Professor do DCHE recebe título de Cidadão Sorocabano
Sorocaba
O professor Marcos Roberto Vieira Garcia, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE) do Campus Sorocaba da UFSCar recebeu no dia 27 de maio o título de Cidadão Sorocabano, proposto pelo vereador Izídio Correia (PT) em reconhecimento a sua atuação na luta antimanicomial, especialmente junto aos manicômios de Sorocaba e região.
A pesquisa do docente frente à luta antimanicomial configura-se como um movimento em prol da inclusão dos portadores de distúrbios mentais, criticando a existência de espaços segregados para esses indivíduos, como os hospitais psiquiátricos. Segundo Marcos, a região de Sorocaba, local da pesquisa, configura-se como o maior polo manicomial do Brasil, com a presença de quase 10% dos leitos em hospitais psiquiátricos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do País. Sua atuação nessa luta foi, a partir de obtenção e análise de indicadores presentes nos bancos de dados públicos do Ministério da Saúde, relatar a situação destes manicômios.
O docente afirmou que a pesquisa mostrou que os manicômios da região de Sorocaba estão em desacordo com a Lei, com menos da metade de funcionários requeridos pela legislação brasileira. Na comparação com o restante do Estado de São Paulo, estes manicômios têm também um número significativamente maior de pacientes sem qualquer tipo de documentação, o que inviabiliza, por exemplo, a obtenção de benefícios previdenciários a que a maior parte deles teria direito. Os resultados obtidos através dos trabalhos indicam o número lamentável da mortalidade nos manicômios da região, sendo 120% maior do que nos demais manicômios do Estado de São Paulo com mais de 200 leitos. A pesquisa foi um elemento importante no desencadeamento do processo de desinstitucionalização dos internos destes manicômios, a partir da celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê o fechamento de todos os hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba em um prazo de três anos.
A divulgação dos resultados da pesquisa gerou um forte movimento local, por parte dos donos dos manicômios pesquisados, para descredibilizar a pesquisa realizada, além da abertura de um processo judicial que está em curso, requerendo indenização pela divulgação da pesquisa. Em contrapartida, o trabalho teve o reconhecimento de profissionais da área da Saúde e apoio à liberdade de pesquisa acadêmica e divulgação de seus resultados, pela moção reconhecida pelo Presidente do Conselho Universitário, o Reitor da UFSCar Targino de Araújo Filho, que afirma que "os desdobramentos e o reconhecimento a ele conferido manifestam um apoio importante, tanto pessoalmente quanto para a liberdade de pesquisas como um todo".
A homenagem, realizada na Câmara dos Vereadores do município de Sorocaba contou com a presença de professores e estudantes da UFSCar. A Reitoria da Universidade, representada pela professora Kelen Christina Leite, chefe do DCHE, reconheceu a relevância do trabalho do docente homenageado diante da sua persistência em colocar o conhecimento a serviço da garantia dos direitos fundamentais da sociedade brasileira. Mais informações podem ser obtidas pelo email kelen@ufscar.br.
A pesquisa do docente frente à luta antimanicomial configura-se como um movimento em prol da inclusão dos portadores de distúrbios mentais, criticando a existência de espaços segregados para esses indivíduos, como os hospitais psiquiátricos. Segundo Marcos, a região de Sorocaba, local da pesquisa, configura-se como o maior polo manicomial do Brasil, com a presença de quase 10% dos leitos em hospitais psiquiátricos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do País. Sua atuação nessa luta foi, a partir de obtenção e análise de indicadores presentes nos bancos de dados públicos do Ministério da Saúde, relatar a situação destes manicômios.
O docente afirmou que a pesquisa mostrou que os manicômios da região de Sorocaba estão em desacordo com a Lei, com menos da metade de funcionários requeridos pela legislação brasileira. Na comparação com o restante do Estado de São Paulo, estes manicômios têm também um número significativamente maior de pacientes sem qualquer tipo de documentação, o que inviabiliza, por exemplo, a obtenção de benefícios previdenciários a que a maior parte deles teria direito. Os resultados obtidos através dos trabalhos indicam o número lamentável da mortalidade nos manicômios da região, sendo 120% maior do que nos demais manicômios do Estado de São Paulo com mais de 200 leitos. A pesquisa foi um elemento importante no desencadeamento do processo de desinstitucionalização dos internos destes manicômios, a partir da celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que prevê o fechamento de todos os hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba em um prazo de três anos.
A divulgação dos resultados da pesquisa gerou um forte movimento local, por parte dos donos dos manicômios pesquisados, para descredibilizar a pesquisa realizada, além da abertura de um processo judicial que está em curso, requerendo indenização pela divulgação da pesquisa. Em contrapartida, o trabalho teve o reconhecimento de profissionais da área da Saúde e apoio à liberdade de pesquisa acadêmica e divulgação de seus resultados, pela moção reconhecida pelo Presidente do Conselho Universitário, o Reitor da UFSCar Targino de Araújo Filho, que afirma que "os desdobramentos e o reconhecimento a ele conferido manifestam um apoio importante, tanto pessoalmente quanto para a liberdade de pesquisas como um todo".
A homenagem, realizada na Câmara dos Vereadores do município de Sorocaba contou com a presença de professores e estudantes da UFSCar. A Reitoria da Universidade, representada pela professora Kelen Christina Leite, chefe do DCHE, reconheceu a relevância do trabalho do docente homenageado diante da sua persistência em colocar o conhecimento a serviço da garantia dos direitos fundamentais da sociedade brasileira. Mais informações podem ser obtidas pelo email kelen@ufscar.br.
05/06/2013
13:00:00
Matheus Silva
Não
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