Alunos ingressantes do Campus Lagoa do Sino são foco de projeto de extensão

Lagoa do Sino
O primeiro ano na universidade é um período de mudanças e adaptação para os estudantes recém-chegados e, nesse processo, a Universidade desempenha um papel importante de apoio ao aluno. Pensando nisso, a equipe do Campus Lagoa do Sino da UFSCar observou que uma das necessidades era um trabalho direcionado aos calouros que possibilitasse uma maior integração com a vida acadêmica.

Assim, em 2016, a UFSCar desenvolveu o projeto de extensão "Construindo Conhecimentos no Território Lagoa do Sino", que procurou favorecer a adaptação às novas situações do cotidiano e também o desenvolvimento das experiências acadêmicas. Nos encontros, realizados no período de 7 de abril a 20 de maio, foram abordadas temáticas como orientação de estudos e do processo de aprendizagem, integração, comunicação, trabalho em equipe, técnicas de estudos em exatas, leitura, interpretação, produção de textos e apresentações.

A equipe utilizou várias fontes para identificar as necessidades dos alunos ingressantes. “Por exemplo, a partir de outubro do ano passado, quando ingressei na UFSCar, fiz um levantamento das demandas institucionais e as necessidades dos ingressantes em relação ao processo de adaptação ao novo cotidiano se mostrou importante para a permanência dos estudantes”, conta a psicóloga do Campus Lagoa do Sino da UFSCar, Simone Conejo, que coordenou o projeto junto à então pedagoga do Campus, Carolina Carvalho.

“Nossa região tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito baixo e isso, muitas vezes, acaba refletindo nas possibilidades de ensino-aprendizagem e nas necessidades de ações para facilitar a permanência dos alunos da região. Mas isso compõe um desafio que várias universidades vivenciam atualmente, que é lidar com problemas na base de formação e realizar o desenvolvimento de atividades fundamentais para a formação de bons profissionais. Em geral, quando os alunos chegam aqui, eles têm uma fase de adaptação muito grande”, salienta Simone. “Uma parte dessa dificuldade é comum a vários alunos que ingressam em qualquer universidade, mas há as especificidades da região que influenciam. A cidade é pequena e, para alguns aspectos, até mesmo a região conta com uma estrutura precária. Alguns alunos vivenciam um ‘choque’ tanto na parte acadêmica quanto na vida cotidiana. Por exemplo, grande parte deles lidam com o primeiro grande afastamento da família”, conta Simone.

Ao todo, o projeto reuniu 38 alunos dos cinco cursos de graduação do Campus Lagoa do Sino, principalmente dos cursos mais novos (Administração e Biologia). Os encontros foram coordenados por Simone e Carolina, com a participação da professora do Centro de Ciências da Natureza (CCN) do Campus, Ilka de Oliveira Mota, que deu suporte a algumas temáticas. Durante os encontros, foram utilizadas metodologias ativas de construção conjunta de conhecimento, com momentos expositivos, vídeos e dinâmicas.

“O que conseguimos perceber é que foi uma experiência muito enriquecedora. Os alunos ficaram mais íntimos do universo acadêmico. Tivemos relatos de que 'houve contribuição para a organização do tempo', em 'como estudar para aprender realmente' e de 'muitas coisas são trabalhosas, mas nada é impossível e muito dependerá de nós mesmos para mudar o cenário de nossas vidas'. De modo geral, os alunos apontaram que foi construtivo para as experiências que passaram a ter, entre elas, apresentação de seminários e constituição de grupos de trabalho, além do modo de pensar nas expectativas de futuro e de lidar com as angústias, que fazem parte desse momento”.

Ações permanentes
Além desse projeto de extensão, há ações permanentes no Campus Lagoa do Sino para apoio do aluno ingressante. Atualmente, o Campus conta com trabalhos de tutoria, monitoria, atividades preparatórias e atividades de extensão tanto para discentes do Campus quanto para a comunidade externa. Há também atendimento psicossocial. “Procuramos trabalhar de forma muito colaborativa com todas as atividades”, salienta Simone.

“Focamos em ações preventivas. Este curso é um exemplo. Tanto o pessoal da área pedagógica como da área de enfermagem e do serviço social procura fazer algo no sentido de facilitar a permanência do estudante”, afirma Simone, referindo-se ao trabalho da Seção de Assuntos Comunitários e Estudantis (SeACE) do Campus Lagoa do Sino. Ela ainda destaca que a UFSCar implantou recentemente a Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Saade), que tem um papel muito importante nessa perspectiva.
02/05/2016
13:00:00
06/05/2016
0:01:00
Denise Britto
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador
Alunos ingressantes participam de ação de integração em projeto do Campus Lagoa do Sino.
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