Pesquisa realizada na UFSCar que aborda a dor femoropatelar foi uma das vencedoras do Prêmio Capes de Tese 2015
São Carlos
A dor femoropatelar é uma das lesões mais comuns do membro inferior vista nas clínicas de medicina esportiva. Ela é mais comum em atletas, mas também presente em pessoas sedentárias. É uma condição física, caracterizada por dor na região anterior do joelho que é exacerbada em diversas situações, como subir ou descer escadas, correr e agachar. Alguns pesquisadores acreditam que ela pode progredir para a osteoartrite femoropatelar. A causa da dor é considerada multifatorial e pode estar relacionada à fraqueza do músculo quadríceps (músculo localizado na região anterior da coxa), dos músculos do quadril e alterações no alinhamento do pé. O tratamento convencional é o fortalecimento do músculo quadríceps. Porém, uma pesquisa desenvolvida na UFSCar indicou que o fortalecimento de outros músculos, além do quadríceps, obtém melhores resultados.
De acordo com o orientador da pesquisa, Fábio Viadanna Serrão, do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade, o objetivo do estudo foi avaliar "o efeito, em curto e longo prazos, de um programa de fortalecimento dos músculos do quadril e tronco na intensidade de dor, no nível de limitação funcional, na força dos músculos do quadril e joelho, na resistência dos músculos do tronco e no padrão de movimento (cinemática) do tronco e membro inferior em mulheres com dor femoropatelar".
A avaliação foi feita com 31 mulheres que possuíam dor femoropatelar, com idade entre 18 e 30 anos e que praticavam atividade física três vezes por semana. Elas foram divididas em dois grupos: um deles realizou o fortalecimento somente do músculo quadríceps e o outro o fortalecimento do músculo quadríceps e dos músculos do quadril e do tronco. O programa de fortalecimento foi realizado três vezes por semana, durante oito semanas.
Em relação à avaliação da intensidade da dor, as medidas foram feitas utilizando uma escala de 0 a 10 (0 significando ausência de dor e 10 a maior dor possível), respondidas pelas participantes em três momentos: antes do início do tratamento, no final e três meses após o término do tratamento. No grupo que fortaleceu somente o músculo quadríceps, a média da dor foi de 6,1 antes do tratamento e 2,5 no final do tratamento. Já para o grupo que fortaleceu os músculos quadríceps, do quadril e do tronco, a intensidade da dor diminuiu de 6,6 para 0,9. Esse mesmo grupo também apresentou resultados melhores comparados ao outro na avaliação do padrão de movimento (cinemática), em que foram calculados os ângulos das articulações do membro inferior durante uma atividade de agachamento.
A função física foi avaliada por meio de questionário e de uma atividade de salto. Os dois grupos tiveram melhoras significativas na função física, porém o grupo que fortaleceu os músculos quadríceps, do quadril e do tronco atingiu melhores resultados. Já em relação à força muscular, esse mesmo grupo apresentou maior aumento de força nos músculos do quadril e do tronco após o tratamento, mas não houve diferença entre os grupos na força dos músculos dos joelhos.
"Verificamos que, além de promover resultados clínicos superiores ao tratamento convencional, o treinamento de estabilização funcional (que incluiu o fortalecimento dos músculos do quadril e do tronco) foi capaz de modificar o padrão de movimento do membro inferior que tem sido associado ao desenvolvimento da dor femoropatelar. De fato, verificamos que todas as mulheres que realizaram esse programa de reabilitação tiveram melhoras clinicamente relevantes. Assim, acredito que essa tese possa interferir diretamente com a prática clínica dos fisioterapeutas que trabalham com pacientes com essa disfunção", afirmou Rodrigo de Marche Baldon, autor da pesquisa.
A pesquisa foi defendida na tese "Efeitos do treinamento de estabilização funcional em mulheres saudáveis e com dor femoropatelar", no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da UFSCar e foi a vencedora do Prêmio Capes de Tese 2015, na área de Educação Física. A cerimônia de entrega aos vencedores ocorreu no dia 10 de dezembro, em Brasília.
De acordo com o orientador da pesquisa, Fábio Viadanna Serrão, do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade, o objetivo do estudo foi avaliar "o efeito, em curto e longo prazos, de um programa de fortalecimento dos músculos do quadril e tronco na intensidade de dor, no nível de limitação funcional, na força dos músculos do quadril e joelho, na resistência dos músculos do tronco e no padrão de movimento (cinemática) do tronco e membro inferior em mulheres com dor femoropatelar".
A avaliação foi feita com 31 mulheres que possuíam dor femoropatelar, com idade entre 18 e 30 anos e que praticavam atividade física três vezes por semana. Elas foram divididas em dois grupos: um deles realizou o fortalecimento somente do músculo quadríceps e o outro o fortalecimento do músculo quadríceps e dos músculos do quadril e do tronco. O programa de fortalecimento foi realizado três vezes por semana, durante oito semanas.
Em relação à avaliação da intensidade da dor, as medidas foram feitas utilizando uma escala de 0 a 10 (0 significando ausência de dor e 10 a maior dor possível), respondidas pelas participantes em três momentos: antes do início do tratamento, no final e três meses após o término do tratamento. No grupo que fortaleceu somente o músculo quadríceps, a média da dor foi de 6,1 antes do tratamento e 2,5 no final do tratamento. Já para o grupo que fortaleceu os músculos quadríceps, do quadril e do tronco, a intensidade da dor diminuiu de 6,6 para 0,9. Esse mesmo grupo também apresentou resultados melhores comparados ao outro na avaliação do padrão de movimento (cinemática), em que foram calculados os ângulos das articulações do membro inferior durante uma atividade de agachamento.
A função física foi avaliada por meio de questionário e de uma atividade de salto. Os dois grupos tiveram melhoras significativas na função física, porém o grupo que fortaleceu os músculos quadríceps, do quadril e do tronco atingiu melhores resultados. Já em relação à força muscular, esse mesmo grupo apresentou maior aumento de força nos músculos do quadril e do tronco após o tratamento, mas não houve diferença entre os grupos na força dos músculos dos joelhos.
"Verificamos que, além de promover resultados clínicos superiores ao tratamento convencional, o treinamento de estabilização funcional (que incluiu o fortalecimento dos músculos do quadril e do tronco) foi capaz de modificar o padrão de movimento do membro inferior que tem sido associado ao desenvolvimento da dor femoropatelar. De fato, verificamos que todas as mulheres que realizaram esse programa de reabilitação tiveram melhoras clinicamente relevantes. Assim, acredito que essa tese possa interferir diretamente com a prática clínica dos fisioterapeutas que trabalham com pacientes com essa disfunção", afirmou Rodrigo de Marche Baldon, autor da pesquisa.
A pesquisa foi defendida na tese "Efeitos do treinamento de estabilização funcional em mulheres saudáveis e com dor femoropatelar", no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da UFSCar e foi a vencedora do Prêmio Capes de Tese 2015, na área de Educação Física. A cerimônia de entrega aos vencedores ocorreu no dia 10 de dezembro, em Brasília.
15/09/2015
13:00:00
26/09/2015
0:01:00
Fabricio Mazocco
Não
Não
Estudante, Foreign Visitor, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Dor femoropatelar, objeto de estudo, é comum em atletas.
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