UFSCar realiza evento integrado em comemoração ao Mês da Consciência Negra entre os dias 6 e 8 de novembro
Sorocaba
Objetivo é debater, dentre outros assuntos, o currículo escolar como promovedor da diversidade e respeito entre etnias, cores e raças
O Núcleo de Educação, Tecnologia e Cultura (ETC) do Campus Sorocaba da UFSCar sedia, nos dias 6 e 7 de novembro, as atividades do "II Encontro Mês da Consciência Negra" e do "I Seminário de educação para as relações étnico-raciais e formação de profissionais da Educação". No dia 8, desta vez no edifício ATLab do Campus Sorocaba, serão realizadas oficinas pedagógicas sobre a "História e Cultura Afro na Educação Básica", com início às 9 horas. O evento integrado tem o objetivo de contribuir para a reflexão sobre o racismo na sociedade brasileira e também para comemorar a luta dos negros por igualdade e uma vida digna.
Segundo a docente Rosana Batista Monteiro, do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE) e coordenadora da atividade, é preciso que professores e profissionais da educação estabeleçam, já a partir da escola, relações raciais positivas e valorização da história e cultura afro-brasileira e africana. "Conhecer a nossa história é imprescindível, saber que a nossa participação na história do Brasil não se restringe ao período do escravismo é importante para que se reconheça, por exemplo, que nós, negros, sabemos fazer mais do que cultivar a terra. A história que ainda é ensinada hoje na escola, embora mudanças venham ocorrendo, mostra o negro como aquele que serve apenas para o trabalho braçal", avalia.
A docente considera que foram alcançados avanços significativos na questão, seja por meio da luta de movimentos sociais contra a discriminação e violência, seja pela implementação de políticas públicas de inclusão do negro na sociedade, mas destaca, por outro lado, que ainda há um longo caminho a ser percorrido. "As últimas duas décadas foram de importantes conquistas para o movimento negro e trouxeram melhorias na qualidade de vida de muitos negros e negras. No entanto, nós ainda estamos longe de podermos considerar que a situação é boa. Na educação, na saúde, na segurança pública, no emprego, todos os dados ainda mostram diferenças significativas para brancos e negros", adverte Rosana. Ela complementa afirmando que o que temos ainda é um modelo racista e excludente, que determina o que cada um deve ser e reproduz desigualdades, vetando a "meninos e meninas, negros e não negros, crescerem sonhando com a possibilidade de ser o que desejarem ser", finaliza.
O Dia da Consciência Negra é lembrado em 20 de novembro no Brasil, mesma data em que Zumbi dos Palmares foi assassinado enquanto lutava pela liberdade do povo negro, em 1695. O evento na UFSCar é promovido por integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Territórios Negros e Saúde (ETNS); pelo Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE), Centro de Ciências Humanas e Biológicas (CCHB) e Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd) do Campus Sorocaba da UFSCar; pelo Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE) e pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CMPDCN).
Inscrições e programação - Os interessados em participar das atividades do Encontro do Seminário devem preencher formulário de inscrição. A abertura no Núcleo ETC começa às 19 horas, com a conferência O ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana: perspectivas de educação intercultural, ministrada pelo professor Luiz Fernandes de Oliveira, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). No dia 7, a partir das 17 horas, Tani Müler, docente na Universidade Federal Fluminense (UFF), trata da "Educação com relações étnicas raciais", e às 19 horas o professor e historiador Carlos Cavalheiro profere a palestra "O tambu repicou, o bumbo retumbou e o samba virou pernada".
No dia 8, no edifício ATLab do Campus Sorocaba, serão realizadas oficinas pedagógicas sobre a "História e Cultura Afro na Educação Básica", com início às 9 horas. Para participar das atividades, que têm vagas limitadas, é preciso preencher formulário de inscrição próprio. As oficinas tratam de temas como "O que os Religiosos de Matriz Africana de Sorocaba e Região pensam sobre saúde e educação?"; "Currículo escolar e educação para relações étnico-raciais: uma reflexão prática"; "Propostas Pedagógicas para a Educação Infantil"; "Olhar africano: aspectos da África ao sul do Saara na vida de africanos residentes em São Paulo"; "Do oral ao escrito: explorando a literatura africana em sala de aula"; "Introdução ao Ensino da História da África pré-colonial (séculos XVI a XIX)"; e "A literatura para crianças e jovens e as relações étnico-raciais." A programação completa conta também com atividades culturais, como uma batalha musical de rimas e a apresentação do grupo de dança afro Abayomi'n. Mais informações podem ser conferidas no blog e na página do evento no Facebook.
