Estudo desenvolvido na UFSCar e na USP analisa impactos da dieta no metabolismo de abelhas
São Carlos
Estudos realizados por pesquisadores da UFSCar e das faculdades de Medicina (FMRP) e de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP verificaram que dietas sem adição de proteínas aceleraram o processo de envelhecimento em abelhas da espécie Apis mellifera. As pesquisas foram realizadas pelo professor Francis de Morais Franco Nunes, do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar, Zilá Simões, docente do Departamento de Biologia da FFCLRP-USP, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Genética da FMRP-USP, Felipe Martelli Soares da Silva, e o pós-doutorando Daniel Guariz Pinheiro, da FFCLRP-USP.
Como explica o professor Francis Nunes, tem sido observado nos últimos oito anos a diminuição das populações de abelhas em todo o mundo, causada principalmente pelo uso intensivo de inseticidas e também por alterações no meio ambiente que acarretam na diminuição de nutrientes que fazem parte do hábito alimentar desses insetos. As abelhas são responsáveis pela polinização de mais de 70% das culturas agrícolas e das plantas nativas que possuem flores. Assim, com a diminuição das populações desses insetos, temos problemas ambientais e ecológicos sérios, destaca o professor.
O trabalho Uma dieta sem proteínas impacta o transcriptoma do corpo gorduroso e acelera o envelhecimento de abelhas operárias da espécie Apis mellifera analisou de que forma as mudanças na disponibilidade de alimentos alteram a fisiologia dos insetos. Normalmente, abelhas jovens se alimentam de proteínas presentes no pólen. No decorrer da vida adulta, açúcares presentes no mel, como a frutose e a sacarose, passam a fazer parte da alimentação. A pesquisa orientada por Francis Nunes analisou de que forma a alteração nesse comportamento alimentar atua sobre o metabolismo dos animais. Para entender como a nutrição interfere na biologia das abelhas, fizemos um experimento com dois grupos, um alimentado com pólen que é o alimento natural de abelhas jovens, e outro conjunto de insetos alimentado com xarope de sacarose para simular a dieta de abelhas mais velhas. Todos os insetos eram da mesma espécie e tinham a mesma idade, destaca o professor. Após sete dias de experimento, as abelhas foram analisadas e foi verificado que diferentes hábitos alimentares causaram alterações nas expressões gênicas mensuradas ao nível de ácido ribonucleico (RNA). Observamos o conjunto de genes diferencialmente expressos e o estudo mostrou que o corpo gorduroso, que coordena as reações metabólicas e a produção de enzimas das abelhas, responde de modos diferentes a dietas distintas, revela Nunes.
Os pesquisadores notaram que genes associados à defesa antioxidante e controle de radicais livres são mais expressos em abelhas que se alimentaram do pólen. Nunes salienta que a oxidação das moléculas biológicas está diretamente envolvida no processo de envelhecimento. Muitos genes associados a processos de oxido-redução são mais expressos em abelhas que se alimentaram do pólen. Ou seja, geneticamente as abelhas que se alimentaram de açúcar possuem essa defesa à oxidação comprometida e, por isso, podemos dizer que esses insetos estão envelhecendo, explica o docente.
Os estudos apontaram que, entre as abelhas alimentadas exclusivamente com pólen (dieta com proteínas), foi notada um aumento na expressão de 168 genes, enquanto os indivíduos que consumiram sacarose (dieta sem proteínas) houve um aumento na expressão de outros 134 genes. Foi notado que as abelhas jovens alimentadas com xarope de açúcar apresentaram perfis de expressão de RNA que se assemelham ao de indivíduos mais velhos. É como se a abelha com sete dias de idade alimentada com sacarose tivesse 25 dias, complementa o docente.
