UFSCar lança nesta semana três cultivares de alface adaptadas às condições brasileiras de plantio e com conceito de crocância
Araras, Sorocaba, São Carlos
Três novas variedades de alface desenvolvidas pela UFSCar têm como princípio básico serem cultivares inovadoras para o Brasil, que possui mercado promissor para variedades com espessura folhear da alface americana (mais grossa) e características de uma planta aberta (sem formação de cabeça). Essa inovação se dá porque elas têm como característica principal serem variedades tropicalizadas, ou seja, adaptadas às condições tropicais de cultivo do País, e junto a isso aliam o conceito diferenciado de crocância atributo que confere melhor característica para consumo, processamento e higienização. As variedades foram desenvolvidas pelos professores Fernando César Sala, do Departamento de Biotecnologia e Produção Vegetal e Animal, do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSCar, Cyro Paulino da Costa, professor voluntário da UFSCar e o inventor Eduardo do Amaral, e serão lançadas no CCA em evento no dia 14 de maio, a partir das 8 horas.
A alface é considerada a principal hortaliça folhosa no Brasil, cujos tipos predominantes apresentaram mudanças nas últimas décadas. O domínio do cultivo da alface lisa foi até a década de 90 e, posteriormente, iniciou-se a procura pelo tipo crespa que corresponde atualmente ao principal segmento cultivado no Brasil. A ausência de formação de cabeça aliada à presença de folhas flabeladas conferiram à alface crespa melhor adaptação no cultivo com altas temperaturas e índices de pluviosidade. Por outro lado, a alface americana vem apresentando crescimento e aceitação pelo mercado consumidor, pois apesar de apresentar formação de cabeça com cultivo limitado no verão, suas folhas mais espessas conferem mais sabor, crocância e durabilidade pós-colheita, liderando o mercado de processamento.
A rubinela, romanela e crocantela, como foram denominadas, objetivaram atender a demanda do mercado brasileiro, disponibilizando variedades adaptadas à condição do clima de plantio, com o conceito de crocância, cuja tendência de segmentação de mercado e da necessidade de uma cadeia pós-colheita mais eficiente efetuaram o melhoramento genético.
O processo de melhoramento adotado para as três variedades, que levaram cerca de 5 anos para serem desenvolvidas, foi o mesmo realizado para a cultivar Brunela, lançada em 2013 pela UFSCar. Segundo um dos inventores, Fernando César Sala, trata-se de um processamento clássico onde são realizados cruzamentos entre diferentes tipos de alfaces já existentes no mercado, agregando-se a característica de crocância. A alface rubinela é oriunda de um cruzamento de uma alface vermelha com a alface americana, onde o atributo de folha grossa e espessa da alface americana foi cruzado com uma alface vermelha, e originou uma variedade com a cor vermelha e brilhante, mas com a característica de crocância da alface americana, explicou. As demais são oriundas de cruzamentos com outras variedades: a romanela é um cruzamento de linhagens da alface brunela com uma alface romana. E a crocantela é um cruzamento de alface do tipo crespa com alface americana.
A alface americana, originária dos Estados Unidos, tem adaptação de clima seco, com a cabeça fechada. Entretanto, num país como o Brasil, onde predomina um clima quente e chuvoso, esse tipo tem problema de perda. Então, o consumidor gosta da alface americana, mas o produtor perde na produção porque quando chove, a água escoa numa planta aberta. Aliás, foi este questionamento sobre o futuro da alfacicultura brasileira que sugeriu ao professor voluntário do CCA, Cyro Paulino da Costa, a percepção de que as alfaces utilizadas para processamento apresentavam perdas já que possuíam folhas finas. Considerado o idealizador do conceito de variedade tropical crocante, o pesquisador doou seu acervo genético para a Universidade por volta de 2009, e iniciou os primeiros cruzamentos, objetivando desenvolver uma variedade sem cabeça.
Concomitantemente ao resultado destas cultivares, o programa de melhoramento de alface do CCA da UFSCar referência no País visa desenvolver variedades tropicais crocantes cujos ideais são promover futuramente alfaces com essas características somadas à resistência à uma determinada anomalia. O programa objetiva evoluir e lançar novas cultivares para atender a demanda do mercado de alfaces (consumidores, empresas de semente, produtores rurais, instituições de pesquisa etc.) com conceitos inovadores de tropicalização e crocância.
A Universidade já licenciou a cultivar Brunela para empresas do mercado sementeiro que atuam no País, disponibilizando-a para produtores e consumidores. Estas mesmas empresas licenciaram as três novas variedades, denominadas pelos pesquisadores como irmãzinhas da Brunela, e comercializarão as sementes a partir do segundo semestre deste ano.
Segundo o pesquisador Fernando Sala, há a necessidade da realização de parcerias com empresas que colaborem e recebam as sementes da UFSCar, já que não adianta desenvolver uma tecnologia julgada brilhante para a Universidade se ela não for viável para o produtor, consumidor e empresas. Assim, para que ela chegue ao consumidor, deve passar pelo desenvolvimento de uma empresa que vê o potencial de disponibilizá-la ao consumidor, que aprova a invenção e cria a demanda. Além disso, o pesquisador acredita na importância do trabalho das instituições públicas de pesquisa direcionado às empresas brasileiras, considerando que os programas de melhoramento das grandes multinacionais são feitos no exterior e introduzidos para plantação no Brasil. Em função disso, as variedades não são adaptadas às condições tropicais, gerando perdas ao produtor brasileiro. Por isso eu acredito que a UFSCar está fazendo seu papel com parceiros, divulgando, lançando e gerando royalties para a instituição, finalizou.
