Identificação e caracterização de espaços de atendimento ao idoso em São Carlos são foco de pesquisa e extensão na UFSCar
São Carlos
Trabalhos com o Conselho Municipal do Idoso já permitiram a identificação de carência de serviços voltados aos idosos mais frágeis
Como a informação pode colaborar para a gestão de um envelhecimento saudável? Atento a essa questão, um grupo vinculado ao Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar tem desenvolvido uma série de projetos de pesquisa e extensão relacionados aos modelos de atendimento ao idoso em São Carlos. Entre os objetivos está a sistematização de informações sobre os espaços que atendem essa população.
Um desses projetos identificou uma discrepância entre o que é ofertado aos idosos mais ativos e aos mais frágeis. Vania Aparecida Gurian Varoto, professora do DGero, relata que, a partir de dados preliminares, é possível indicar que existe a predominância de serviços que atendem a população idosa mais saudável e ativa. "Em um cenário caracterizado por uma população mais longeva, os serviços de cuidado e suporte ao idoso mais frágil parece que ainda não crescem na mesma proporção que a demanda", considera a pesquisadora.
Varoto explica que um idoso considerado ativo é aquele que está em condições funcionais de independência e autonomia para gerenciar sua vida e cuidar de si e de suas atividades de forma a não necessitar de ajuda de outra pessoa ou de equipamentos. Já o idoso considerado frágil é aquele que tem dificuldade em cuidar de si próprio e necessita de algum tipo de ajuda, de outra pessoa, de equipamentos ou de instituições de atendimento.
A conclusão sobre a discrepância entre os serviços oferecidos para cada uma dessas populações idosas em São Carlos foi possível a partir dos dados do "Cadastro dos espaços de atendimento ao idoso do Município", que o Conselho Municipal do Idoso (CMI) vem sistematizando, em consonância com o que está previsto no Estatuto do Idoso. Todas as organizações governamentais e não governamentais de atendimento aos idosos devem ser cadastradas junto ao CMI, que deve, por sua vez, verificar o funcionamento e a qualidade do trabalho desenvolvido nesses espaços.
O acesso e a ampliação desse cadastro, segundo Varoto, permitem conhecer melhor o atendimento ao idoso no Município e verificar se os espaços estão funcionando de acordo com a legislação e com os cuidados em relação à vida e aos direitos do idoso. Com isso, "é possível traçar diretrizes de políticas públicas, trabalhando de forma integrada com as secretarias municipais e com os dados sociodemográficos da população e indicando medidas mais adequadas na perspectiva regional e integradas às demandas e às necessidades do Município", detalha Varoto.
Indissociabilidade
A proposta de atuação junto ao Cadastro tem rendido uma boa parceria entre os pesquisadores da UFSCar e os envolvidos com o CMI. Além de contribuir para que as organizações mantenham seus dados atualizados junto ao Conselho, alguns projetos de pesquisa têm sido propostos objetivando explorar os estudos sobre o tema. Até o momento, já foram desenvolvidos uma tese de doutorado, quatro projetos de iniciação científica, três trabalhos de conclusão de curso e um projeto de pesquisa, parte deles com apoio de agências de fomento (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Em sua tese, por exemplo, Varoto propôs um levantamento e caracterização para cada segmento de atendimento ao idoso no Município, indicando as seguintes categorias: Moradia; Cultura, lazer, esporte, educação e convívio social; Saúde; e Suporte/Encaminhamento. A pesquisadora explica que, em São Carlos, há majoritariamente entidades voltadas tanto para as atividades categorizadas como de desenvolvimento na área da Saúde quanto para aquelas de incentivo às atividades culturais, ao esporte, lazer e convívio social. Também é possível encontrar características das categorias em destaque mescladas com as demais categorias, o que é importante porque a gestão da velhice é melhor trabalhada quando prevê atividades integradas e que vislumbrem a pessoa em sua integralidade. A pesquisadora exemplifica que, em espaço classificado como de moradia, depois de uma avaliação médica prévia é muito benéfica a inserção do idoso em atividades físicas, que ajudam a "recuperar, manter ou desenvolver melhorias das funções motoras e cognitivas em diferentes graus, de acordo com a necessidade e interesse de quem pratica".
Em relação à Saúde, a pesquisadora alerta sobre o predomínio de espaços que desenvolvem atividades de cuidado e tratamentos voltados para patologias ou sintomas já instalados, como, por exemplo, aqueles decorrente de doenças crônicas. "É necessário que esse quadro seja revertido, vislumbrando a melhoria do processo do envelhecimento considerando tanto a perspectiva individual quanto do coletivo", afirma Varoto.
Vania Varoto ressalta que a população desconhece os serviços oferecidos no Município nos diferentes segmentos, assim como muitos espaços desconhecem os outros e os serviços oferecidos, o que "inviabiliza um trabalho mais integrado e articulado para a população". O trabalho dos pesquisadores da UFSCar junto ao CMI deve continuar por meio de outras iniciativas já planejadas. Uma delas, por exemplo, visa ampliar a divulgação do Cadastro, por meio de folhetos informativos sobre todos os espaços de atendimento ao idoso em São Carlos e da disponibilização dos dados no site do grupo de pesquisa "GEnv: Gestão em Envelhecimento", ao qual o projeto está vinculado.
