Projeto prioriza gestão ambiental em Unidades de Conservação paulista
São Carlos
A Lei 9.985 define uma Unidade de Conservação (UC) como um espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Elas são criadas para proteger ou restaurar ecossistemas ou recursos naturais considerados relevantes.
A partir da experiência e conhecimento acumulados nas atividades de montanhismo, turismo e gestão ambiental, a UFSCar está desenvolvendo um projeto de extensão que tem como principal objetivo gerar subsídios e ações de capacitação e treinamento envolvendo demandas de Unidades de Conservação fundamentalmente relacionadas ao uso público.
O projeto Capacitação e Treinamento para Gestão de Unidades de Conservação (UCs), principalmente voltado para as comunidades de entorno de áreas naturais protegidas, prevê a capacitação de monitores ambientais e condutores, formatação de novos roteiros e atrativos ecoturísticos e instrumentalização técnica para a melhor gestão ambiental destas áreas.
"As UCs podem ser enquadradas em várias categorias, dentre as quais aquelas de proteção integral, em particular os Parques Nacionais e Estaduais, que são os espaços de impacto do nosso projeto", explica Victor Lopez-Richard, docente do Departamento de Física (DF) da UFSCar e coordenador do projeto. "Muitas UCs têm indiscutível potencial de atração de visitação, seja pela beleza cênica, pela observação da biodiversidade, singularidades culturais ou espeleológicas, potencial para atividades de aventura, contato com ambientes pouco modificados pelo homem, dentre outros", afirma o coordenador. Porém, nem todas permitem a visitação pública. Estações Ecológicas e Reservas Biológicas permitem somente atividades científicas ou educacionais exclusivamente. Já os parques nacionais ou estaduais são criados com a vocação para a visitação.
As atividades do projeto são voltadas para comunidades no entorno ou inseridas em UCs de proteção integral, onde se admite apenas o uso indireto dos recursos naturais. "Esta limitação impõe a necessidade de adaptação destas comunidades a novos modos de vida para a sua própria sustentação, o que gera tanto conflitos como oportunidades". Para o coordenador, as oportunidades consistem na inclusão de comunidades locais em arranjos produtivos da cadeia do ecoturismo, o que exige, dentre outras ações, o treinamento e a qualificação de seus indivíduos, bem como o atendimento às regulamentações e normas existentes.
Monitores ambientais
Uma das ações do projeto é a capacitação de monitores ambientais e condutores. Eles constituem o elo entre o ambiente e o visitante, onde este ambiente engloba tanto os elementos do ecossistema como também antropológicos, históricos e culturais da região. Além de guiar o caminho, o condutor é corresponsável pela interpretação do ambiente, as instruções necessárias, a segurança, o socorro e o mínimo impacto das atividades.
No Estado de São Paulo, a capacitação dos monitores em suas UCs se orienta pela Resolução 32, de 1998, da Secretaria do Meio Ambiente, que indica como o processo de credenciamento de monitores deve acontecer. Usando esta resolução e elementos normativos mais atualizados são formatados os cinco módulos obrigatórios que abrangem os seguintes temas: ambiente natural e a ocupação humana na região; introdução ao Turismo; o trabalho do monitor ambiental e técnicas de condução de grupos; primeiros socorros; e especialização para trabalho de monitoria micro-regional. Também, de acordo com as demandas e especificidades locais podem ser oferecidos módulos opcionais de técnicas verticais, resgate em ambiente de canionismo, espeleologia, entre outros. Vários destes módulos são ministrados ou co-ministrados por professores ou monitores da UFSCar. Um artigo sobre essa temática foi publicado na revista Estudios y Perspectivas en Turismo.
Atualmente o projeto está oferecendo, no Parque Estadual Serra do Mar, no Estado de São Paulo, a segunda edição dos módulos de capacitação no Núcleo Picinguaba em conjunto com a Ilha Anchieta. Os módulos de Técnicas Verticais e Resgate em Ambiente de Canionismo serão executados até dezembro de 2016. As próximas comunidades a serem atendidas são as limítrofes aos Parques Estaduais da Serra do Mar, Ilha Anchieta e do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira.
Resultados
Sobre os resultados obtidos, Lopez-Richard destaca que além da capacitação e o subsequente credenciamento de monitores, foram estruturados Grupos de Trabalho para auxílio à gestão, tais como o Grupo de Trabalho do Pico do Corcovado em Ubatuba, o Grupo de Trabalho para a Formatação do Sistema de Gestão de Segurança do PESM, assim como a estruturação de roteiros turísticos, tais como a Cachoeira da Escada, Trilha do Corisco, dentre outros. O projeto se propõe, também, servir de fórum para a construção e viabilização de ações conjuntas entre UCs e comunidades e abrir espaço para o desenvolvimento de atividades acadêmicas, tanto de alunos como de professores da UFSCar.
"Os resultados deste projeto reforçam a importância da constituição de fóruns de integração e coparticipação entre gestores e funcionários de UCs, comunidades locais, instituições acadêmicas e outras instituições não-governamentais na busca pela identificação de desafios e da subsequente canalização de ações e alternativas para sua resolução", analisa o coordenador.
Além de Lopez-Richard, integram o projeto os professores Vandoir Bourscheidt e Andreia Cassiano, do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm), do Campus São Carlos da UFSCar; e Heros Lobo, do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH) do campus de Sorocaba. Também integram a equipe os alunos Bruno Alberto Severian e Helvio Antonio de Souza Jr, do Curso de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar, que atuam como monitores. O projeto ainda conta com a parceria do Centro Universitário de Montanhismo e Excursionismo (CUME).