Exposição fotográfica - Também em comemoração ao mês do Dia da Consciência Negra, o Núcleo ETC recebe, até o dia 24 de novembro, a exposição fotográfica "Rostos Sorocabanos". A mostra é promovida pela Prefeitura do município por meio de sua Coordenadoria da Igualdade Social, pertencente à Secretaria de Desenvolvimento Social, em parceria com o CMPDCN. Os 15 retratos em exposição no Núcleo ilustram expectativas e reflexões sobre a busca de uma beleza brasileira miscigenada. Entre as pessoas retratadas estão representantes da escolas de samba "Estrela da Vila" e "Furiosa Real" e crianças e adultos negros, em sua maioria mulheres. A exposição "Rostos Sorocabanos" pode ser conferida gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. O Núcleo ETC da UFSCar fica na rua Maria Cinto de Biaggi, 130, bairro Santa Rosália, em Sorocaba, ao lado do hipermercado Extra.
Segundo a docente Rosana Batista Monteiro, do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE) e coordenadora da atividade, é preciso que professores e profissionais da educação estabeleçam, já a partir da escola, relações raciais positivas e valorização da história e cultura afro-brasileira e africana. "Conhecer a nossa história é imprescindível, saber que a nossa participação na história do Brasil não se restringe ao período do escravismo é importante para que se reconheça, por exemplo, que nós, negros, sabemos fazer mais do que cultivar a terra. A história que ainda é ensinada hoje na escola, embora mudanças venham ocorrendo, mostra o negro como aquele que serve apenas para o trabalho braçal", avalia.
A docente considera que foram alcançados avanços significativos na questão, seja por meio da luta de movimentos sociais contra a discriminação e violência, seja pela implementação de políticas públicas de inclusão do negro na sociedade, mas destaca, por outro lado, que ainda há um longo caminho a ser percorrido. "As últimas duas décadas foram de importantes conquistas para o movimento negro e trouxeram melhorias na qualidade de vida de muitos negros e negras. No entanto, nós ainda estamos longe de podermos considerar que a situação é boa. Na educação, na saúde, na segurança pública, no emprego, todos os dados ainda mostram diferenças significativas para brancos e negros", adverte Rosana. Ela complementa afirmando que o que temos ainda é um modelo racista e excludente, que determina o que cada um deve ser e reproduz desigualdades, vetando a "meninos e meninas, negros e não negros, crescerem sonhando com a possibilidade de ser o que desejarem ser", finaliza.
O Dia da Consciência Negra é lembrado em 20 de novembro no Brasil, mesma data em que Zumbi dos Palmares foi assassinado enquanto lutava pela liberdade do povo negro, em 1695. O evento na UFSCar é promovido por integrantes do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Territórios Negros e Saúde (ETNS); pelo Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE), Centro de Ciências Humanas e Biológicas (CCHB) e Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd) do Campus Sorocaba da UFSCar; pelo Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores (LIFE) e pelo Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CMPDCN).
No dia 8, no edifício ATLab do Campus Sorocaba, serão realizadas oficinas pedagógicas sobre a "História e Cultura Afro na Educação Básica", com início às 9 horas. Para participar das atividades, que têm vagas limitadas, é preciso preencher formulário de inscrição próprio. As oficinas tratam de temas como "O que os Religiosos de Matriz Africana de Sorocaba e Região pensam sobre saúde e educação?"; "Currículo escolar e educação para relações étnico-raciais: uma reflexão prática"; "Propostas Pedagógicas para a Educação Infantil"; "Olhar africano: aspectos da África ao sul do Saara na vida de africanos residentes em São Paulo"; "Do oral ao escrito: explorando a literatura africana em sala de aula"; "Introdução ao Ensino da História da África pré-colonial (séculos XVI a XIX)"; e "A literatura para crianças e jovens e as relações étnico-raciais." A programação completa conta também com atividades culturais, como uma batalha musical de rimas e a apresentação do grupo de dança afro Abayomi'n. Mais informações podem ser conferidas no blog e na página do evento no Facebook.
30/10/2014
13:00:00
06/11/2014
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Lucas Montenegro
Não
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