Agência de Inovação da UFSCar licencia produto cerâmico desenvolvido na universidade
São Carlos
A UFSCar, por intermédio da sua Agência de Inovação, firmou recentemente mais um contrato de licenciamento visando disponibilizar uma tecnologia desenvolvida dentro da Universidade para a sociedade. Desta vez o licenciamento está acontecendo com a empresa Innovare Inteligência em Cerâmica, de São Carlos, que atua no desenvolvimento de materiais e soluções por meio de P,D&I, visando a geração de valores para o setor cerâmico. A empresa está no mercado desde 2011.
A tecnologia da UFSCar se refere a um fundente descolorante de massas cerâmicas vermelhas, criado pelo professor Márcio Morelli e pela ex-aluna de doutorado Geocris Rodrigues, ambos do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar, e se refere a um processo que incorpora o vidro soda-cal, utilizado na fabricação de janelas e garrafas, como fundente em massas cerâmicas de cor de queima avermelhada. Por meio do contato com uma das inventoras e antiga sócia, a empresa deu início ao trabalho de aprimoramento e testes industriais.
Os produtos cerâmicos com baixa absorção de água, como os porcelanatos, são muito utilizados na construção civil devido à sua alta durabilidade, mas a coloração avermelhada, decorrente do uso de matérias primas com alto teor de ferro, os transforma em um produto menos nobre. No caso dos fundentes, que são substâncias que agem aumentando a fusibilidade de corpos cerâmicos, acabam diminuindo a porosidade do produto e, dessa forma, elevando sua densidade e resistência. Já no fundente descolorante, a fusibilidade é maior quando comparada aos fundentes naturais e, consequentemente, a eliminação da porosidade se torna mais acelerada e em menor tempo e temperatura de queima.
O uso do fundente como clareador resultou de pesquisas anteriores do professor Márcio Morelli, que utilizava o produto como sinterizador para melhorar as características de uma cerâmica com propriedades técnicas inferiores. Observando que, ao retirar a peça do forno, as reações a tornavam clara, Morelli propôs a realização de uma pesquisa de doutorado à Geocris para tentar compreender de que forma o ferro se encontrava dentro do material permitindo que sua cor se alterasse.
O fundente utilizado encontra-se em uma fase vítrea pré-sinterizada, composto por elevados teores de óxidos de silício, cálcio e sódio, que são os responsáveis por promover as reações de sinterização, formando uma nova fase cristalina. De acordo com a Geocris Rodrigues, ao formar esse novo composto, o ferro da fase anterior é absorvido, inibindo a sua cor avermelhada. O elemento continua lá, mas em outro tipo de estrutura, que modifica completamente a sua cor. Além disso, o produto também pode ser utilizado como substituto parcial do feldspato em massas cerâmicas com baixos valores de absorção de água, já que sua fase pré-sinterizada proporciona baixa temperatura de queima, resultando em sinterização mais efetiva.
Segundo o diretor executivo da empresa licenciante Innovare, Marcelo Dezena Cabrelon, a empresa, que não possui nenhum produto similar, busca, com o licenciamento desta invenção, entrar definitivamente no mercado, apresentando um produto de inovação radical com grande gama de aplicações, características constantes da Innovare. Além disso, este produto é a base para desenvolvimentos futuros que possibilitarão sua consolidação econômica, já possuindo segmentos interessados e diretamente ligados ao setor da construção civil. Por se tratar de um produto novo, a pesquisadora Geocris Rodrigues explica que não existe atualmente nenhum produto no mercado com características de porcelanato e que apresente a mesma resistência mecânica, porosidade baixíssima e clareamento completo, com a cor bem próxima de um porcelanato, aumentando seu valor agregado.
O diretor acredita que a comercialização vai trazer benefícios além da esfera econômica, que é sempre um dos alvos da competitividade empresarial. Ela será a porta de entrada da empresa no setor cerâmico, bem como o estreitamento entre a academia e a indústria. Assim, poderemos convalidar o modelo de negócio proposto pela Innovare, que baseia-se na inovação aberta, finaliza.
