Levantamento mostra que maioria das empresas não utilizam métodos formais para planejar novos produtos
São Carlos
Pesquisadores da UFSCar e da Unesp realizaram um levantamento em empresas inovadoras que atuam no Brasil, com o intuito de identificar e avaliar a maneira pela qual elas tomam decisões sobre quais produtos desenvolver, manter ou retirar do mercado e relacionar as práticas de gestão desses produtos com o seu desempenho. O mapeamento apontou que as empresas mais formalizadas, isto é, as que adotam métodos formais de gestão, são as que possuem melhor desempenho no desenvolvimento de novos produtos. Porém, a maioria das empresas pesquisadas focam somente em aspectos de intuição para a tomada de decisão de desenvolvimento de novos produtos, o que é um fator negativo.
Entre 2012 e 2013, Sérgio Luis da Silva, docente do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFSCar, e Daniel Jugend, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Unesp, em Bauru, consultaram 71 empresas dos setores eletrônico, óptico e de informática. Os resultados mostram que em 50% das indústrias a decisão sobre o portfólio de produtos cabe à intuição da alta administração; 15,5% é o percentual das empresas que levam em conta aspectos financeiros, assim como as que consideram a necessidade dos clientes.
Segundo o levantamento, apenas 7% das empresas pesquisadas utilizam mapa de produtos, que é o planejamento de aspectos como quais projetos desenvolver, suas características gerais e período de tempo para o desenvolvimento; 2,8% utilizam modelos de pontuação, que permitem que o conjunto de projetos em análise seja pontuado a partir de critérios previamente definidos e relevantes; e 1,4% utilizam de checklists, uma lista que guia a equipe para determinar se há mérito e valor no projeto em avaliação.
O levantamento foi feito por meio de questionário estruturado com alternativas de múltiplas escolhas. Os pesquisadores relatam que havia uma carência de mapeamentos a respeito da indústria brasileira, e que a presente pesquisa realizada no âmbito do projeto Gestão de portfólio de produtos em empresas de base tecnológica de médio e grande porte no Estado de São Paulo: survey e estudos de caso, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), buscou reduzir essa lacuna.
O professor Sérgio da Silva afirma que não é positivo o alto índice de empresas que focam somente em aspectos de intuição para a tomada de decisão em portfólio de desenvolvimento de produtos. Como o mercado nacional é cada vez mais competitivo, o que exigirá das empresas que aqui atuam mais capacidade de inovação e, portanto, competência e acertos na gestão de portfólio, recomenda-se como regra geral que essas empresas diversifiquem mais o emprego dos métodos de gestão do portfólio, em especial os formais já devidamente consolidados tanto pela literatura como pelo emprego nas empresas internacionais de referência, explica o docente.
A gestão de portfólio é uma etapa de decisão que normalmente ocorre antes do desenvolvimento propriamente dito do produto, implicando em escolhas quanto ao que será desenvolvido, que tecnologias serão integradas ao produto, quais serviços serão substituídos, dentre outros. Existem à disposição das empresas diversos métodos de gestão que contribuem para melhorar a tomada de decisão sobre o portfólio de produtos. Os mais comuns são os métodos financeiros. Igualmente relevantes são as ferramentas de marketing, sobretudo a pesquisa de mercado, que são atividades importantes para que as empresas obtenham informações sobre demandas e necessidades dos clientes e consigam, ao mesmo tempo, monitorar concorrentes e as novidades tecnológicas.
Segundo Silva, a gestão de portfólio, é portanto, uma competência crítica para o bom desempenho do processo de desenvolvimento de produtos e consequentemente para a viabilização da estratégia de negócios da empresa e sua sustentação e crescimento no mercado, especialmente em setores intensivos em tecnologias e muito competitivos. "Quando se trata da criação de um produto completamente novo e inexistente anteriormente, com suas inerentes inúmeras incertezas e apostas, os métodos convencionais de gestão de portfólio normalmente não conseguem prever o riscos da inovação. Nesses casos, a intuição e mecanismos informais têm seu espaço, mas podem ser ajudadas pelos meios formais também, mesmo que não tenham dados para serem precisos. Já para as inovações incrementais de produtos, de continuidade e pequenas melhorias, que são os tipos de inovação normalmente encontradas em grande parte das empresas brasileiras que atuam no mercado nacional, é recomendável e adquire mais peso a aplicação dos métodos formais, explica o professor.
O resultado desse levantamento também foi divulgado pela Fapesp. Futuramente, os pesquisadores pretendem ampliar os setores empresariais estudados e investigar outros fatores relacionados ao tema. Para saber mais sobre portfólio de produtos e assuntos afins, o livro "Inovação e Desenvolvimento de Produtos: Práticas de Gestão e Casos Brasileiros", escrito por Sérgio da Silva e Daniel Jugend e publicado pela editora LTC, que explica o assunto de maneira didática e acessível, está disponível na Internet. A obra investiga o desafio da gestão de empresas, apresentando estratégias e práticas que favoreçam as atividades de inovação e de desenvolvimento de novos produtos. O livro também atende demandas de aprendizagem do ambiente acadêmico de cursos de graduação e pós-graduação e também dos gestores interessados em compreender e melhor aplicar e integrar práticas de inovação.
