Núcleo de Agroecologia Apetê Capuaã do Campus Sorocaba da UFSCar realiza o 4° Abril Vermelho
Sorocaba
Evento terá exposição de fotografias e ilustrações, mesas de debate e palestras que abordarão a Reforma Agrária no Brasil e a Agroecologia
O Núcleo de Agroecologia Apetê Caapuã (NAAC) do Campus Sorocaba da UFSCar realiza, nos dias 29 e 30 de abril, o 4° Abril Vermelho, evento que lembra os 18 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. O episódio, ocorrido em 17 de abril de 1996 no Estado do Pará, foi uma das mais tristes e sangrentas páginas da história do Movimento dos Sem Terra (MST) no Brasil. Na ocasião, 19 integrantes do MST foram mortos e mais de 60 foram feridos pela Polícia Militar do Estado, durante ato de reivindicação por desapropriação de terras e reforma agrária.
Para o professor Fernando Silveira Franco, do Departamento de Ciências Ambientais (DCA), orientador e coordenador do Núcleo, é de suma importância que a questão da reforma agrária e dos assentamentos rurais seja debatida e aprimorada a partir de um viés democrático e coerente, proposta do evento. Para isso, é preciso que os protagonistas de diversos movimentos e órgãos sejam inseridos no centro do palanque de debate e que se tenha cautela ao adotar para si apenas a visão filtrada, segundo o docente, que os meios de comunicação de massa costumam dar à complexa demanda de terras no País. "Precisamos abrir a possibilidade dos estudantes e de nós mesmos, como professores, educadores e formadores de opinião, de olhar fatos e processos de forma diferente. Trazemos pessoas que vivenciam de fato estas questões da reforma agrária, como técnicos, assentados, agricultores, pesquisadores e pessoas de órgãos públicos relacionados ao tema para que vejamos a partir da experiência prática e concreta, sem alguns filtros que geralmente são colocados na mídia. Daí os estudantes e ouvintes podem realmente ter sua crítica e opinião", sugere o professor.
Desde 1996, ano do Massacre, até os dias atuais, segundo Fernando Silveira, houve avanços em alguns setores, como a implementação de projetos e políticas públicas beneficiárias ao assentados em termos de apoio à produção, capacitação, assistência técnica e comercialização da produção. Ele cita como exemplo positivo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) promovido pelo Ministério da Agricultura, que prioriza a compra de produtos oriundos de agricultura familiar para o abastecimento de escolas, creches e hospitais. No entanto, para o docente, essas medidas ainda são insuficientes para sanar ou atenuar o problema. Organização social, coragem para mudanças e informações esclarecedoras à sociedade sobre a questão seriam alguns dos fatores determinantes para a alteração do panorama, mas deve haver, sobretudo, compromisso dos governos com relação ao tema e organização política, explica Fernando. "Ainda carecemos de apoio governamental aos órgãos que trabalham diretamente com isso, como o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o ITESP (Fundação Instituto de Terras de São Paulo), ficando assim difícil executar de fato as políticas e as demandas do público rural", declara.
A programação da quarta edição do Abril Vermelho promovido pelo NAAC conta com palestras, mesas de debate e a exposição de fotografias e ilustrações, e aborda, dentre outros assuntos, o Massacre de Eldorado dos Carajás, a Agroecologia e a questão da Reforma Agrária no Brasil. A exposição ocorre por meio de um concurso, cujo o objetivo é proporcionar aos participantes a oportunidade de mostrar sua concepção sobre as transformações que ocorrem no movimento agrário de reforma desde 1996, quando ocorreu o Massacre. Com o tema "Qual a transformação do movimento desde 1996? podem ser inscritos, até o dia 20 de abril, trabalhos de fotografia e ilustração. A escolha dos vencedores será feita pelo público por meio de votação durante o evento, cabendo premiação para os primeiros e segundos colocados de cada categoria. Para participar, os candidatos devem enviar um email para naac.ufscar@gmail.com, com a foto ou ilustração anexa, devendo constar no campo de assunto do email o título "CONCURSO ABRIL VERMELHO" e no corpo do email o nome do autor, telefone para contato e o título da foto ou ilustração. Cada autor pode concorrer com mais de uma obra.
As atividades do evento têm início às 19h30, no auditório do edifício ATLab. A entrada é gratuita e aberta a todo o público. As inscrições serão recebidas 30 minutos antes do início do evento. Será emitido certificado de participação ao final. Mais informações podem ser obtidas pelo email naac.ufscar@gmail.com.
O Núcleo de Agroecologia Apete Caapuã teve início em 2009, a partir da demanda de estudantes dos cursos de Biologia e Engenharia Florestal para a formação de grupos de estudos e implementação de práticas em Agroecologia. Em 2010, o grupo foi contemplado por edital do CNPq, que previa a formação de um Núcleo de Agroecologia, reforçando sua atuação também junto a parceiros da região como agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Sua missão é "promover espaços de diálogos e vivências dentro e fora da academia, incentivando as práticas agroecológicas economicamente viáveis no meio urbano e rural, um facilitador para a organização de processos de mudanças individuais e coletivas, se definindo, assim, como "um coletivo de trabalho consolidado, inspirado pela Agroecologia, que alia o conhecimento tradicional e científico na busca de um novo paradigma de desenvolvimento socioambiental.
