Tese sobre relações de trabalho em empresas sucroalcooleiras é premiada
São Carlos
Trabalho, desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSCar, é publicado na forma de livro
Maria Zélia de Almeida Souza, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da UFSCar, lançou no último dia 28 o livro "Modernização Sem Mudanças: da contagem de cabeças à gestão estratégica de pessoas", durante a sessão de abertura do XIII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET). A publicação do livro decorreu do prêmio Mundos do Trabalho, anunciado em junho deste ano pela ABET, que contemplou a tese de Souza. O prêmio, oferecido pela ABET em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), visa a promoção da inter e multidisciplinaridade nos estudos sobre o mundo do trabalho no Brasil.
Orientada pelo docente do Departamento de Engenharia de Produção (DEP) Francisco José da Costa Alves, Souza investigou a discrepância entre o discurso moderno e a prática arcaica dos setores de recursos humanos de empresas sucroalcooleiras. Souza identificou que a aparente modernização das políticas de recursos humanos na prática submete os trabalhadores rurais que realizam o corte de cana a formas de trabalho que banalizam o sofrimento humano. Ao sair do escritório central das empresas, as práticas de RH se distanciam do discurso promovido pelo setor e, ao se aproximar dos canaviais, a discrepância é gritante, conclui o trabalho.
Segundo a pesquisadora, a oferta de treinamento e avaliação pelas empresas, travestida de boas práticas de desenvolvimento pessoal e profissional, na realidade encobre o desejo pelo aumento das toneladas de cana cortada, ou seja, resulta na intensificação do trabalho, que muitas vezes custa a vida do trabalhador. "Busquei entender como os setores de recursos humanos utilizam a lógica de aumento da produção do trabalhador do corte de cana, disfarçada em um discurso moderno; a isso eu chamei de modernização sem mudanças. Receber esse prêmio me traz uma enorme satisfação não só pelo reconhecimento acadêmico, mas também pelo contentamento de disseminar a realidade do trabalho no Brasil", afirma Souza.
Orientada pelo docente do Departamento de Engenharia de Produção (DEP) Francisco José da Costa Alves, Souza investigou a discrepância entre o discurso moderno e a prática arcaica dos setores de recursos humanos de empresas sucroalcooleiras. Souza identificou que a aparente modernização das políticas de recursos humanos na prática submete os trabalhadores rurais que realizam o corte de cana a formas de trabalho que banalizam o sofrimento humano. Ao sair do escritório central das empresas, as práticas de RH se distanciam do discurso promovido pelo setor e, ao se aproximar dos canaviais, a discrepância é gritante, conclui o trabalho.
Segundo a pesquisadora, a oferta de treinamento e avaliação pelas empresas, travestida de boas práticas de desenvolvimento pessoal e profissional, na realidade encobre o desejo pelo aumento das toneladas de cana cortada, ou seja, resulta na intensificação do trabalho, que muitas vezes custa a vida do trabalhador. "Busquei entender como os setores de recursos humanos utilizam a lógica de aumento da produção do trabalhador do corte de cana, disfarçada em um discurso moderno; a isso eu chamei de modernização sem mudanças. Receber esse prêmio me traz uma enorme satisfação não só pelo reconhecimento acadêmico, mas também pelo contentamento de disseminar a realidade do trabalho no Brasil", afirma Souza.
05/11/2013
13:00:00
05/12/2013
10:00:00
Mariana Pezzo
Não
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