Um desses projetos identificou uma discrepância entre o que é ofertado aos idosos mais ativos e aos mais frágeis. Vania Aparecida Gurian Varoto, professora do DGero, relata que, a partir de dados preliminares, é possível indicar que existe a predominância de serviços que atendem a população idosa mais saudável e ativa. "Em um cenário caracterizado por uma população mais longeva, os serviços de cuidado e suporte ao idoso mais frágil parece que ainda não crescem na mesma proporção que a demanda", considera a pesquisadora.
Varoto explica que um idoso considerado ativo é aquele que está em condições funcionais de independência e autonomia para gerenciar sua vida e cuidar de si e de suas atividades de forma a não necessitar de ajuda de outra pessoa ou de equipamentos. Já o idoso considerado frágil é aquele que tem dificuldade em cuidar de si próprio e necessita de algum tipo de ajuda, de outra pessoa, de equipamentos ou de instituições de atendimento.
A conclusão sobre a discrepância entre os serviços oferecidos para cada uma dessas populações idosas em São Carlos foi possível a partir dos dados do "Cadastro dos espaços de atendimento ao idoso do Município", que o Conselho Municipal do Idoso (CMI) vem sistematizando, em consonância com o que está previsto no Estatuto do Idoso. Todas as organizações governamentais e não governamentais de atendimento aos idosos devem ser cadastradas junto ao CMI, que deve, por sua vez, verificar o funcionamento e a qualidade do trabalho desenvolvido nesses espaços.
O acesso e a ampliação desse cadastro, segundo Varoto, permitem conhecer melhor o atendimento ao idoso no Município e verificar se os espaços estão funcionando de acordo com a legislação e com os cuidados em relação à vida e aos direitos do idoso. Com isso, "é possível traçar diretrizes de políticas públicas, trabalhando de forma integrada com as secretarias municipais e com os dados sociodemográficos da população e indicando medidas mais adequadas na perspectiva regional e integradas às demandas e às necessidades do Município", detalha Varoto.
A proposta de atuação junto ao Cadastro tem rendido uma boa parceria entre os pesquisadores da UFSCar e os envolvidos com o CMI. Além de contribuir para que as organizações mantenham seus dados atualizados junto ao Conselho, alguns projetos de pesquisa têm sido propostos objetivando explorar os estudos sobre o tema. Até o momento, já foram desenvolvidos uma tese de doutorado, quatro projetos de iniciação científica, três trabalhos de conclusão de curso e um projeto de pesquisa, parte deles com apoio de agências de fomento (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Em sua tese, por exemplo, Varoto propôs um levantamento e caracterização para cada segmento de atendimento ao idoso no Município, indicando as seguintes categorias: Moradia; Cultura, lazer, esporte, educação e convívio social; Saúde; e Suporte/Encaminhamento. A pesquisadora explica que, em São Carlos, há majoritariamente entidades voltadas tanto para as atividades categorizadas como de desenvolvimento na área da Saúde quanto para aquelas de incentivo às atividades culturais, ao esporte, lazer e convívio social. Também é possível encontrar características das categorias em destaque mescladas com as demais categorias, o que é importante porque a gestão da velhice é melhor trabalhada quando prevê atividades integradas e que vislumbrem a pessoa em sua integralidade. A pesquisadora exemplifica que, em espaço classificado como de moradia, depois de uma avaliação médica prévia é muito benéfica a inserção do idoso em atividades físicas, que ajudam a "recuperar, manter ou desenvolver melhorias das funções motoras e cognitivas em diferentes graus, de acordo com a necessidade e interesse de quem pratica".
Em relação à Saúde, a pesquisadora alerta sobre o predomínio de espaços que desenvolvem atividades de cuidado e tratamentos voltados para patologias ou sintomas já instalados, como, por exemplo, aqueles decorrente de doenças crônicas. "É necessário que esse quadro seja revertido, vislumbrando a melhoria do processo do envelhecimento considerando tanto a perspectiva individual quanto do coletivo", afirma Varoto.
Vania Varoto ressalta que a população desconhece os serviços oferecidos no Município nos diferentes segmentos, assim como muitos espaços desconhecem os outros e os serviços oferecidos, o que "inviabiliza um trabalho mais integrado e articulado para a população". O trabalho dos pesquisadores da UFSCar junto ao CMI deve continuar por meio de outras iniciativas já planejadas. Uma delas, por exemplo, visa ampliar a divulgação do Cadastro, por meio de folhetos informativos sobre todos os espaços de atendimento ao idoso em São Carlos e da disponibilização dos dados no site do grupo de pesquisa "GEnv: Gestão em Envelhecimento", ao qual o projeto está vinculado.
20/11/2013
13:00:00
06/12/2013
10:00:00
Mariana Pezzo
Não
Não
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