Números do transporte no Brasil são comentados por professor da UFSCar em obra do IBGE
São Carlos
Lançado recentemente, 'Brasil em números 2013' traça uma síntese da realidade brasileira em seus múltiplos aspectos
Mais de 2,8 milhões de decolagens e pousos de aeronaves anualmente; quase 180 milhões de embarques e desembarques de passageiros; 1,5 milhão de toneladas carga e descarga aérea movimentada; frota nacional de 76,14 milhões de veículos; 1.560 mil km de malha rodoviária, 30 mil km de malha ferroviária e 29 mil km de malha hidroviária. Estes são alguns números do sistema de transporte brasileiro apresentados pelo "Brasil em números 2013", publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançada em agosto de 2013.
O professor Archimedes Raia Junior, do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos pesquisadores e técnicos que participam da obra, a partir de comentários que somam-se às tabelas, gráficos e sínteses apresentados na publicação com o objetivo de traçar uma síntese da realidade brasileira em seus múltiplos aspectos.
Na publicação, o professor Raia Júnior destaca a importância vital dos transportes na sociedade moderna, para a infraestrutura de qualquer região. Segundo ele, "o grau de desenvolvimento de uma sociedade está diretamente associado ao grau de qualidade do seu sistema de transporte. A sociedade como um todo necessita de mobilidade de pessoas e insumos para o seu funcionamento".
Sobre os transportes no Brasil, o artigo do professor Raia Junior destaca o setor como responsável por 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o IBGE, o PIB foi de R$ 4,403 trilhões em 2012. Dentre outras constatações apresentadas por Raia na publicação, o autor afirma que a matriz brasileira de transportes de cargas e passageiros é inadequada. No setor rodoviário, por exemplo, apesar do Brasil ter uma das malhas rodoviárias mais extensas do mundo, segundo Raia Junior, o país "se encontra em uma posição de inferioridade em relação às principais economias mundiais, com apenas 13% das rodovias pavimentadas".
Raia Junior comenta os investimentos do governo federal nos sistemas de transportes públicos, motivados, em particular, neste ano, pela realização da Copa do Mundo de 2014 e pelos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em mobilidade urbana. Segundo ele, apesar da implantação de sistemas como metrô, veículos leves sobre trilhos e transporte rápido por ônibus, "o fenômeno do crescimento da frota de veículos individuais parece esmaecer as tentativas de estimular o transporte coletivo". Segundo o autor, a Política Nacional de Mobilidade não tem sido capaz de conter os incentivos à aquisição de automóveis e motos.
A crise no setor aéreo também é tema de avaliação na publicação. De acordo com a análise do professor da UFSCar, apesar de apresentar resultados operacionais animadores - de 2007 a 2011 houve um crescimento de 42% no movimento anual de aeronaves -, o setor "vem passando por crises sucessivas". Elas estariam associadas, em sua análise, ao "controle e à sua infraestrutura operacional, o que tem produzido atrasos nas viagens, redução no nível do serviço prestado pelos transportadores e queda na credibilidade em relação a esse sistema por parte dos usuários".
No setor ferroviário, por sua vez, a publicação ressalta os investimentos do PAC, que permitem fazer uma estimativa de aumento da mallha para 38 mil km até 2020, com investimentos de mais de R$ 20 milhões para esta ampliação. Até hoje, como demonstra o livro, o Programa permitiu o crescimento de 8 mil km das ferrovias nacionais.
Estas e outras análises apresentadas na publicação do IBGE são realizadas a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, da Pesquisa Industrial Mensal, do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (INPC-IPCA), do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, da Pesquisa Anual de Comércio, das Contas Regionais do Brasil, e do Sistema de Contas Nacionais.
Além de Raia Junior, outros 24 pesquisadores e técnicos apresentam comentários sobre temas como o território nacional, características demográficas e socioeconômicas da população, preços, contas nacionais, aspectos das atividades agropecuárias, industriais, comerciais e de serviços, finanças, comércio exterior, ciência e tecnologia e estatísticas básicas do Governo, incluindo dados comparativos do Brasil com outros países.
Raia Junior é doutor em Engenharia de Transportes pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. É membro benemérito da Associação Nacional de Transportes Públicos; membro associado da Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (ANPET); e membro de conselhos editoriais e parecerista de várias revistas científicas sobre Transportes e Engenharia. Na UFSCar, é presidente da Comissão Permanente de Segurança no Trânsito, tendo recebido, em 2010, o Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito.
