Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar inaugura novas instalações

Araras, São Carlos
Cerimônia destacou contribuições do Programa à Universidade e ao País
Foram inauguradas no dia 28 de março, no Campus Araras da UFSCar, as novas instalações do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA), em edifício próprio com área de 1.306 m2. A cerimônia contou com autoridades locais e representantes da indústria sucroalcooleira do País, além da comunidade universitária da UFSCar. Estiveram presentes, dentre outros, o Reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho; o Prefeito Municipal de Araras, Nelson Dimas Brambilla; o Diretor do Centro de Ciências Agrárias da UFSCar, Jozivaldo Prudêncio Gomes de Moraes; José Paulo Stupiello, Presidente da Sociedade dos Técnicos Açucareiros Alcooleiros do Brasil (STAB); Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, Presidente da Associação de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana); e Edelclaiton Daros, Presidente da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa).

Durante a cerimônia, foram destacadas as contribuições do PMGCA para a Universidade e para o desenvolvimento do setor sucroenergético no Brasil. O coordenador do PMGCA e docente do Departamento de Biotecnologia e Produção Vegetal e Animal (DBPVA), Hermann Paulo Hoffmann, relembrou a história do melhoramento genético da cana-de-açúcar no Brasil e os desafios enfrentados até a consolidação dessa área de pesquisa tanto na Universidade como no País. "Esse prédio é a transformação em algo material dos recursos que arrecadamos junto às quase duzentas empresas conveniadas, que plantam, processam, e nos apoiam no cultivo das variedades de cana-de-açúcar. Criamos, ao longo desses anos, condições para o desenvolvimento de pesquisas de primeira linha, que contribuem não só com a produção sucroalcooleira, mas também com o ensino, a pesquisa e a extensão que praticamos aqui na UFSCar e nas demais universidades que integram a Ridesa. O fim do Planalsucar, em 1991, foi um golpe muito duro para essa área; entretanto, a UFSCar acolheu os técnicos, pesquisadores, manteve a estrutura física e deu condições para que o melhoramento genético crescesse, se desenvolvesse", relatou Hoffmann. "E eu acredito que ainda vamos crescer muito mais. Hoje, nós, enquanto Rede, somos um exemplo de sucesso da parceria entre o setor público e a iniciativa privada, e somos responsáveis por mais da metade das variedades de cana-de-açúcar plantadas em todo o Brasil. Temos um projeto consolidado que não para de crescer e enfrentamos os desafios com muito orgulho do legado que deixamos para o País", complementou.

Edelclaiton Daros destacou a satisfação da Ridesa com as novas instalações da UFSCar e, também, a colaboração entre as universidades, que possibilitou os resultados expressivos que a Rede tem alcançado. "A Ridesa abrange cruzamentos entre variedades de cana-de-açúcar orientados por universidades do Rio Grande do Sul ao Maranhão. Então, podemos dizer hoje que somos do tamanho do Brasil. Contamos com oito programas de melhoramento genético, que em sua diversidade carregam o mérito de concorrerem entre si, em uma competição que é benéfica a todos e nos faz crescer em tamanho e importância a cada dia. O professor Hermann Hoffmann tem um papel fundamental nesse processo, sendo a figura responsável por assumir o segundo grande ciclo que vivemos na Ridesa, liderando a pesquisa sobre o melhoramento genético com enorme competência e dedicação. Por isso, olho para essa sede com tanto orgulho. A grandiosidade desse prédio expressa a consolidação de tantos anos de trabalho e todos os desafios enfrentados com sucesso", afirmou Daros.

O Reitor da UFSCar reafirmou o orgulho da Universidade em contar com o PMGCA e fazer parte da Ridesa. "Essa inauguração marca essa história que acompanhamos há tantos anos, vendo de perto o crescimento do melhoramento genético de cana-de-açúcar. Esse projeto envolve as três atividades indissociáveis, ensino, pesquisa e extensão, de forma exemplar. Hoje se faz muito claro que acertamos na aposta pela continuidade frente a tantos desafios que Ridesa, CCA e PMGCA enfrentaram. A questão energética é a questão do momento no Brasil, fato que corrobora a importância do que é feito aqui. E essa inauguração é um marco da consolidação dessa trajetória", apontou Araújo Filho.

Instalações
A construção do novo edifício foi planejada para aproveitar iluminação e ventilação naturais, visando a economia de energia elétrica, e também permite o reaproveitamento de água de chuva. Além disso, a estrutura é acessível a pessoas com deficiência. Foram investidos mais de R$ 6 milhões, sendo metade na obra e o restante em mobiliário, equipamentos de escritório e equipamentos de laboratório.

O edifício conta com sala de aula e espaço para estudantes em treinamento (estagiários); sala de reuniões com videoconferência, com capacidade para 16 pessoas; biblioteca com literatura específica da área; Laboratório de Biotecnologia de Plantas (LBP), com bancada que comporta até 25 pessoas trabalhando; e salas de uso administrativo, como as salas de professores, pesquisadores e técnicos, inclusive visitantes. A obra foi financiada com recursos gerados pelas atividades do próprio PMGCA e, também, obtidos junto a órgãos de fomento à pesquisa.

PMGCA
O PMGCA da UFSCar é um grupo de pesquisa e extensão que tem como objetivo a obtenção de variedades de cana-de-açúcar melhoradas e adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas (solo e clima), ou seja, iguais ou superiores às variedades plantadas hoje comercialmente, atendendo às necessidades do setor sucroalcooleiro. O Programa integra a Ridesa, que congrega, além da UFSCar, outras nove universidades federais. Desde 1991, a Rede concentra as pesquisas sobre o melhoramento genético da cana-de-açúcar e, nesse período, já registrou 65 cultivares, que representam mais da metade da cana plantada em solo brasileiro.
02/04/2014
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02/05/2014
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Mariana Pezzo
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