Estudantes da UFSCar desenvolvem veículo off road
Araras, Sorocaba, São Carlos
O desenvolvimento de carros é uma das atividades realizadas por alunos do cursos de graduação da UFSCar. Mesmo no recesso escolar, graduandos em Engenharia da Universidade trabalham na construção e melhoria de um baja, um veículo monoposto de estrutura tubular, construído para atravessar diversos tipos de terrenos irregulares, como superfícies com lama e pedras, por exemplo. Atualmente, a Equipe Genau Baja UFSCar é formada por 23 alunos dos cursos de Engenharia Mecânica, Elétrica e Produção.
Como explica o capitão da equipe e estudante do curso de Engenharia Mecânica Igor Médici, a construção de um veículo off road possibilita a integração e aplicação coordenada de diversos conceitos apresentados em sala de aula. Além disso, as atividades também ampliam a autonomia dos estudantes que, diante dos processos de construção dos carros, têm de buscar soluções de diversas naturezas, busca por recursos financeiros e o desenvolvimento de materiais para o carro, por exemplo. Igor explica que a equipe é dividida em diretorias que tratam de assuntos administrativos, relacionados ao projeto e à construção do veículo. "Temos de ter uma visão geral do projeto e saber como tudo se relaciona. Para desenvolver um carro bom, competitivo e interessante, tanto em performance quanto na parte estética, temos que trabalhar em conjunto", afirma o estudante.
Promovida pela Society of Automotive Engineers (SAE), o programa Baja SAE BRASIL é a principal competição de construção de veículos off road e conta com a participação de estudantes de Engenharia de todo o País. Os participantes desenvolvem o baja desde a concepção e projeto até os processos de construção e testes em pista. Igor explica que a competição também aprimora as capacidades administrativas e mercadológicas dos estudantes. "Desenvolvemos um projeto de um carro competitivo, mas também temos que pensar a sua produção em larga escala, saber quais as máquinas, o número de funcionários e de turnos e os investimentos necessários, por exemplo. É um trabalho conjunto entre as diretorias de administração, projeto e manufatura", aponta o estudante.
Para a competição, a construção do veículo deve seguir parâmetros estabelecidos pelos organizadores. Todos os carros utilizam um motor tipo Briggs & Stratton de quatro tempos, monocilíndrico, com potência de 10 horsepower. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e chassi são desenvolvidos pelas equipes. Igor explica que todas as partes do carro devem estar coordenadas e corretamente dimensionadas para otimizar o desempenho do veículo. "O carro é uma máquina complexa, não basta desenvolver o conjunto de freios, transmissão e suspensão isoladamente e juntar que isso não vai resultar em um carro bom", destaca. O veículo deve ser capaz de operar seguramente sobre terrenos acidentados com pedras, areia, troncos de árvore, lama, grandes inclinações e lâminas de água, em qualquer condição climática. O regulamento estipula ainda que o veículo deve ser atrativo para o mercado consumidor pelo seu visual, desempenho, confiabilidade, segurança e facilidade de operação e manutenção.
Em 2015, os estudantes da UFSCar apresentaram evolução em comparação aos anos anteriores. Em provas práticas de desempenho e resistência, segurança e projeto, a equipe da UFSCar registou na etapa regional sudeste a pontuação de 521 pontos, em uma escala que varia de zero a mil e encerrou a competição na 11ª colocação geral em evento que contou com a participação de 30 equipes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo e Distrito Federal. "Planejamos estar entre os 10 melhores e chegamos muito perto disso. Progredimos muito e terminamos a competição junto com as melhores equipes do País, algumas com 20 anos de história em participações no Programa", destaca Igor. Nas avaliações parciais, a equipe da UFSCar ficou na segunda colocação na apresentação do projeto de vendas e marketing, quarta colocação na avaliação de validação estrutural e sétimo lugar na apresentação do projeto. O resultado é o melhor registrado pela equipe que passou por uma reestruturação em 2009. "A evolução é gigantesca, mas é mais associada nos aspectos organizacionais e na estrutura da equipe. Em 2009, o grupo tinha oito membros, sem divisão funcional. O projeto não era muito bom, juntava-se as peças e o carro andava. Hoje, temos 23 membros, com divisão funcional muito boa. É nítido ver qualidade dos projetos e a evolução nos resultados das competições", analisa Igor.
