Pesquisas do campus Sorocaba desenvolvem sensores mais eficazes no reconhecimento de substâncias tóxicas e doenças neurodegenerativas

Sorocaba
Pesquisas realizadas no campus Sorocaba da UFSCar atuam no desenvolvimento de dispositivos que identificam herbicidas e pesticidas que oferecem risco à saúde do homem e causam impactos ecológicos. Coordenados pelo professor Fábio de Lima Leite, do Departamento de Química, Física e Matemática (DQFM), os estudos contam com a participação de alunos de graduação e pós-graduação e foram publicados em revistas internacionais.

Os estudos realizados no campus Sorocaba contribuem para o desenvolvimento de ferramentas e processos capazes de detectar pequenas quantidades de herbicidas e pesticidas químicos de forma rápida e eficaz com a utilização de enzimas. O professor Leite explica que a utilização de nanobiossensores é uma excelente alternativa na análise de substâncias, mesmo quando presentes em baixas concentrações. Em dezembro de 2012, as pesquisas, que são conduzidas como Iniciação Científica na UFSCar, foram premiadas na "II Conferência USP de Nanotecnologia", realizada na cidade paulista de Itirapina. Os trabalhos "Enzymatic Nanobiosensors Based on Chemically Modified Cantilevers as a Useful Tool for Herbicides Detection”, escrito Ariana de Souza Moraes, e "Development of Nanobiosensors for environmental application in detecting pesticides”, de autoria de Bárbara Brito de Souza Pereira, foram contemplados com os prêmios de melhores pôsteres do evento.

Sob orientação do docente Fabio de Lima Leite, os trabalhos fazem parte do projeto de "Desenvolvimento de Cantilévers Inteligentes para Aplicações na Detecção de Herbicidas" e são desenvolvidos pelo grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofísica (GNN), com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Os trabalhos premiados vêm promovendo o desenvolvimento de novos nanodispositivos para utilização em sensores ambientais e estudos de doenças neurodegenerativas como a Esclerose Múltipla. A premiação representa uma radiografia das linhas de pesquisa de nosso grupo, prestando um reconhecimento ao trabalho que vem sendo desenvolvido na UFSCar", afirma o professor.

O professor Leite explica que os nanobiossensores são desenvolvidos com a utilização de sondas, conhecidas como cantilévers, que são empregadas na Microscopia de Força Atômica (AFM). A obtenção de imagens por AFM é baseada nas forças de atração e repulsão que ocorrem entre a sonda e a amostra. "Baseando-se nesse princípio, a sonda do AFM pode ser transformada em um poderoso nanossensor se a força de interação entre a sonda e a amostra for modulada. A força de interação observada, também chamada de força de adesão, pode ser cerca de até 200% maior quando se emprega o nanobiossensor, em relação à utilização da sonda não modificada, o que permite a detecção da amostra química", explica.

Atualmente, o grupo trabalha no desenvolvimento de outros nanobiossensores, com a utilização de diversas enzimas e anticorpos para possibilitar a detecção de outros herbicidas e estudar doenças autoimunes e degenerativas. O professor Leite coordena o grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofísica (GNN), com estudos em áreas fundamentais da ciência como a Física, a Biologia, além de conteúdos da Neurociência, a Nanociência e a Nanotecnologia.

Mais informações sobre as pesquisas do Grupo de Pesquisa em Nanoneurobiofísica da UFSCar podem ser obtidas em www.nanoneurobiophysics.net ou pelo e-mail fabioleite@ufscar.br.
29/01/2013
13:00:00
15/02/2013
Enzo Kuratomi
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