UFSCar realiza formatura da primeira mulher indígena da Universidade
Araras, Sorocaba
Aconteceu no dia 13 de fevereiro, no Teatro Universitário Florestan Fernandes, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar, a colação de grau de Deusilene Calomezoré Theodoro, estudante de Gestão e Análise Ambiental e primeira mulher indígena a se formar pela Universidade. A formanda faz parte do povo Umutina, localizado no Mato Grosso, o mesmo a ter a primeira mulher eleita cacique do Brasil, Creuza Assoripa Umutina.
Depois de formada, Deusilene pretende fazer curso de especialização, a fim de aprimorar seus conhecimentos. Seu objetivo é contribuir não apenas com o povo Umitina, mas também com as questões indígenas como um todo, uma vez que sua formação permite cuidar de questões como demarcação e preservação de território, assunto recorrente no Brasil. Mesmo participando da colação, a aluna ainda cursará este ano para concluir as disciplinas restantes. Durante o curso participou de diversos projetos práticos que contribuíram para sua formação. Para ela foi um grande desafio cursar uma universidade, enfrentando problemas comuns como a distância de casa e mais específicos aos alunos indígenas como a diferença cultural com relação aos colegas e a vida na cidade. O contato com os outros estudantes indígenas da Universidade auxiliaram no dia a dia para vencer as dificuldades.
Deusilene afirma que para ela é uma grande honra ser a primeira mulher indígena a se formar pela UFSCar. As mulheres de seu povo, no geral, ficam na comunidade cuidando de questões internas e poucas vezes saem dali. Assim como Creuza Umutina, primeira cacique mulher do Brasil, Deusilene não apenas se aventurou em outros horizontes como se colocou em um ambiente até então de maioria masculina. No próprio vestibular indígena da UFSCar, com exceção de 2013, a taxa de mulheres inscritas varia entre 25% e 38% do total de indígenas inscritos.
Desde o início do Programa já colaram grau sete estudantes indígenas, além de Deusilene, nos cursos de Psicologia, dois em Imagem e Som, Ciências Sociais, Biblioteconomia e Ciência da Informação e Pedagogia Noturno. O psicólogo atua no Setor de Saúde Indígena do Estado do Pernambuco, trabalhando com saúde mental indígena; o pedagogo atuará, em breve, junto ao Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação do Município de São Gabriel da Cachoeira (AM), como orientador educacional das escolas Baniwa de Ensino Fundamental e educação de jovens e adultos; o primeiro bacharel em Imagem e Som do país desenvolveu projeto de divulgação da cultura indígena no segundo semestre de 2013 junto ao SESC de Ribeirão Preto e atualmente está na sua aldeia; o bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação seguirá a carreira acadêmica, muito possivelmente no mestrado da UFSCar, e o cientista social vem desenvolvendo pesquisa junto à associação indígena de Ataláia do Norte (AM). Os estudantes ainda têm contato com a Coordenadoria de Ações Afirmativas e Outras Políticas de Equidade, atuando como assessores na elaboração de projetos.
Segundo a Coordenadoria de Ações Afirmativas da UFSCar, "os profissionais que temos formado vêm apresentando, desde o ano passado, a demanda pelo acesso à Pós-Graduação e alguns programas da UFSCar já vem construindo propostas de Ações Afirmativas. Nossa expectativa é a de que cada vez mais estudantes indígenas busquem a UFSCar, que concluam seus cursos com sucesso, acessem a Pós-Graduação e, um dia, componham os quadros de docentes das universidades brasileiras."
O Programa de Ações Afirmativas vigora na UFSCar desde 2008 e, com base nele, há reserva de uma vaga por opção de curso para estudantes indígenas por ano. A UFSCar é uma universidade pioneira na democratização do acesso ao Ensino Superior para estudantes de escola pública, negros e indígenas. Neste ano de 2014, 50% dos alunos ingressantes serão oriundos da Política de Ações Afirmativas desenvolvida na Universidade. A matrícula dos estudantes indígenas ingressantes neste ano acontece hoje, das 14 às 16 horas, no campus em que é ofertado o curso para o qual o candidato foi convocado. Mais informações podem ser obtidas pelo site do Programa www.acoesafirmativas.ufscar.br.