(Crédito Foto: Jorge Araújo/FolhaPress - 20/04/1996)
Para o professor Fernando Silveira Franco, do Departamento de Ciências Ambientais (DCA), orientador e coordenador do Núcleo, é de suma importância que a questão da reforma agrária e dos assentamentos rurais seja debatida e aprimorada a partir de um viés democrático e coerente, proposta do evento. Para isso, é preciso que os protagonistas de diversos movimentos e órgãos sejam inseridos no centro do palanque de debate e que se tenha cautela ao adotar para si apenas a visão filtrada, segundo o docente, que os meios de comunicação de massa costumam dar à complexa demanda de terras no País. "Precisamos abrir a possibilidade dos estudantes e de nós mesmos, como professores, educadores e formadores de opinião, de olhar fatos e processos de forma diferente. Trazemos pessoas que vivenciam de fato estas questões da reforma agrária, como técnicos, assentados, agricultores, pesquisadores e pessoas de órgãos públicos relacionados ao tema para que vejamos a partir da experiência prática e concreta, sem alguns filtros que geralmente são colocados na mídia. Daí os estudantes e ouvintes podem realmente ter sua crítica e opinião", sugere o professor.
Desde 1996, ano do Massacre, até os dias atuais, segundo Fernando Silveira, houve avanços em alguns setores, como a implementação de projetos e políticas públicas beneficiárias ao assentados em termos de apoio à produção, capacitação, assistência técnica e comercialização da produção. Ele cita como exemplo positivo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) promovido pelo Ministério da Agricultura, que prioriza a compra de produtos oriundos de agricultura familiar para o abastecimento de escolas, creches e hospitais. No entanto, para o docente, essas medidas ainda são insuficientes para sanar ou atenuar o problema. Organização social, coragem para mudanças e informações esclarecedoras à sociedade sobre a questão seriam alguns dos fatores determinantes para a alteração do panorama, mas deve haver, sobretudo, compromisso dos governos com relação ao tema e organização política, explica Fernando. "Ainda carecemos de apoio governamental aos órgãos que trabalham diretamente com isso, como o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e o ITESP (Fundação Instituto de Terras de São Paulo), ficando assim difícil executar de fato as políticas e as demandas do público rural", declara.
A programação da quarta edição do Abril Vermelho promovido pelo NAAC conta com palestras, mesas de debate e a exposição de fotografias e ilustrações, e aborda, dentre outros assuntos, o Massacre de Eldorado dos Carajás, a Agroecologia e a questão da Reforma Agrária no Brasil. A exposição ocorre por meio de um concurso, cujo o objetivo é proporcionar aos participantes a oportunidade de mostrar sua concepção sobre as transformações que ocorrem no movimento agrário de reforma desde 1996, quando ocorreu o Massacre. Com o tema "Qual a transformação do movimento desde 1996? podem ser inscritos, até o dia 20 de abril, trabalhos de fotografia e ilustração. A escolha dos vencedores será feita pelo público por meio de votação durante o evento, cabendo premiação para os primeiros e segundos colocados de cada categoria. Para participar, os candidatos devem enviar um email para naac.ufscar@gmail.com, com a foto ou ilustração anexa, devendo constar no campo de assunto do email o título "CONCURSO ABRIL VERMELHO" e no corpo do email o nome do autor, telefone para contato e o título da foto ou ilustração. Cada autor pode concorrer com mais de uma obra.
As atividades do evento têm início às 19h30, no auditório do edifício ATLab. A entrada é gratuita e aberta a todo o público. As inscrições serão recebidas 30 minutos antes do início do evento. Será emitido certificado de participação ao final. Mais informações podem ser obtidas pelo email naac.ufscar@gmail.com.
O Núcleo de Agroecologia Apete Caapuã teve início em 2009, a partir da demanda de estudantes dos cursos de Biologia e Engenharia Florestal para a formação de grupos de estudos e implementação de práticas em Agroecologia. Em 2010, o grupo foi contemplado por edital do CNPq, que previa a formação de um Núcleo de Agroecologia, reforçando sua atuação também junto a parceiros da região como agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Sua missão é "promover espaços de diálogos e vivências dentro e fora da academia, incentivando as práticas agroecológicas economicamente viáveis no meio urbano e rural, um facilitador para a organização de processos de mudanças individuais e coletivas, se definindo, assim, como "um coletivo de trabalho consolidado, inspirado pela Agroecologia, que alia o conhecimento tradicional e científico na busca de um novo paradigma de desenvolvimento socioambiental.
(Crédito Foto: Jorge Araújo/FolhaPress - 20/04/1996)
10/04/2014
13:00:00
30/04/2014
22:00:00
Lucas Montenegro
Sim
Não
6390