Legenda da foto: Novas variedades desenvolvidas pelo CCA da UFSCar. Crédito/foto: Tatiane Liberato
A alface é considerada a principal hortaliça folhosa no Brasil, cujos tipos predominantes apresentaram mudanças nas últimas décadas. O domínio do cultivo da alface lisa foi até a década de 90 e, posteriormente, iniciou-se a procura pelo tipo crespa que corresponde atualmente ao principal segmento cultivado no Brasil. A ausência de formação de cabeça aliada à presença de folhas flabeladas conferiram à alface crespa melhor adaptação no cultivo com altas temperaturas e índices de pluviosidade. Por outro lado, a alface americana vem apresentando crescimento e aceitação pelo mercado consumidor, pois apesar de apresentar formação de cabeça com cultivo limitado no verão, suas folhas mais espessas conferem mais sabor, crocância e durabilidade pós-colheita, liderando o mercado de processamento.
A rubinela, romanela e crocantela, como foram denominadas, objetivaram atender a demanda do mercado brasileiro, disponibilizando variedades adaptadas à condição do clima de plantio, com o conceito de crocância, cuja tendência de segmentação de mercado e da necessidade de uma cadeia pós-colheita mais eficiente efetuaram o melhoramento genético.
O processo de melhoramento adotado para as três variedades, que levaram cerca de 5 anos para serem desenvolvidas, foi o mesmo realizado para a cultivar Brunela, lançada em 2013 pela UFSCar. Segundo um dos inventores, Fernando César Sala, trata-se de um processamento clássico onde são realizados cruzamentos entre diferentes tipos de alfaces já existentes no mercado, agregando-se a característica de crocância. A alface rubinela é oriunda de um cruzamento de uma alface vermelha com a alface americana, onde o atributo de folha grossa e espessa da alface americana foi cruzado com uma alface vermelha, e originou uma variedade com a cor vermelha e brilhante, mas com a característica de crocância da alface americana, explicou. As demais são oriundas de cruzamentos com outras variedades: a romanela é um cruzamento de linhagens da alface brunela com uma alface romana. E a crocantela é um cruzamento de alface do tipo crespa com alface americana.
A alface americana, originária dos Estados Unidos, tem adaptação de clima seco, com a cabeça fechada. Entretanto, num país como o Brasil, onde predomina um clima quente e chuvoso, esse tipo tem problema de perda. Então, o consumidor gosta da alface americana, mas o produtor perde na produção porque quando chove, a água escoa numa planta aberta. Aliás, foi este questionamento sobre o futuro da alfacicultura brasileira que sugeriu ao professor voluntário do CCA, Cyro Paulino da Costa, a percepção de que as alfaces utilizadas para processamento apresentavam perdas já que possuíam folhas finas. Considerado o idealizador do conceito de variedade tropical crocante, o pesquisador doou seu acervo genético para a Universidade por volta de 2009, e iniciou os primeiros cruzamentos, objetivando desenvolver uma variedade sem cabeça.
Concomitantemente ao resultado destas cultivares, o programa de melhoramento de alface do CCA da UFSCar referência no País visa desenvolver variedades tropicais crocantes cujos ideais são promover futuramente alfaces com essas características somadas à resistência à uma determinada anomalia. O programa objetiva evoluir e lançar novas cultivares para atender a demanda do mercado de alfaces (consumidores, empresas de semente, produtores rurais, instituições de pesquisa etc.) com conceitos inovadores de tropicalização e crocância.
A Universidade já licenciou a cultivar Brunela para empresas do mercado sementeiro que atuam no País, disponibilizando-a para produtores e consumidores. Estas mesmas empresas licenciaram as três novas variedades, denominadas pelos pesquisadores como irmãzinhas da Brunela, e comercializarão as sementes a partir do segundo semestre deste ano.
Segundo o pesquisador Fernando Sala, há a necessidade da realização de parcerias com empresas que colaborem e recebam as sementes da UFSCar, já que não adianta desenvolver uma tecnologia julgada brilhante para a Universidade se ela não for viável para o produtor, consumidor e empresas. Assim, para que ela chegue ao consumidor, deve passar pelo desenvolvimento de uma empresa que vê o potencial de disponibilizá-la ao consumidor, que aprova a invenção e cria a demanda. Além disso, o pesquisador acredita na importância do trabalho das instituições públicas de pesquisa direcionado às empresas brasileiras, considerando que os programas de melhoramento das grandes multinacionais são feitos no exterior e introduzidos para plantação no Brasil. Em função disso, as variedades não são adaptadas às condições tropicais, gerando perdas ao produtor brasileiro. Por isso eu acredito que a UFSCar está fazendo seu papel com parceiros, divulgando, lançando e gerando royalties para a instituição, finalizou.
Legenda da foto: Novas variedades desenvolvidas pelo CCA da UFSCar. Crédito/foto: Tatiane Liberato
12/05/2014
14:00:00
14/05/2014
18:00:00
Tatiane Liberato
Sim
Não
6456