Estudantes do Campus Lagoa do Sino ampliam conhecimento com visitas externas

Lagoa do Sino
O conhecimento disseminado em salas de aulas ou em laboratórios de universidades é essencial para a formação do novo profissional. Porém, quando esse conhecimento é aliado às práticas do mercado, o estudante amplia seu repertório e passa a ter uma visão do que acontece no dia a dia de uma empresa. Foi com esse propósito que alunos da UFSCar saíram do Campus Lagoa do Sino para conhecer ações que exemplificam os conceitos adquiridos na universidade.

No dia 16 de maio, os estudantes do segundo ano do curso de Engenharia de Alimentos realizaram visita técnica a uma granja que é integrada verticalmente a um complexo sistema agroindustrial que tem crescimento na região do Campus. "Além da perspectiva das cadeias produtivas, abordadas nas aulas do eixo DGA (Desenvolvimento e Gestão Agroindustrial), os estudantes puderam compreender as diferenças entre fluxos de matérias-primas e de informações em uma cadeia produtiva. Enquanto o fluxo de matérias-primas segue o sentido da produção ao consumo final, o fluxo de informações segue o sentido inverso", explicou Gustavo Fonseca de Almeida, docente do Centro de Ciências da Natureza (CCN). Com o caso, foi possível estimular os futuros profissionais na compreensão sobre a importância e sobre o papel dos consumidores na orientação das políticas e estratégias de empresas alimentícias.

No dia 24 de maio, estudantes do segundo ano do curso de Engenharia Agronômica realizaram uma atividade de campo com agricultores associados a Cooperagro, de Taquarivaí (SP). A cooperativa, fundada por agricultores familiares em 2006 para poder atender ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tem se consolidado na obtenção de infraestrutura como barracões e caminhões para responder as necessidades logísticas de abastecimento de seus mais de 40 produtos na categoria de hortifrutigranjeiros. "Com um alto crescimento no número de cooperados, atualmente mais de 300, os representantes da cooperativa procuraram a Universidade para um apoio na consolidação da cooperativa, tanto na compreensão das demandas por parte dos agricultores, quanto pela implantação de uma planta de pré-processamento de alimentos visando agregar valor aos seus produtos", explicou Almeida. Dessa forma, dois grupos de professores passaram a apoiar a cooperativa, sendo que um ficou responsável pelo apoio na concepção e planejamento de uma unidade de processamento de alimentos, e o outro grupo se responsabilizou por organizar uma atividade de campo para a aplicação de um diagnóstico rural participativo junto aos agricultores familiares de Taquarivaí.

No segundo ano do curso, os estudantes devem compreender propostas de pesquisa qualitativa com a agricultura familiar. Dentro deste contexto, os estudantes foram estimulados ao aprendizado de metodologias de pesquisa qualitativa, como também dos conceitos de pesquisa-ação. "Conhecer de perto a realidade certamente auxilia na compreensão dos conteúdos educacionais, assim como no despertar da responsabilidade social e ambiental dos futuros engenheiros agrônomos da UFSCar", salientou o docente.

Por fim, no dia 25 de maio, os alunos do terceiro ano do curso de Engenharia Agronômica realizaram duas visitas técnicas na região. A programação, dividida em duas partes, teve como objetivo apresentar a eles duas linhas de desenvolvimento rural em que a agricultura familiar pode prosperar com ênfase na produção pecuária no Território Lagoa do Sino.

A primeira visita foi a uma granja de frangos integrada à empresa JBS. Neste modelo, o agricultor necessita negociar, o que inclui a compra e venda, produtos e insumos com valores cotados no mercado global. Também, os agricultores devem estabelecer contratos de produção, prezar pela uniformidade dos produtos e escala de produção que exigem nova estratégia de gestão dos processos.

No segundo sistema, os alunos visitaram uma pequena unidade de produção de suínos da agricultura familiar que atende um mercado regional e específico, e seu funcionamento é proporcionado basicamente por recursos locais. Aqui, o produto é comercializado de forma direta ao seu consumidor final, e o valor do produto é negociado de forma diferente do modelo global. "Ocorre diversificação em termos de produtos e qualidade, ambiental neste caso. Sinergismos são explorados no sistema que também precisou reorganizar sua gestão", afirmou Almeida.

Para Ana Carolina Rorato, que está cursando o segundo ano de Engenharia de Alimentos, a visita contribuiu para uma melhor compreensão da crise dos frangos e de como funciona a cadeia de produção dessas aves. "Vejo a visita técnica como uma ótima forma didática, que ajudou nos trabalhos realizados no mesoconteúdo DGA". O aluno André de Camargo Macedo, do terceiro ano de Engenharia Agronômica, ressaltou que a visita mostrou algo distinto do que é visto em sala de aula. "Deu pra se ter uma ideia das dificuldades encontradas pelos produtores e ver diferentes escalas de produção relacionadas com o mercado a ser vendido", afirmou o aluno. "Compreender a teoria acaba ficando mais fácil a partir do conhecimento de um exemplo na vida real", finaliza o docente.
20/06/2016
13:00:00
27/06/2016
0:01:00
Fabricio Mazocco
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Alunos do curso de Engenharia Agronômica em visita técnica. Foto: Divulgação
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