Entre 2012 e 2013, Sérgio Luis da Silva, docente do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFSCar, e Daniel Jugend, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Unesp, em Bauru, consultaram 71 empresas dos setores eletrônico, óptico e de informática. Os resultados mostram que em 50% das indústrias a decisão sobre o portfólio de produtos cabe à intuição da alta administração; 15,5% é o percentual das empresas que levam em conta aspectos financeiros, assim como as que consideram a necessidade dos clientes.
Segundo o levantamento, apenas 7% das empresas pesquisadas utilizam mapa de produtos, que é o planejamento de aspectos como quais projetos desenvolver, suas características gerais e período de tempo para o desenvolvimento; 2,8% utilizam modelos de pontuação, que permitem que o conjunto de projetos em análise seja pontuado a partir de critérios previamente definidos e relevantes; e 1,4% utilizam de checklists, uma lista que guia a equipe para determinar se há mérito e valor no projeto em avaliação.
O levantamento foi feito por meio de questionário estruturado com alternativas de múltiplas escolhas. Os pesquisadores relatam que havia uma carência de mapeamentos a respeito da indústria brasileira, e que a presente pesquisa realizada no âmbito do projeto Gestão de portfólio de produtos em empresas de base tecnológica de médio e grande porte no Estado de São Paulo: survey e estudos de caso, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), buscou reduzir essa lacuna.
O professor Sérgio da Silva afirma que não é positivo o alto índice de empresas que focam somente em aspectos de intuição para a tomada de decisão em portfólio de desenvolvimento de produtos. Como o mercado nacional é cada vez mais competitivo, o que exigirá das empresas que aqui atuam mais capacidade de inovação e, portanto, competência e acertos na gestão de portfólio, recomenda-se como regra geral que essas empresas diversifiquem mais o emprego dos métodos de gestão do portfólio, em especial os formais já devidamente consolidados tanto pela literatura como pelo emprego nas empresas internacionais de referência, explica o docente.
A gestão de portfólio é uma etapa de decisão que normalmente ocorre antes do desenvolvimento propriamente dito do produto, implicando em escolhas quanto ao que será desenvolvido, que tecnologias serão integradas ao produto, quais serviços serão substituídos, dentre outros. Existem à disposição das empresas diversos métodos de gestão que contribuem para melhorar a tomada de decisão sobre o portfólio de produtos. Os mais comuns são os métodos financeiros. Igualmente relevantes são as ferramentas de marketing, sobretudo a pesquisa de mercado, que são atividades importantes para que as empresas obtenham informações sobre demandas e necessidades dos clientes e consigam, ao mesmo tempo, monitorar concorrentes e as novidades tecnológicas.
Segundo Silva, a gestão de portfólio, é portanto, uma competência crítica para o bom desempenho do processo de desenvolvimento de produtos e consequentemente para a viabilização da estratégia de negócios da empresa e sua sustentação e crescimento no mercado, especialmente em setores intensivos em tecnologias e muito competitivos. "Quando se trata da criação de um produto completamente novo e inexistente anteriormente, com suas inerentes inúmeras incertezas e apostas, os métodos convencionais de gestão de portfólio normalmente não conseguem prever o riscos da inovação. Nesses casos, a intuição e mecanismos informais têm seu espaço, mas podem ser ajudadas pelos meios formais também, mesmo que não tenham dados para serem precisos. Já para as inovações incrementais de produtos, de continuidade e pequenas melhorias, que são os tipos de inovação normalmente encontradas em grande parte das empresas brasileiras que atuam no mercado nacional, é recomendável e adquire mais peso a aplicação dos métodos formais, explica o professor.
O resultado desse levantamento também foi divulgado pela Fapesp. Futuramente, os pesquisadores pretendem ampliar os setores empresariais estudados e investigar outros fatores relacionados ao tema. Para saber mais sobre portfólio de produtos e assuntos afins, o livro "Inovação e Desenvolvimento de Produtos: Práticas de Gestão e Casos Brasileiros", escrito por Sérgio da Silva e Daniel Jugend e publicado pela editora LTC, que explica o assunto de maneira didática e acessível, está disponível na Internet. A obra investiga o desafio da gestão de empresas, apresentando estratégias e práticas que favoreçam as atividades de inovação e de desenvolvimento de novos produtos. O livro também atende demandas de aprendizagem do ambiente acadêmico de cursos de graduação e pós-graduação e também dos gestores interessados em compreender e melhor aplicar e integrar práticas de inovação.
29/07/2014
13:15:00
19/09/2014
20:00:00
Eduardo Sotto Mayor
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