Até o final de 2015, a equipe foi orientada pelo professor Jorge Bidinotto, ex-docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEMec) da UFSCar e atualmente lotado no Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. Para o professor, os resultados positivos são reflexo da organização e comprometimento dos alunos da UFSCar. "Muitas coisas eles aprendem na sala de aula e já aplicam na oficina. Mas em muitas situações eles têm de correr atrás das soluções e nesse processo eles têm colhido bons frutos. É um processo gradual e esperamos resultados melhores em 2016", adianta Bidinotto.
A próxima competição da equipe ocorre entre os dias 31 de março a 3 de abril, na cidade de São José dos Campos (SP). A etapa nacional conta com a participação de 74 equipes, formadas por universitários de todo o Brasil. Igor explica que, diante da evolução nas competições, das melhorias nos projetos e da maior integração da equipe, as expectativas são positivas. Para o segundo semestre de 2016, a equipe planeja colocar nas pistas um novo carro, que está atualmente em fase de desenvolvimento. "Além do desempenho, também priorizamos a ergonomia e conforto do piloto, com nova definição da localização dos pedais. Vamos usar tubos com aço de liga de cromo-molibdênio, que é mais leve, e o sistema de suspensão também está mais leve e robusto. Estamos trabalhando na caixa de redução e temos tudo para melhorar muito. Para ter uma ideia, o carro antigo chegava a uma velocidade de 32km/h e, nos testes preliminares com o novo sistema de transmissão, chegamos a uma velocidade final de 55 km/h", conta Igor.
Na opinião do professor Bidinotto, a participação em projetos de extensão, como a construção de um baja, é um grande diferencial na formação dos estudantes, pois permite o desenvolvimento de habilidades técnicas e interpessoais. "O aluno sai da universidade com uma grande capacidade de comunicação e trabalho em equipe. É uma maturidade que os estudantes adquirem antes de se inserirem no mercado de trabalho. A participação na equipe de baja também chama atenção dos empregadores e, mesmo durante a execução do projeto, os estudantes se relacionam com empresas que podem no futuro contratá-los", afirma o professor Bidinotto que, durante sua graduação, também participou da equipe de baja. Bidinotto salienta que projetos de extensão incentivam os estudantes a continuar no curso, pesquisar e conversar com professores e alunos para troca de experiências. "A evasão de alunos que participam de projetos de extensão é muito menor porque eles ficam motivados a estudar e aplicar o que aprendem no curso", afirma.
Mais informações sobre a equipe podem ser conferidas na página da Equipe Genau Baja UFSCar no Facebook.
Como explica o capitão da equipe e estudante do curso de Engenharia Mecânica Igor Médici, a construção de um veículo off road possibilita a integração e aplicação coordenada de diversos conceitos apresentados em sala de aula. Além disso, as atividades também ampliam a autonomia dos estudantes que, diante dos processos de construção dos carros, têm de buscar soluções de diversas naturezas, busca por recursos financeiros e o desenvolvimento de materiais para o carro, por exemplo. Igor explica que a equipe é dividida em diretorias que tratam de assuntos administrativos, relacionados ao projeto e à construção do veículo. "Temos de ter uma visão geral do projeto e saber como tudo se relaciona. Para desenvolver um carro bom, competitivo e interessante, tanto em performance quanto na parte estética, temos que trabalhar em conjunto", afirma o estudante.
Promovida pela Society of Automotive Engineers (SAE), o programa Baja SAE BRASIL é a principal competição de construção de veículos off road e conta com a participação de estudantes de Engenharia de todo o País. Os participantes desenvolvem o baja desde a concepção e projeto até os processos de construção e testes em pista. Igor explica que a competição também aprimora as capacidades administrativas e mercadológicas dos estudantes. "Desenvolvemos um projeto de um carro competitivo, mas também temos que pensar a sua produção em larga escala, saber quais as máquinas, o número de funcionários e de turnos e os investimentos necessários, por exemplo. É um trabalho conjunto entre as diretorias de administração, projeto e manufatura", aponta o estudante.
Para a competição, a construção do veículo deve seguir parâmetros estabelecidos pelos organizadores. Todos os carros utilizam um motor tipo Briggs & Stratton de quatro tempos, monocilíndrico, com potência de 10 horsepower. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e chassi são desenvolvidos pelas equipes. Igor explica que todas as partes do carro devem estar coordenadas e corretamente dimensionadas para otimizar o desempenho do veículo. "O carro é uma máquina complexa, não basta desenvolver o conjunto de freios, transmissão e suspensão isoladamente e juntar que isso não vai resultar em um carro bom", destaca. O veículo deve ser capaz de operar seguramente sobre terrenos acidentados com pedras, areia, troncos de árvore, lama, grandes inclinações e lâminas de água, em qualquer condição climática. O regulamento estipula ainda que o veículo deve ser atrativo para o mercado consumidor pelo seu visual, desempenho, confiabilidade, segurança e facilidade de operação e manutenção.