Foto: Deusilene Theodoro, primeira mulher indígena a se formar pela UFSCar. Formatura realizada em 13/2, no Campus São Carlos
Crédito/foto: Ana Paula Vieira/Jornal Primeira Página
Depois de formada, Deusilene pretende fazer curso de especialização, a fim de aprimorar seus conhecimentos. Seu objetivo é contribuir não apenas com o povo Umitina, mas também com as questões indígenas como um todo, uma vez que sua formação permite cuidar de questões como demarcação e preservação de território, assunto recorrente no Brasil. Mesmo participando da colação, a aluna ainda cursará este ano para concluir as disciplinas restantes. Durante o curso participou de diversos projetos práticos que contribuíram para sua formação. Para ela foi um grande desafio cursar uma universidade, enfrentando problemas comuns como a distância de casa e mais específicos aos alunos indígenas como a diferença cultural com relação aos colegas e a vida na cidade. O contato com os outros estudantes indígenas da Universidade auxiliaram no dia a dia para vencer as dificuldades.
Deusilene afirma que para ela é uma grande honra ser a primeira mulher indígena a se formar pela UFSCar. As mulheres de seu povo, no geral, ficam na comunidade cuidando de questões internas e poucas vezes saem dali. Assim como Creuza Umutina, primeira cacique mulher do Brasil, Deusilene não apenas se aventurou em outros horizontes como se colocou em um ambiente até então de maioria masculina. No próprio vestibular indígena da UFSCar, com exceção de 2013, a taxa de mulheres inscritas varia entre 25% e 38% do total de indígenas inscritos.
Desde o início do Programa já colaram grau sete estudantes indígenas, além de Deusilene, nos cursos de Psicologia, dois em Imagem e Som, Ciências Sociais, Biblioteconomia e Ciência da Informação e Pedagogia Noturno. O psicólogo atua no Setor de Saúde Indígena do Estado do Pernambuco, trabalhando com saúde mental indígena; o pedagogo atuará, em breve, junto ao Departamento Pedagógico da Secretaria de Educação do Município de São Gabriel da Cachoeira (AM), como orientador educacional das escolas Baniwa de Ensino Fundamental e educação de jovens e adultos; o primeiro bacharel em Imagem e Som do país desenvolveu projeto de divulgação da cultura indígena no segundo semestre de 2013 junto ao SESC de Ribeirão Preto e atualmente está na sua aldeia; o bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação seguirá a carreira acadêmica, muito possivelmente no mestrado da UFSCar, e o cientista social vem desenvolvendo pesquisa junto à associação indígena de Ataláia do Norte (AM). Os estudantes ainda têm contato com a Coordenadoria de Ações Afirmativas e Outras Políticas de Equidade, atuando como assessores na elaboração de projetos.
Segundo a Coordenadoria de Ações Afirmativas da UFSCar, "os profissionais que temos formado vêm apresentando, desde o ano passado, a demanda pelo acesso à Pós-Graduação e alguns programas da UFSCar já vem construindo propostas de Ações Afirmativas. Nossa expectativa é a de que cada vez mais estudantes indígenas busquem a UFSCar, que concluam seus cursos com sucesso, acessem a Pós-Graduação e, um dia, componham os quadros de docentes das universidades brasileiras."
O Programa de Ações Afirmativas vigora na UFSCar desde 2008 e, com base nele, há reserva de uma vaga por opção de curso para estudantes indígenas por ano. A UFSCar é uma universidade pioneira na democratização do acesso ao Ensino Superior para estudantes de escola pública, negros e indígenas. Neste ano de 2014, 50% dos alunos ingressantes serão oriundos da Política de Ações Afirmativas desenvolvida na Universidade. A matrícula dos estudantes indígenas ingressantes neste ano acontece hoje, das 14 às 16 horas, no campus em que é ofertado o curso para o qual o candidato foi convocado. Mais informações podem ser obtidas pelo site do Programa www.acoesafirmativas.ufscar.br.
Foto: Deusilene Theodoro, primeira mulher indígena a se formar pela UFSCar. Formatura realizada em 13/2, no Campus São Carlos
Crédito/foto: Ana Paula Vieira/Jornal Primeira Página
14/02/2014
13:00:00
20/02/2014
22:00:00
Débora Taño
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