Pesquisa da UFSCar sobre ecotoxicologia em abelhas será apresentada em simpósio na Argentina
Sorocaba, São Carlos
Uma pesquisa realizada no Laboratório de Biologia Estrutural e Funcional do Campus Sorocaba da UFSCar pelos professores Fábio Camargo Abdalla e Elaine Cristina Mathias da Silva-Zacarin, ambos do Departamento de Biologia, será tema de simpósio no Congresso latino-americano da Society of Environmental Toxicology and Chemistry (SETAC), que acontece entre 7 e 10 de setembro em Buenos Aires, na Argentina. Com o título de "Estudo do impacto de xenobióticos em órgãos de abelhas nativas, eussociais e solitárias", a pesquisa lança um novo olhar sobre os métodos de avaliar a toxidade de agroquímicos, metais-traço e fármacos nas abelhas.
"As abelhas estão sofrendo um grande declínio de suas populações e isso representa um enorme perigo para a produção agrícola e para manutenção de nossas florestas, pois muitas espécies de plantas dependem da polinização feita por esses insetos", alerta o professor Fábio Abdalla, acrescentando que a diminuição ou extinção das espécies poderá causar sérios problemas ambientais e sociais, como a escassez de muitos alimentos.
O desaparecimento gradativo das abelhas da espécie Apis mellifera recebeu até uma nomenclatura própria: ficou conhecido como Desordem do Colapso da Colônia. "É um fenômeno cujas causas variam muito e, inexoravelmente, o que leva a essa desordem são vários fatores interligados, como a degradação de biomas, a exposição das abelhas aos agroquímicos, o aquecimento global, os toxicantes contidos nos rios e lagos... Uma coisa leva à outra", explica o pesquisador da UFSCar.
Até então, os estudos realizados para diagnosticar se um agroquímico ou mesmo um patógeno (fungos e vírus) eram letais ou não às abelhas eram conduzidos no campo ou em laboratório, sob condições controladas, e se verificava a taxa de sobrevivência, a taxa de mortalidade e alterações comportamentais das abelhas. A partir da década de 90, porém, começaram estudos para checar alterações em órgãos internos de abelhas.
Nesse contexto e com o objetivo de estudar o "coração" das abelhas (vaso dorsal), os pesquisadores da UFSCar acharam na região miogênica (contrátil) desse "coração" uma associação de tecidos e células. Esse conjunto chamado de Sistema ou Barreira Hepatonefrocítico - funciona como um filtro para o sangue das abelhas, pois funciona de forma análoga aos rins e fígado humanos. De acordo com a pesquisa, esse sistema pode "mascarar" os reais efeitos dos toxicantes nas abelhas, pois consegue combatê-los até uma determinada concentração e tempo de exposição.
"O Sistema todo, não as células isoladas, mostrou-se um biomarcador morfológico efetivo para analisar o impacto do estresse ambiental sobre as abelhas. Com ele podemos predizer com bastante exatidão quais outros órgãos podem ser afetados pelo agente toxicante, estudando quais os tipos de células estão sendo mais danificadas, já que elas possuem várias funções além de desintoxicação e filtração", afirma Abdalla.
A novidade do trabalho descrito pelos pesquisadores da UFSCar pode constituir um ponto de checagem confiável dos efeitos toxicológicos nos insetos. Futuramente, esse sistema também permitirá levantar hipóteses sobre a metabolização dos xenobióticos [substâncias químicas que estão presentes em pesticidas, inseticidas, defensivos agrícolas] nas abelhas. Já sabemos, por exemplo, que os agroquímicos são quebrados em moléculas menores, como acontece no fígado humano. Em certos casos, essas moléculas, chamadas de segundos metabólitos, são muito mais potentes e prejudiciais ao organismo das abelhas que a molécula original", conclui Fábio Abdalla.
A pesquisa tem a colaboração de quatro mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Monitoramento Ambiental do Campus Sorocaba da UFSCar.
"As abelhas estão sofrendo um grande declínio de suas populações e isso representa um enorme perigo para a produção agrícola e para manutenção de nossas florestas, pois muitas espécies de plantas dependem da polinização feita por esses insetos", alerta o professor Fábio Abdalla, acrescentando que a diminuição ou extinção das espécies poderá causar sérios problemas ambientais e sociais, como a escassez de muitos alimentos.
O desaparecimento gradativo das abelhas da espécie Apis mellifera recebeu até uma nomenclatura própria: ficou conhecido como Desordem do Colapso da Colônia. "É um fenômeno cujas causas variam muito e, inexoravelmente, o que leva a essa desordem são vários fatores interligados, como a degradação de biomas, a exposição das abelhas aos agroquímicos, o aquecimento global, os toxicantes contidos nos rios e lagos... Uma coisa leva à outra", explica o pesquisador da UFSCar.
Até então, os estudos realizados para diagnosticar se um agroquímico ou mesmo um patógeno (fungos e vírus) eram letais ou não às abelhas eram conduzidos no campo ou em laboratório, sob condições controladas, e se verificava a taxa de sobrevivência, a taxa de mortalidade e alterações comportamentais das abelhas. A partir da década de 90, porém, começaram estudos para checar alterações em órgãos internos de abelhas.
Nesse contexto e com o objetivo de estudar o "coração" das abelhas (vaso dorsal), os pesquisadores da UFSCar acharam na região miogênica (contrátil) desse "coração" uma associação de tecidos e células. Esse conjunto chamado de Sistema ou Barreira Hepatonefrocítico - funciona como um filtro para o sangue das abelhas, pois funciona de forma análoga aos rins e fígado humanos. De acordo com a pesquisa, esse sistema pode "mascarar" os reais efeitos dos toxicantes nas abelhas, pois consegue combatê-los até uma determinada concentração e tempo de exposição.
"O Sistema todo, não as células isoladas, mostrou-se um biomarcador morfológico efetivo para analisar o impacto do estresse ambiental sobre as abelhas. Com ele podemos predizer com bastante exatidão quais outros órgãos podem ser afetados pelo agente toxicante, estudando quais os tipos de células estão sendo mais danificadas, já que elas possuem várias funções além de desintoxicação e filtração", afirma Abdalla.
A novidade do trabalho descrito pelos pesquisadores da UFSCar pode constituir um ponto de checagem confiável dos efeitos toxicológicos nos insetos. Futuramente, esse sistema também permitirá levantar hipóteses sobre a metabolização dos xenobióticos [substâncias químicas que estão presentes em pesticidas, inseticidas, defensivos agrícolas] nas abelhas. Já sabemos, por exemplo, que os agroquímicos são quebrados em moléculas menores, como acontece no fígado humano. Em certos casos, essas moléculas, chamadas de segundos metabólitos, são muito mais potentes e prejudiciais ao organismo das abelhas que a molécula original", conclui Fábio Abdalla.
A pesquisa tem a colaboração de quatro mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Monitoramento Ambiental do Campus Sorocaba da UFSCar.
14/08/2015
11:27:00
21/08/2015
23:59:00
João Eduardo Justi
Não
Não
7660