Pesquisadores da UFSCar desenvolvem proteína alimentícia com bagaço da cana-de-açúcar
Araras, Sorocaba, São Carlos
O professor Octavio Antonio Valsechi, do Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural (DTAiSeR), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSCar, e a aluna do segundo ano do curso de Biotecnologia, Júlia Gandolphi, desenvolveram inovadoras cápsulas de proteína extraídas da cana-de-açúcar. O produto é feito a partir do bagaço da cana, de onde são introduzidos microrganismos que aumentam o seu teor proteico, fazendo com que possa ser utilizado como suplemento alimentar. Inoculamos um fungo no bagaço que, por ser um microrganismo que consome produtos lignocelulósicos, os transforma e os armazena na forma de proteína, explica o docente. Valsechi conta que o diferencial da tecnologia é que as cápsulas podem ser consumidas por pessoas com intolerância à lactose justamente devido ao fato de derivar de microrganismos cultivados em bagaço de cana.
Os pesquisadores lembram que a ideia inicial do estudo foi de sua colega de pesquisa, a professora Dejanira de Franceschi de Angelis, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), que inicialmente visava utilizar o bagaço da cana como suplemento proteico na ração animal, já que, quando esse bagaço é tratado com os microrganismos, a lignina e a celulose são degradadas ao mesmo tempo, tendo o teor de proteína elevado. Avançamos nessa ideia e criamos cápsulas que podem ser consumidas por humanos. Com isso, conseguimos transformar o bagaço em um produto com muito valor agregado, tendo em vista que a proteína tem diversas funções benéficas para o organismo, já que faz parte da constituição, intelecto, saúde, dentre outros. Além de ser um produto com alto teor proteico, o produto contém ainda uma série de aminoácidos e betaglucana, que é um anticancerígeno natural, afirma o docente. Esse produto final, portanto, é proteico, nutritivo, isento de lactose e que pode ser consumido in natura, já que é um fungo, ou desidratado, moído e encapsulado.
Agora, os pesquisadores estão testando os produtos para acelerar a produção das cápsulas. Segundo a aluna Júlia, os próximos passos com a pesquisa envolvem a viabilização para a comercialização do produto. A ideia é conseguir um investimento para poder colocá-lo no mercado. Como o projeto foi apresentado na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (FENASUCRO) deste ano, que aconteceu em Sertãozinho, já percebemos, em contato com o público, que há um grande interesse no produto. A ideia, portanto, é continuar com os estudos no escopo do projeto, visando melhorias e, ainda, descobrir mais benefícios nessas cápsulas e poder comercializá-las e torná-las disponíveis à sociedade, ressalta.
Capacitação em benefício da sociedade
Segundo Valsechi, o Campus Araras da UFSCar encampou o berço do Proálcool e é referência mundial no setor sucroenergético. Isso ocorre devido ao seu pioneirismo na área, especialmente com a criação de cursos, capacitação de alunos e com o estabelecimento de netwoking entre os participantes. O próprio projeto que transforma o bagaço da cana em proteína alimentícia é fruto das aulas de nosso Master of Technology Administration (MTA), primeiro programa de pós-graduação lato sensu brasileiro e único no mundo em Gestão Industrial Sucroenergética. Percebemos que ideias práticas e benéficas à sociedade como esta surgem de muito estudo e contato entre pesquisadores e profissionais da área, ressalta o docente.
A aluna Júlia, que cursa Biotecnologia, acredita que seu envolvimento com pesquisa aplicada que se transformou em um projeto de iniciação científica está sendo muito benéfico. Ter a experiência de utilizar os conhecimentos que adquiri em sala de aula para trabalhar com algo que gosto, um projeto inovador e de uso prático, além de aprender muito, é gratificante. O trabalho com esse projeto me mostrou com o que eu realmente quero trabalhar e que rumo dentro da minha profissão eu quero seguir.
Valsechi ressalta ainda que muitos produtos estão por vir, como é o exemplo de ômega 3 a partir da vinhaça e também ácido cítrico a partir de bagaço da cana-de-açúcar, entre outros. "A cadeia sucroenergética não é somente açúcar, bioetanol e bioeletricidade. É muito mais que isto, e nós abordamos estas várias utilidades", finaliza.
Os pesquisadores lembram que a ideia inicial do estudo foi de sua colega de pesquisa, a professora Dejanira de Franceschi de Angelis, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), que inicialmente visava utilizar o bagaço da cana como suplemento proteico na ração animal, já que, quando esse bagaço é tratado com os microrganismos, a lignina e a celulose são degradadas ao mesmo tempo, tendo o teor de proteína elevado. Avançamos nessa ideia e criamos cápsulas que podem ser consumidas por humanos. Com isso, conseguimos transformar o bagaço em um produto com muito valor agregado, tendo em vista que a proteína tem diversas funções benéficas para o organismo, já que faz parte da constituição, intelecto, saúde, dentre outros. Além de ser um produto com alto teor proteico, o produto contém ainda uma série de aminoácidos e betaglucana, que é um anticancerígeno natural, afirma o docente. Esse produto final, portanto, é proteico, nutritivo, isento de lactose e que pode ser consumido in natura, já que é um fungo, ou desidratado, moído e encapsulado.
Agora, os pesquisadores estão testando os produtos para acelerar a produção das cápsulas. Segundo a aluna Júlia, os próximos passos com a pesquisa envolvem a viabilização para a comercialização do produto. A ideia é conseguir um investimento para poder colocá-lo no mercado. Como o projeto foi apresentado na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (FENASUCRO) deste ano, que aconteceu em Sertãozinho, já percebemos, em contato com o público, que há um grande interesse no produto. A ideia, portanto, é continuar com os estudos no escopo do projeto, visando melhorias e, ainda, descobrir mais benefícios nessas cápsulas e poder comercializá-las e torná-las disponíveis à sociedade, ressalta.
Capacitação em benefício da sociedade
Segundo Valsechi, o Campus Araras da UFSCar encampou o berço do Proálcool e é referência mundial no setor sucroenergético. Isso ocorre devido ao seu pioneirismo na área, especialmente com a criação de cursos, capacitação de alunos e com o estabelecimento de netwoking entre os participantes. O próprio projeto que transforma o bagaço da cana em proteína alimentícia é fruto das aulas de nosso Master of Technology Administration (MTA), primeiro programa de pós-graduação lato sensu brasileiro e único no mundo em Gestão Industrial Sucroenergética. Percebemos que ideias práticas e benéficas à sociedade como esta surgem de muito estudo e contato entre pesquisadores e profissionais da área, ressalta o docente.
A aluna Júlia, que cursa Biotecnologia, acredita que seu envolvimento com pesquisa aplicada que se transformou em um projeto de iniciação científica está sendo muito benéfico. Ter a experiência de utilizar os conhecimentos que adquiri em sala de aula para trabalhar com algo que gosto, um projeto inovador e de uso prático, além de aprender muito, é gratificante. O trabalho com esse projeto me mostrou com o que eu realmente quero trabalhar e que rumo dentro da minha profissão eu quero seguir.
Valsechi ressalta ainda que muitos produtos estão por vir, como é o exemplo de ômega 3 a partir da vinhaça e também ácido cítrico a partir de bagaço da cana-de-açúcar, entre outros. "A cadeia sucroenergética não é somente açúcar, bioetanol e bioeletricidade. É muito mais que isto, e nós abordamos estas várias utilidades", finaliza.
10/10/2016
13:00:00
17/10/2016
0:01:00
Adriana Arruda
Sim
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Pesquisadores da UFSCar desenvolvem cápsulas alimentícias com bagaço da cana. Foto: Divulgação
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