O "Brasil em Números", com versões em Português e Inglês, pode ser adquirido na Loja do IBGE. O download da obra é gratuito. A versão impressa, disponível apenas para venda, também pode ser encomendada pela internet.
O professor Archimedes Raia Junior, do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é um dos pesquisadores e técnicos que participam da obra, a partir de comentários que somam-se às tabelas, gráficos e sínteses apresentados na publicação com o objetivo de traçar uma síntese da realidade brasileira em seus múltiplos aspectos.
Na publicação, o professor Raia Júnior destaca a importância vital dos transportes na sociedade moderna, para a infraestrutura de qualquer região. Segundo ele, "o grau de desenvolvimento de uma sociedade está diretamente associado ao grau de qualidade do seu sistema de transporte. A sociedade como um todo necessita de mobilidade de pessoas e insumos para o seu funcionamento".
Sobre os transportes no Brasil, o artigo do professor Raia Junior destaca o setor como responsável por 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o IBGE, o PIB foi de R$ 4,403 trilhões em 2012. Dentre outras constatações apresentadas por Raia na publicação, o autor afirma que a matriz brasileira de transportes de cargas e passageiros é inadequada. No setor rodoviário, por exemplo, apesar do Brasil ter uma das malhas rodoviárias mais extensas do mundo, segundo Raia Junior, o país "se encontra em uma posição de inferioridade em relação às principais economias mundiais, com apenas 13% das rodovias pavimentadas".
Raia Junior comenta os investimentos do governo federal nos sistemas de transportes públicos, motivados, em particular, neste ano, pela realização da Copa do Mundo de 2014 e pelos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em mobilidade urbana. Segundo ele, apesar da implantação de sistemas como metrô, veículos leves sobre trilhos e transporte rápido por ônibus, "o fenômeno do crescimento da frota de veículos individuais parece esmaecer as tentativas de estimular o transporte coletivo". Segundo o autor, a Política Nacional de Mobilidade não tem sido capaz de conter os incentivos à aquisição de automóveis e motos.
A crise no setor aéreo também é tema de avaliação na publicação. De acordo com a análise do professor da UFSCar, apesar de apresentar resultados operacionais animadores - de 2007 a 2011 houve um crescimento de 42% no movimento anual de aeronaves -, o setor "vem passando por crises sucessivas". Elas estariam associadas, em sua análise, ao "controle e à sua infraestrutura operacional, o que tem produzido atrasos nas viagens, redução no nível do serviço prestado pelos transportadores e queda na credibilidade em relação a esse sistema por parte dos usuários".
No setor ferroviário, por sua vez, a publicação ressalta os investimentos do PAC, que permitem fazer uma estimativa de aumento da mallha para 38 mil km até 2020, com investimentos de mais de R$ 20 milhões para esta ampliação. Até hoje, como demonstra o livro, o Programa permitiu o crescimento de 8 mil km das ferrovias nacionais.
Estas e outras análises apresentadas na publicação do IBGE são realizadas a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, da Pesquisa Industrial Mensal, do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (INPC-IPCA), do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, da Pesquisa Anual de Comércio, das Contas Regionais do Brasil, e do Sistema de Contas Nacionais.
Além de Raia Junior, outros 24 pesquisadores e técnicos apresentam comentários sobre temas como o território nacional, características demográficas e socioeconômicas da população, preços, contas nacionais, aspectos das atividades agropecuárias, industriais, comerciais e de serviços, finanças, comércio exterior, ciência e tecnologia e estatísticas básicas do Governo, incluindo dados comparativos do Brasil com outros países.
Raia Junior é doutor em Engenharia de Transportes pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. É membro benemérito da Associação Nacional de Transportes Públicos; membro associado da Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (ANPET); e membro de conselhos editoriais e parecerista de várias revistas científicas sobre Transportes e Engenharia. Na UFSCar, é presidente da Comissão Permanente de Segurança no Trânsito, tendo recebido, em 2010, o Prêmio Volvo de Segurança no Trânsito.
O "Brasil em Números", com versões em Português e Inglês, pode ser adquirido na Loja do IBGE. O download da obra é gratuito. A versão impressa, disponível apenas para venda, também pode ser encomendada pela internet.
19/09/2013
13:00:00
15/10/2013
22:00:00
Rodrigo Botelho
Não
Não
5903