Professores da UFSCar, USP e UFMT lançam livro sobre história e memória de Mato Grosso
São Carlos
Livro se constitui num exercício interdisciplinar sobre o Plano de Guerra da Capitania de Matto Grosso
O Professor Roberto Leiser Baronas, do Departamento de Letras (DL) da UFSCar, em conjunto com os professores Manoel Mourivaldo Santiago Almeida, da USP, e Elias Alves, da UFMT, acaba de publicar o livro "Plano de Guerra da Capitania de Matto Grosso: janeiro de 1800". Com prefácio de José Luiz Fiorin, reconhecido docente da USP, a obra foi publicada pela Editora da Universidade Federal de Mato Grosso (EdUFMT), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (FAPEMAT).
Segundo os autores, o livro se constitui num exercício interdisciplinar sobre o manuscrito Memória a respeito do plano de guerra ofensiva e defensiva, que é uma cópia de um trabalho originalmente escrito pelo Tenente-coronel Engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra, em 1800, no Forte de Coimbra, na então Capitania de Matto Grosso, oferecido ao Governador e Capitão-general da Capitania, Caetano Pinto de Miranda Montenegro. A obra pertence ao Arquivo Público do Estado de São Paulo.
No prefácio que escreveu para a obra, Fiorin destaca o caráter multidisciplinar dessa reunião de especialistas. Na publicação está reunida a expertise de dois filólogos e um analista do discurso, cada um apresentando uma análise do documento de acordo com sua especialidade. Na abordagem filosófica há uma análise paleográfica e codicológica do manuscrito. A paleografia é o estudo da escrita antiga; a codicologia, do aspecto material dos manuscritos. Um minucioso exame paleográfico e codicológico do manuscrito atesta a fidedignidade da edição, credenciando-a como um objeto de estudo apropriado para outros trabalhos, principalmente para a investigação da língua portuguesa levada pelos bandeirantes para a fronteira oeste da colônia, a Capitania de Mato Grosso.
Já a visão da Análise do Discurso presente na obra examina o funcionamento discursivo do texto. Usando instrumentos da lexicometria, é estabelecida a semântica global do texto, que determina a imagem que o enunciador constrói de si mesmo ao mobilizar determinados conhecimentos enciclopédicos, como os geográficos, principalmente, e linguísticos. Isso leva à criação de efeitos de sentido de veracidade, de realidade, de credibilidade, o que conduz a uma aceitação do que o escritor do plano de guerra propõe em seu plano de guerra. Nesse sentido, Fiorin destaca no prefácio que o manuscrito não é, como seu aspecto superficial levaria a pensar, apenas um discurso pragmático-administrativo, mas um tratado de geopolítica. "Essa fina análise discursiva tem o objetivo de contribuir para o estudo do funcionamento sociopolítico do Português Brasileiro no período colonial", enfatiza o linguista.
Além do valor metodológico e multidisciplinar, Fiorin também destaca o trabalho em torno do manuscrito, segundo ele, uma fonte preciosa de investigação para linguistas, historiadores, antropólogos, geógrafos e sociólogos. "É preciso que, no Brasil, fontes primárias sejam colocadas à disposição dos estudiosos. É isso que fazem os três autores numa bela lição de multidisciplinaridade", ressalta Fiorin em seu prefácio.
A obra pode ser adquirida na Secretaria da Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da UFMT, pelo telefone (65) 3615-8408, ou com o professor Baronas, pelo telefone (16) 3351-8358 ou e mail baronas@ufscar.br.
Segundo os autores, o livro se constitui num exercício interdisciplinar sobre o manuscrito Memória a respeito do plano de guerra ofensiva e defensiva, que é uma cópia de um trabalho originalmente escrito pelo Tenente-coronel Engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra, em 1800, no Forte de Coimbra, na então Capitania de Matto Grosso, oferecido ao Governador e Capitão-general da Capitania, Caetano Pinto de Miranda Montenegro. A obra pertence ao Arquivo Público do Estado de São Paulo.
No prefácio que escreveu para a obra, Fiorin destaca o caráter multidisciplinar dessa reunião de especialistas. Na publicação está reunida a expertise de dois filólogos e um analista do discurso, cada um apresentando uma análise do documento de acordo com sua especialidade. Na abordagem filosófica há uma análise paleográfica e codicológica do manuscrito. A paleografia é o estudo da escrita antiga; a codicologia, do aspecto material dos manuscritos. Um minucioso exame paleográfico e codicológico do manuscrito atesta a fidedignidade da edição, credenciando-a como um objeto de estudo apropriado para outros trabalhos, principalmente para a investigação da língua portuguesa levada pelos bandeirantes para a fronteira oeste da colônia, a Capitania de Mato Grosso.
Já a visão da Análise do Discurso presente na obra examina o funcionamento discursivo do texto. Usando instrumentos da lexicometria, é estabelecida a semântica global do texto, que determina a imagem que o enunciador constrói de si mesmo ao mobilizar determinados conhecimentos enciclopédicos, como os geográficos, principalmente, e linguísticos. Isso leva à criação de efeitos de sentido de veracidade, de realidade, de credibilidade, o que conduz a uma aceitação do que o escritor do plano de guerra propõe em seu plano de guerra. Nesse sentido, Fiorin destaca no prefácio que o manuscrito não é, como seu aspecto superficial levaria a pensar, apenas um discurso pragmático-administrativo, mas um tratado de geopolítica. "Essa fina análise discursiva tem o objetivo de contribuir para o estudo do funcionamento sociopolítico do Português Brasileiro no período colonial", enfatiza o linguista.
Além do valor metodológico e multidisciplinar, Fiorin também destaca o trabalho em torno do manuscrito, segundo ele, uma fonte preciosa de investigação para linguistas, historiadores, antropólogos, geógrafos e sociólogos. "É preciso que, no Brasil, fontes primárias sejam colocadas à disposição dos estudiosos. É isso que fazem os três autores numa bela lição de multidisciplinaridade", ressalta Fiorin em seu prefácio.
A obra pode ser adquirida na Secretaria da Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da UFMT, pelo telefone (65) 3615-8408, ou com o professor Baronas, pelo telefone (16) 3351-8358 ou e mail baronas@ufscar.br.
26/11/2012
14:00:00
31/12/2012
23:59:00
Rodrigo Botelho
Não
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