Pesquisa desenvolvida no PPGEEv da UFSCar aponta novas espécies de peixes com grande importância econômica
São Carlos
Estudo foi premiado como a melhor apresentação em painel no XV Simpósio de Citogenética e Genética de Peixes, realizado em Jequié (BA)
Pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Genética e Evolução (PPGGEv) da UFSCar aponta a existência de duas novas espécies de peixes de água doce de grande importância econômica para o Brasil. Os estudos são realizados pela aluna do curso de doutorado, Carolina de Barros Machado da Silva, sob orientação do professor Pedro Manoel Galetti Junior, do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da Universidade.
O gênero Salminus é constituído por peixes de água doce com grande importância ecológica, gastronômica e na pesca amadora e esportiva. Apesar desse destaque, o número de espécies válidas sempre permaneceu contraditório, devido à presença de sinonímias (vários nomes científicos para a mesma espécie), semelhança morfológica e variação intraespecífica. Para resolver problemas como este, foi proposto, em 2003, o emprego de marcadores moleculares com o intuito de auxiliar a identificação dos espécimes. Essa metodologia é denominada de DNA Barcode (Código de Barras do DNA).
O marcador molecular utilizado na metodologia de DNA Barcode é o fragmento da porção inicial do gene mitocondrial Citocromo C Oxidase I (COI). Os pesquisadores analisaram com o gene COI as cinco espécies válidas de Salminus conforme a última revisão morfológica do gênero, distribuídas nas diferentes bacias hidrográficas sul-americanas: S. brasiliensis, S. hilarii, S. franciscanus, S. affinis, S. iquitensis.
A análise das sequências do gene COI foi feita no software MEGA 5.04, onde foram calculadas as distâncias genéticas dentro e entre as espécies, utilizadas no DNA Barcode. A média de distância intraespecífica (dentro da espécie) foi de 0,003. O valor empregado para identificar as espécies é dez vezes a média intraespecífica, neste caso 0,03 ou 3%. Entretanto, duas espécies apresentaram distância intraespecífica superior às outras. S. iquitensis (5,24%) e S. brasiliensis (3,54%).
O resultado da distância genética permitiu os cientistas afirmarem que há evidentes problemas taxonômicos em S. iquitensis e S. brasiliensis. Para explicar quais são esses problemas foram realizadas outras análises apropriadas da metodologia de DNA Barcode. A conclusão foi que S. iquitensis é um complexo de espécies crípticas, ou seja, um grupo de espécies que satisfazem a definição biológica de espécie, isto é, são isoladas reprodutivamente entre si, mas são morfologicamente idênticas, ressalta a pesquisadora. Para a S. brasiliensis também é possível afirmar que esta espécie é constituída por duas espécies", concluiu Carolina.
Para os pesquisadores, identificar que o gênero Salminus é constituído por sete e não cinco espécies é de extrema importância para a conservação desses animais. Segundo a pesquisadora, a espécie S. brasiliensis, por exemplo, não é encontrada em nenhuma lista de espécies ameaçada, uma vez que sua situação não é alarmante na Bacia do Rio Paraguai, cujo estado ambiental é considerado relativamente íntegro e os Institutos públicos julgam que não é necessário criar outras áreas prioritárias para essa espécie. No entanto, para Carolina é necessário que seja criado um novo plano estratégico para conservação da S.brasiliensis, uma vez que o estudo mostrou que essa espécie, presente na Bacia do Alto Rio Paraná, é diferente da que se encontra na Bacia dos rios Paraguai e Uruguai. A pesquisadora faz a mesma avaliação para a S. iquitensis.
A pesquisa rendeu à estudante a premiação de melhor apresentação em painel no XV Simpósio de Citogenética e Genética de Peixes, evento de caráter bianual que visa congregar pesquisadores em genética de peixes do Brasil e de outros países, uma reunião já consagrada entre geneticistas, ictiólogos e estudantes, realizado neste ano em Jequié (BA), no mês de outubro. Receber o prêmio foi importante para colocar o trabalho em evidência na comunidade científica. Um gênero de grande importância econômica geralmente é bem estudado e problemas básicos como identificação das espécies são bem elucidados, salienta Carolina. Descobrir novas espécies no gênero Salminus requer que mudemos a forma como estamos estudando esse grupo, conclui.