A partir da experiência e conhecimento acumulados nas atividades de montanhismo, turismo e gestão ambiental, a UFSCar está desenvolvendo um projeto de extensão que tem como principal objetivo gerar subsídios e ações de capacitação e treinamento envolvendo demandas de Unidades de Conservação fundamentalmente relacionadas ao uso público.
O projeto Capacitação e Treinamento para Gestão de Unidades de Conservação (UCs), principalmente voltado para as comunidades de entorno de áreas naturais protegidas, prevê a capacitação de monitores ambientais e condutores, formatação de novos roteiros e atrativos ecoturísticos e instrumentalização técnica para a melhor gestão ambiental destas áreas.
"As UCs podem ser enquadradas em várias categorias, dentre as quais aquelas de proteção integral, em particular os Parques Nacionais e Estaduais, que são os espaços de impacto do nosso projeto", explica Victor Lopez-Richard, docente do Departamento de Física (DF) da UFSCar e coordenador do projeto. "Muitas UCs têm indiscutível potencial de atração de visitação, seja pela beleza cênica, pela observação da biodiversidade, singularidades culturais ou espeleológicas, potencial para atividades de aventura, contato com ambientes pouco modificados pelo homem, dentre outros", afirma o coordenador. Porém, nem todas permitem a visitação pública. Estações Ecológicas e Reservas Biológicas permitem somente atividades científicas ou educacionais exclusivamente. Já os parques nacionais ou estaduais são criados com a vocação para a visitação.
As atividades do projeto são voltadas para comunidades no entorno ou inseridas em UCs de proteção integral, onde se admite apenas o uso indireto dos recursos naturais. "Esta limitação impõe a necessidade de adaptação destas comunidades a novos modos de vida para a sua própria sustentação, o que gera tanto conflitos como oportunidades". Para o coordenador, as oportunidades consistem na inclusão de comunidades locais em arranjos produtivos da cadeia do ecoturismo, o que exige, dentre outras ações, o treinamento e a qualificação de seus indivíduos, bem como o atendimento às regulamentações e normas existentes.
Monitores ambientais
Uma das ações do projeto é a capacitação de monitores ambientais e condutores. Eles constituem o elo entre o ambiente e o visitante, onde este ambiente engloba tanto os elementos do ecossistema como também antropológicos, históricos e culturais da região. Além de guiar o caminho, o condutor é corresponsável pela interpretação do ambiente, as instruções necessárias, a segurança, o socorro e o mínimo impacto das atividades.
No Estado de São Paulo, a capacitação dos monitores em suas UCs se orienta pela Resolução 32, de 1998, da Secretaria do Meio Ambiente, que indica como o processo de credenciamento de monitores deve acontecer. Usando esta resolução e elementos normativos mais atualizados são formatados os cinco módulos obrigatórios que abrangem os seguintes temas: ambiente natural e a ocupação humana na região; introdução ao Turismo; o trabalho do monitor ambiental e técnicas de condução de grupos; primeiros socorros; e especialização para trabalho de monitoria micro-regional. Também, de acordo com as demandas e especificidades locais podem ser oferecidos módulos opcionais de técnicas verticais, resgate em ambiente de canionismo, espeleologia, entre outros. Vários destes módulos são ministrados ou co-ministrados por professores ou monitores da UFSCar. Um artigo sobre essa temática foi publicado na revista Estudios y Perspectivas en Turismo.
Atualmente o projeto está oferecendo, no Parque Estadual Serra do Mar, no Estado de São Paulo, a segunda edição dos módulos de capacitação no Núcleo Picinguaba em conjunto com a Ilha Anchieta. Os módulos de Técnicas Verticais e Resgate em Ambiente de Canionismo serão executados até dezembro de 2016. As próximas comunidades a serem atendidas são as limítrofes aos Parques Estaduais da Serra do Mar, Ilha Anchieta e do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira.
Resultados
Sobre os resultados obtidos, Lopez-Richard destaca que além da capacitação e o subsequente credenciamento de monitores, foram estruturados Grupos de Trabalho para auxílio à gestão, tais como o Grupo de Trabalho do Pico do Corcovado em Ubatuba, o Grupo de Trabalho para a Formatação do Sistema de Gestão de Segurança do PESM, assim como a estruturação de roteiros turísticos, tais como a Cachoeira da Escada, Trilha do Corisco, dentre outros. O projeto se propõe, também, servir de fórum para a construção e viabilização de ações conjuntas entre UCs e comunidades e abrir espaço para o desenvolvimento de atividades acadêmicas, tanto de alunos como de professores da UFSCar.
"Os resultados deste projeto reforçam a importância da constituição de fóruns de integração e coparticipação entre gestores e funcionários de UCs, comunidades locais, instituições acadêmicas e outras instituições não-governamentais na busca pela identificação de desafios e da subsequente canalização de ações e alternativas para sua resolução", analisa o coordenador.
Além de Lopez-Richard, integram o projeto os professores Vandoir Bourscheidt e Andreia Cassiano, do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm), do Campus São Carlos da UFSCar; e Heros Lobo, do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH) do campus de Sorocaba. Também integram a equipe os alunos Bruno Alberto Severian e Helvio Antonio de Souza Jr, do Curso de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar, que atuam como monitores. O projeto ainda conta com a parceria do Centro Universitário de Montanhismo e Excursionismo (CUME).
24/10/2016
13:00:00
11/11/2016
0:01:00
Fabricio Mazocco
Não
Não
Estudante, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Atividade realizada na capacitação dos monitores. Foto: Divulgação
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