente, Tecnologia e Produção e Trabalho.
Ao todo foram mais de 40 oficinas, palestras, minicursos e apresentações, além de levantamentos de campo e outras mobilizações com os moradores, como mutirões de limpeza, distribuição de panfletos sobre conscientização para o trânsito e sessões de cinema. Em algumas das oficinas realizadas durante a operação, os participantes apresentaram para os moradores técnicas voltadas para construção de fossas sépticas mais baratas que as convencionais, técnicas para o tratamento de água e manutenção residencial elétrica.
Coincidentemente, durante a realização da operação do Rondon também acontecia na cidade o Curuçá Festival de Folclore, uma das maiores festas do folclore paraense, com duração de três dias e conhecida em todo o Estado. Aproveitando o evento, o grupo também articulou outras ações visando incentivar a auto-organização dos comerciantes na venda de seus produtos durante o Festival.
Parte das oficinas de comunicação durante a operação - voltadas para fotografia e curta metragens a partir de celulares - também resultaram na produção de fotos e vídeos que estão disponibilizados na Internet e podem ser acessados por meio de um blog criado pelos participantes.
A coordenadora da operação na UFSCar ressalta a satisfação na realização do projeto e na repercussão que as atividades tiveram entre a população local, com várias manifestações como a de uma jovem chamada Marússia, que enviou uma carta ao grupo com a seguinte mensagem: "Agradeço a todos vocês, pois pude aprender coisas novas e o conhecimento nunca é demais", escreveu a paraense.
Essa relação com o conhecimento e com a comunidade é o que ressalta Marcilene ao falar do projeto. Segundo ela, que é natural do Estado do Pará, o projeto foi uma oportunidade de ampliar os conhecimentos tanto da população local como dos rondonistas e de despertar a atenção para diferentes realidades. "Pessoalmente foi um resgate da minha identidade e a oportunidade de realizar um projeto de educação ambiental. Sempre foi minha vontade voltar para o Pará e realizar algo assim", enfatiza a docente.
Sobre o município visitado, Marcilene ressalta que o projeto Rondon busca escolher municípios que tenham um baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e tenham necessidades de desenvolvimento. Segundo ela, o município de Curuçá, por exemplo, tem claras necessidades de uma conscientização ambiental, já que possui uma das maiores áreas de extensão de mangue do planeta. "Numa localidade como essa é importantíssima a conscientização ambiental e nós vimos na cidade situações como as de lixo a céu aberto", alerta a docente.
Com uma população de 37 mil habitantes, no entanto, Curuçá também tem atrativos que chamaram a atenção da equipe, principalmente relacionado às expressões culturais. Dentre estas manifestações, segundo o que a equipe pôde presenciar, está o Carimbó, um gênero musical de origem indígena que miscigenou-se com outras influências como a negra e é bastante difundido no em torno de Belém.
Um dos estudantes participantes, Ítalo Vinicius Galego, foi um dos propositores da atividade na UFSCar. Ele e a colega Camila Takisava Kussaba, ambos do quarto ano do curso de Engenharia Civil, procuraram a professora Marcilene em março deste ano propondo a participação no projeto Rondon. Segundo ele, a participação na operação foi inesquecível e muito enriquecedora do ponto de vista pessoal e profissional. "Fomos com o intuito de ensinar e acabamos aprendendo e reconhecendo como as pessoas são felizes com o que têm e como nós do Sudeste não conhecemos outras realidades do país", relata Ítalo, que ressalta também que na operação aprendeu a "respeitar limitações, reconhecer que os outros têm a ensinar e ser dinâmico para encontrar soluções em situações do dia-a-dia".
Outra estudante que participou das atividades, Fernanda Imada de Lima, aluna do curso de Gestão e Análise Ambiental, ressalta as atividades que pôde realizar com a comunidade. Ela relata que aprendeu muito com a preparação e com a oferta de oficinas como as de horta orgânica e composteira; reutilização e uso racional de água; e apresentações de lendas da região com temáticas ambientais por meio de fantoches. Além dessas atividades, um dos desafios ressaltados pela aluna foi o de trabalhar um tema relacionado a aterro sanitário com catadores que frequentam um lixão que será fechado em breve. "É uma realidade totalmente diferente e eu pude aprender muito com o interesse e o otimismo daquelas pessoas", enfatiza a aluna.
Além de Ítalo, Camila e Fernanda, a equipe UFSCar da Operação Açaí foi composta pelos estudantes Beatriz Celere e Heiane Sebin Sampaio, do curso de Gestão Ambiental; Alan Pereira e João Felipe Rossignolli de Lima, do curso de Imagem e Som; e por Ariane Paschoalino, do curso de Engenharia de Produção.
Outras informações sobre a experiência dos estudantes e os relatos da operação podem ser conferidos no blog do projeto na UFSCar ou no site oficial do projeto Rondon.
03/08/2012
17:30:46
13/08/2012
10:00:00
Rodrigo Botelho
Sim
Não
4868