Pesquisa da UFSCar mostra que mortalidade infantil aumenta em São Carlos por causas relacionadas aos cuidados de pré-natal, parto e pós-parto
São Carlos
No dia 30 de setembro, o Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar sediou uma reunião ampliada que apresentou os dados epidemiológicos de mortalidade materna, mortalidade infantil e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) dos últimos 11 anos em São Carlos (SP). Esses dados foram trabalhados ao longo do curso de extensão universitária Atualização em assistência pré-natal para médicos e enfermeiros da atenção básica de saúde do SUS de São Carlos, SP, que foi ministrado pelos professores Bernardino Souto e Carla Polido, do DMed, entre os meses de abril e julho de 2016, em parceria entre a Universidade e a Prefeitura Municipal de São Carlos com apoio do próprio DMed e do Departamento de Enfermagem (DEnf).
Ao longo dos meses, a pesquisa elaborou um conjunto específico de indicadores de mortalidade materna, de mortalidade infantil e de tipos de partos entre residentes em São Carlos entre os períodos de 2004 a 2015. Com esses indicadores, o estudo constatou que, entre 2010 e 2015, houve um crescimento de 14,15% na taxa de mortalidade infantil em São Carlos. Esse aumento se deu majoritariamente à custa do aumento da mortalidade neonatal, o que sugere que a causa possa estar relacionada aos cuidados de pré-natal, parto e pós-parto. Nesse sentido, é no âmbito da assistência ambulatorial e hospitalar à saúde materno-infantil e sobre a qualidade dos cuidados pós-parto que nós precisamos investir. O objetivo agora deve ser investigar o campo onde se dá essa assistência em busca da identificação de situações ou práticas que demandam melhoria, sensibilizar as pessoas para criar ações para ver se, daqui a alguns anos, os indicadores de mortalidade infantil melhorem, explica Bernardino.
Segundo o docente, São Carlos tem um bom nível de desenvolvimento socioeconômico e ambiental, favorável a baixas taxas de mortalidade infantil, mas problemas relacionados aos cuidados nas três etapas pré-natal, parto e pós-parto se opõem a esse desenvolvimento no que diz respeito à saúde materno-infantil. De modo geral, esse aumento provavelmente foi devido a problemas relacionados à assistência prestada às gestantes e seus recém-nascidos, ressalta.
Já os indicadores relacionados aos anos de 2010, 2014 e 2015 mostram que o coeficiente de mortalidade materna em São Carlos chegou a ser 66,41% mais alto que a média encontrada entre cidades da região, como Araraquara e Rio Claro, em anos próximos. Outro dado constatado pela pesquisa diz respeito ao tipo de parto realizado nos últimos anos. Ao levantar o perfil geral das gestantes que tiveram filhos vivos em São Carlos em 2015, a grande maioria tinha um perfil geral saudável e acesso quantitativamente adequado à assistência pré-natal. No entanto, apenas 27,64% delas tiveram parto normal, o que mostra que 72,36% foi submetida à cesária. Esse dado supõe a existência de importante proporção de cesarianas realizadas sem indicação fundamentada nas melhores evidências científicas.
Com base nos dados expostos, o evento problematizou informações coletadas com gestores da sociedade local em busca de providências para melhorar a saúde materno-infantil na cidade. Por fim, o grupo definiu que, como ação imediata, encaminhará um documento para o órgão gestor da cidade para reivindicar a potencialização de comitês já existentes de mortalidade, Rede Cegonha e Comitê de Primeiríssima Infância , com a proposta de realização de um diagnóstico do campo, onde acontece a assistência ao pré-natal, ao parto e ao pós-parto em São Carlos, e de melhorias para, posteriormente, tomar ações mais efetivas para diminuir essas taxas de mortalidade na cidade de São Carlos.