O gênero Salminus é constituído por peixes de água doce com grande importância ecológica, gastronômica e na pesca amadora e esportiva. Apesar desse destaque, o número de espécies válidas sempre permaneceu contraditório, devido à presença de sinonímias (vários nomes científicos para a mesma espécie), semelhança morfológica e variação intraespecífica. Para resolver problemas como este, foi proposto, em 2003, o emprego de marcadores moleculares com o intuito de auxiliar a identificação dos espécimes. Essa metodologia é denominada de DNA Barcode (Código de Barras do DNA).
O marcador molecular utilizado na metodologia de DNA Barcode é o fragmento da porção inicial do gene mitocondrial Citocromo C Oxidase I (COI). Os pesquisadores analisaram com o gene COI as cinco espécies válidas de Salminus conforme a última revisão morfológica do gênero, distribuídas nas diferentes bacias hidrográficas sul-americanas: S. brasiliensis, S. hilarii, S. franciscanus, S. affinis, S. iquitensis.
A análise das sequências do gene COI foi feita no software MEGA 5.04, onde foram calculadas as distâncias genéticas dentro e entre as espécies, utilizadas no DNA Barcode. A média de distância intraespecífica (dentro da espécie) foi de 0,003. O valor empregado para identificar as espécies é dez vezes a média intraespecífica, neste caso 0,03 ou 3%. Entretanto, duas espécies apresentaram distância intraespecífica superior às outras. S. iquitensis (5,24%) e S. brasiliensis (3,54%).
O resultado da distância genética permitiu os cientistas afirmarem que há evidentes problemas taxonômicos em S. iquitensis e S. brasiliensis. Para explicar quais são esses problemas foram realizadas outras análises apropriadas da metodologia de DNA Barcode. A conclusão foi que S. iquitensis é um complexo de espécies crípticas, ou seja, um grupo de espécies que satisfazem a definição biológica de espécie, isto é, são isoladas reprodutivamente entre si, mas são morfologicamente idênticas, ressalta a pesquisadora. Para a S. brasiliensis também é possível afirmar que esta espécie é constituída por duas espécies", concluiu Carolina.
Para os pesquisadores, identificar que o gênero Salminus é constituído por sete e não cinco espécies é de extrema importância para a conservação desses animais. Segundo a pesquisadora, a espécie S. brasiliensis, por exemplo, não é encontrada em nenhuma lista de espécies ameaçada, uma vez que sua situação não é alarmante na Bacia do Rio Paraguai, cujo estado ambiental é considerado relativamente íntegro e os Institutos públicos julgam que não é necessário criar outras áreas prioritárias para essa espécie. No entanto, para Carolina é necessário que seja criado um novo plano estratégico para conservação da S.brasiliensis, uma vez que o estudo mostrou que essa espécie, presente na Bacia do Alto Rio Paraná, é diferente da que se encontra na Bacia dos rios Paraguai e Uruguai. A pesquisadora faz a mesma avaliação para a S. iquitensis.
A pesquisa rendeu à estudante a premiação de melhor apresentação em painel no XV Simpósio de Citogenética e Genética de Peixes, evento de caráter bianual que visa congregar pesquisadores em genética de peixes do Brasil e de outros países, uma reunião já consagrada entre geneticistas, ictiólogos e estudantes, realizado neste ano em Jequié (BA), no mês de outubro. Receber o prêmio foi importante para colocar o trabalho em evidência na comunidade científica. Um gênero de grande importância econômica geralmente é bem estudado e problemas básicos como identificação das espécies são bem elucidados, salienta Carolina. Descobrir novas espécies no gênero Salminus requer que mudemos a forma como estamos estudando esse grupo, conclui.
18/11/2013
20:00:00
28/11/2013
22:00:00
Abner Amiel
Não
Não
6105