O trabalho Uma dieta sem proteínas impacta o transcriptoma do corpo gorduroso e acelera o envelhecimento de abelhas operárias da espécie Apis mellifera foi considerado a melhor apresentação na área de Genética, Evolução e Melhoramento Animal apresentado no 59º Congresso Brasileiro de Genética, realizado de 16 a 19 de setembro de 2013, em Águas de Lindóia-SP, pela Sociedade Brasileira de Genética. Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas pelo email francis.nunes@ufscar.br.
Como explica o professor Francis Nunes, tem sido observado nos últimos oito anos a diminuição das populações de abelhas em todo o mundo, causada principalmente pelo uso intensivo de inseticidas e também por alterações no meio ambiente que acarretam na diminuição de nutrientes que fazem parte do hábito alimentar desses insetos. As abelhas são responsáveis pela polinização de mais de 70% das culturas agrícolas e das plantas nativas que possuem flores. Assim, com a diminuição das populações desses insetos, temos problemas ambientais e ecológicos sérios, destaca o professor.
O trabalho Uma dieta sem proteínas impacta o transcriptoma do corpo gorduroso e acelera o envelhecimento de abelhas operárias da espécie Apis mellifera analisou de que forma as mudanças na disponibilidade de alimentos alteram a fisiologia dos insetos. Normalmente, abelhas jovens se alimentam de proteínas presentes no pólen. No decorrer da vida adulta, açúcares presentes no mel, como a frutose e a sacarose, passam a fazer parte da alimentação. A pesquisa orientada por Francis Nunes analisou de que forma a alteração nesse comportamento alimentar atua sobre o metabolismo dos animais. Para entender como a nutrição interfere na biologia das abelhas, fizemos um experimento com dois grupos, um alimentado com pólen que é o alimento natural de abelhas jovens, e outro conjunto de insetos alimentado com xarope de sacarose para simular a dieta de abelhas mais velhas. Todos os insetos eram da mesma espécie e tinham a mesma idade, destaca o professor. Após sete dias de experimento, as abelhas foram analisadas e foi verificado que diferentes hábitos alimentares causaram alterações nas expressões gênicas mensuradas ao nível de ácido ribonucleico (RNA). Observamos o conjunto de genes diferencialmente expressos e o estudo mostrou que o corpo gorduroso, que coordena as reações metabólicas e a produção de enzimas das abelhas, responde de modos diferentes a dietas distintas, revela Nunes.
Os pesquisadores notaram que genes associados à defesa antioxidante e controle de radicais livres são mais expressos em abelhas que se alimentaram do pólen. Nunes salienta que a oxidação das moléculas biológicas está diretamente envolvida no processo de envelhecimento. Muitos genes associados a processos de oxido-redução são mais expressos em abelhas que se alimentaram do pólen. Ou seja, geneticamente as abelhas que se alimentaram de açúcar possuem essa defesa à oxidação comprometida e, por isso, podemos dizer que esses insetos estão envelhecendo, explica o docente.
Os estudos apontaram que, entre as abelhas alimentadas exclusivamente com pólen (dieta com proteínas), foi notada um aumento na expressão de 168 genes, enquanto os indivíduos que consumiram sacarose (dieta sem proteínas) houve um aumento na expressão de outros 134 genes. Foi notado que as abelhas jovens alimentadas com xarope de açúcar apresentaram perfis de expressão de RNA que se assemelham ao de indivíduos mais velhos. É como se a abelha com sete dias de idade alimentada com sacarose tivesse 25 dias, complementa o docente.
O trabalho Uma dieta sem proteínas impacta o transcriptoma do corpo gorduroso e acelera o envelhecimento de abelhas operárias da espécie Apis mellifera foi considerado a melhor apresentação na área de Genética, Evolução e Melhoramento Animal apresentado no 59º Congresso Brasileiro de Genética, realizado de 16 a 19 de setembro de 2013, em Águas de Lindóia-SP, pela Sociedade Brasileira de Genética. Mais informações sobre a pesquisa podem ser obtidas pelo email francis.nunes@ufscar.br.
04/10/2013
13:00:00
18/10/2013
22:00:00
Enzo Kuratomi
Não
Não
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