Em 2015, os estudantes da UFSCar apresentaram evolução em comparação aos anos anteriores. Em provas práticas de desempenho e resistência, segurança e projeto, a equipe da UFSCar registou na etapa regional sudeste a pontuação de 521 pontos, em uma escala que varia de zero a mil e encerrou a competição na 11ª colocação geral em evento que contou com a participação de 30 equipes dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo e Distrito Federal. "Planejamos estar entre os 10 melhores e chegamos muito perto disso. Progredimos muito e terminamos a competição junto com as melhores equipes do País, algumas com 20 anos de história em participações no Programa", destaca Igor. Nas avaliações parciais, a equipe da UFSCar ficou na segunda colocação na apresentação do projeto de vendas e marketing, quarta colocação na avaliação de validação estrutural e sétimo lugar na apresentação do projeto. O resultado é o melhor registrado pela equipe que passou por uma reestruturação em 2009. "A evolução é gigantesca, mas é mais associada nos aspectos organizacionais e na estrutura da equipe. Em 2009, o grupo tinha oito membros, sem divisão funcional. O projeto não era muito bom, juntava-se as peças e o carro andava. Hoje, temos 23 membros, com divisão funcional muito boa. É nítido ver qualidade dos projetos e a evolução nos resultados das competições", analisa Igor.
Até o final de 2015, a equipe foi orientada pelo professor Jorge Bidinotto, ex-docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEMec) da UFSCar e atualmente lotado no Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. Para o professor, os resultados positivos são reflexo da organização e comprometimento dos alunos da UFSCar. "Muitas coisas eles aprendem na sala de aula e já aplicam na oficina. Mas em muitas situações eles têm de correr atrás das soluções e nesse processo eles têm colhido bons frutos. É um processo gradual e esperamos resultados melhores em 2016", adianta Bidinotto.
A próxima competição da equipe ocorre entre os dias 31 de março a 3 de abril, na cidade de São José dos Campos (SP). A etapa nacional conta com a participação de 74 equipes, formadas por universitários de todo o Brasil. Igor explica que, diante da evolução nas competições, das melhorias nos projetos e da maior integração da equipe, as expectativas são positivas. Para o segundo semestre de 2016, a equipe planeja colocar nas pistas um novo carro, que está atualmente em fase de desenvolvimento. "Além do desempenho, também priorizamos a ergonomia e conforto do piloto, com nova definição da localização dos pedais. Vamos usar tubos com aço de liga de cromo-molibdênio, que é mais leve, e o sistema de suspensão também está mais leve e robusto. Estamos trabalhando na caixa de redução e temos tudo para melhorar muito. Para ter uma ideia, o carro antigo chegava a uma velocidade de 32km/h e, nos testes preliminares com o novo sistema de transmissão, chegamos a uma velocidade final de 55 km/h", conta Igor.
Na opinião do professor Bidinotto, a participação em projetos de extensão, como a construção de um baja, é um grande diferencial na formação dos estudantes, pois permite o desenvolvimento de habilidades técnicas e interpessoais. "O aluno sai da universidade com uma grande capacidade de comunicação e trabalho em equipe. É uma maturidade que os estudantes adquirem antes de se inserirem no mercado de trabalho. A participação na equipe de baja também chama atenção dos empregadores e, mesmo durante a execução do projeto, os estudantes se relacionam com empresas que podem no futuro contratá-los", afirma o professor Bidinotto que, durante sua graduação, também participou da equipe de baja. Bidinotto salienta que projetos de extensão incentivam os estudantes a continuar no curso, pesquisar e conversar com professores e alunos para troca de experiências. "A evasão de alunos que participam de projetos de extensão é muito menor porque eles ficam motivados a estudar e aplicar o que aprendem no curso", afirma.
Mais informações sobre a equipe podem ser conferidas na página da Equipe Genau Baja UFSCar no Facebook.
14/03/2016
10:46:00
21/03/2016
0:01:00
Enzo Kuratomi
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Equipe de baja conta com a participação de graduandos da UFSCar. Crédito: Enzo Kuratomi
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