Foto: Patente foi desenvolvida no Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar. (Crédito: Paula Penedo)
A tecnologia da UFSCar se refere a um fundente descolorante de massas cerâmicas vermelhas, criado pelo professor Márcio Morelli e pela ex-aluna de doutorado Geocris Rodrigues, ambos do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar, e se refere a um processo que incorpora o vidro soda-cal, utilizado na fabricação de janelas e garrafas, como fundente em massas cerâmicas de cor de queima avermelhada. Por meio do contato com uma das inventoras e antiga sócia, a empresa deu início ao trabalho de aprimoramento e testes industriais.
Os produtos cerâmicos com baixa absorção de água, como os porcelanatos, são muito utilizados na construção civil devido à sua alta durabilidade, mas a coloração avermelhada, decorrente do uso de matérias primas com alto teor de ferro, os transforma em um produto menos nobre. No caso dos fundentes, que são substâncias que agem aumentando a fusibilidade de corpos cerâmicos, acabam diminuindo a porosidade do produto e, dessa forma, elevando sua densidade e resistência. Já no fundente descolorante, a fusibilidade é maior quando comparada aos fundentes naturais e, consequentemente, a eliminação da porosidade se torna mais acelerada e em menor tempo e temperatura de queima.
O uso do fundente como clareador resultou de pesquisas anteriores do professor Márcio Morelli, que utilizava o produto como sinterizador para melhorar as características de uma cerâmica com propriedades técnicas inferiores. Observando que, ao retirar a peça do forno, as reações a tornavam clara, Morelli propôs a realização de uma pesquisa de doutorado à Geocris para tentar compreender de que forma o ferro se encontrava dentro do material permitindo que sua cor se alterasse.
O fundente utilizado encontra-se em uma fase vítrea pré-sinterizada, composto por elevados teores de óxidos de silício, cálcio e sódio, que são os responsáveis por promover as reações de sinterização, formando uma nova fase cristalina. De acordo com a Geocris Rodrigues, ao formar esse novo composto, o ferro da fase anterior é absorvido, inibindo a sua cor avermelhada. O elemento continua lá, mas em outro tipo de estrutura, que modifica completamente a sua cor. Além disso, o produto também pode ser utilizado como substituto parcial do feldspato em massas cerâmicas com baixos valores de absorção de água, já que sua fase pré-sinterizada proporciona baixa temperatura de queima, resultando em sinterização mais efetiva.
Segundo o diretor executivo da empresa licenciante Innovare, Marcelo Dezena Cabrelon, a empresa, que não possui nenhum produto similar, busca, com o licenciamento desta invenção, entrar definitivamente no mercado, apresentando um produto de inovação radical com grande gama de aplicações, características constantes da Innovare. Além disso, este produto é a base para desenvolvimentos futuros que possibilitarão sua consolidação econômica, já possuindo segmentos interessados e diretamente ligados ao setor da construção civil. Por se tratar de um produto novo, a pesquisadora Geocris Rodrigues explica que não existe atualmente nenhum produto no mercado com características de porcelanato e que apresente a mesma resistência mecânica, porosidade baixíssima e clareamento completo, com a cor bem próxima de um porcelanato, aumentando seu valor agregado.
O diretor acredita que a comercialização vai trazer benefícios além da esfera econômica, que é sempre um dos alvos da competitividade empresarial. Ela será a porta de entrada da empresa no setor cerâmico, bem como o estreitamento entre a academia e a indústria. Assim, poderemos convalidar o modelo de negócio proposto pela Innovare, que baseia-se na inovação aberta, finaliza.
Foto: Patente foi desenvolvida no Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar. (Crédito: Paula Penedo)
01/09/2015
13:00:00
30/09/2015
23:59:00
Tatiane Liberato
Sim
Não
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