Estiveram presentes na reunião ampliada cerca de 30 instituições relacionadas à saúde como o próprio DMed, além do Hospital Universitário, doulas de São Carlos, Diretoria de Enfermagem da Maternidade da Unimed, Departamento de Enfermagem (DEnf) da UFSCar, Secretaria Municipal da Saúde, Câmara Municipal de São Carlos, Conselho Municipal da Saúde, Comissão de Saúde da OAB e Serviços de Enfermagem da Maternidade da Santa Casa, dentre outros.
Ao longo dos meses, a pesquisa elaborou um conjunto específico de indicadores de mortalidade materna, de mortalidade infantil e de tipos de partos entre residentes em São Carlos entre os períodos de 2004 a 2015. Com esses indicadores, o estudo constatou que, entre 2010 e 2015, houve um crescimento de 14,15% na taxa de mortalidade infantil em São Carlos. Esse aumento se deu majoritariamente à custa do aumento da mortalidade neonatal, o que sugere que a causa possa estar relacionada aos cuidados de pré-natal, parto e pós-parto. Nesse sentido, é no âmbito da assistência ambulatorial e hospitalar à saúde materno-infantil e sobre a qualidade dos cuidados pós-parto que nós precisamos investir. O objetivo agora deve ser investigar o campo onde se dá essa assistência em busca da identificação de situações ou práticas que demandam melhoria, sensibilizar as pessoas para criar ações para ver se, daqui a alguns anos, os indicadores de mortalidade infantil melhorem, explica Bernardino.
Segundo o docente, São Carlos tem um bom nível de desenvolvimento socioeconômico e ambiental, favorável a baixas taxas de mortalidade infantil, mas problemas relacionados aos cuidados nas três etapas pré-natal, parto e pós-parto se opõem a esse desenvolvimento no que diz respeito à saúde materno-infantil. De modo geral, esse aumento provavelmente foi devido a problemas relacionados à assistência prestada às gestantes e seus recém-nascidos, ressalta.
Já os indicadores relacionados aos anos de 2010, 2014 e 2015 mostram que o coeficiente de mortalidade materna em São Carlos chegou a ser 66,41% mais alto que a média encontrada entre cidades da região, como Araraquara e Rio Claro, em anos próximos. Outro dado constatado pela pesquisa diz respeito ao tipo de parto realizado nos últimos anos. Ao levantar o perfil geral das gestantes que tiveram filhos vivos em São Carlos em 2015, a grande maioria tinha um perfil geral saudável e acesso quantitativamente adequado à assistência pré-natal. No entanto, apenas 27,64% delas tiveram parto normal, o que mostra que 72,36% foi submetida à cesária. Esse dado supõe a existência de importante proporção de cesarianas realizadas sem indicação fundamentada nas melhores evidências científicas.
Com base nos dados expostos, o evento problematizou informações coletadas com gestores da sociedade local em busca de providências para melhorar a saúde materno-infantil na cidade. Por fim, o grupo definiu que, como ação imediata, encaminhará um documento para o órgão gestor da cidade para reivindicar a potencialização de comitês já existentes de mortalidade, Rede Cegonha e Comitê de Primeiríssima Infância , com a proposta de realização de um diagnóstico do campo, onde acontece a assistência ao pré-natal, ao parto e ao pós-parto em São Carlos, e de melhorias para, posteriormente, tomar ações mais efetivas para diminuir essas taxas de mortalidade na cidade de São Carlos.
Estiveram presentes na reunião ampliada cerca de 30 instituições relacionadas à saúde como o próprio DMed, além do Hospital Universitário, doulas de São Carlos, Diretoria de Enfermagem da Maternidade da Unimed, Departamento de Enfermagem (DEnf) da UFSCar, Secretaria Municipal da Saúde, Câmara Municipal de São Carlos, Conselho Municipal da Saúde, Comissão de Saúde da OAB e Serviços de Enfermagem da Maternidade da Santa Casa, dentre outros.
04/10/2016
13:00:00
13/10/2016
0:01:00
Adriana Arruda
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Evento na UFSCar apresenta dados sobre saúde infantil em São Carlos. Foto: Leticia Longo
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